terça-feira, 15 de julho de 2014

Nova proposta sobre a agricultura biológica

Julho 14
08:20
2014

No passado mês de Março, o Conselho de Ministros da Agricultura recebeu uma proposta da Comissão, sobre a visão do estatuto jurídico aplicável à produção da agricultura biológica. A presidência grega, na altura, levou a cabo várias discussões sobre o assunto, mas não chegaram a nenhuma conclusão, pelo que este tema faz parte das principais prioridades da actual presidência italiana.

Estará, assim, em cima da mesa, uma nova proposta da Comissão. Nesta proposta, reconhece-se que a actual política da União Europeia (EU) neste domínio tem várias incorrecções, tais como uma legislação complexa, com artigos imprecisos, lacunas no sistema de controlo e no regime comercial, custos administrativos consideráveis, poucas perspectivas para os produtores europeus, etc. É, portanto, urgente modernizar, por um lado, a legislação actual e, por outro lado, pôr em marcha um plano europeu de desenvolvimento da agricultura biológica.

No que diz respeito às regras da produção biológica, a Comissão propõe reforçar e amenizar as regras actuais, suprimindo todo o tipo de excepções. Contudo, esta proposta pode representar um risco para o próprio crescimento do sector.

No que concerne aos sistemas de controlo, é proposto o fim da actual obrigação de verificar cada ano a conformidade de todos os operadores e reforçar os controlos oficiais. Isto quer dizer que a proposta exige que todos os operadores da fileira biológica sejam submetidos a um sistema de controlo oficial. Em resumo, uma proposta que prevê a modificação do sistema de controlo pelo reagrupamento de todas as disposições que a ele dizem respeito, para os produtos bio e os alimentos para os animais bio.

Por último e no que diz respeito aos actos delegados e actos de execução, a Comissão prevê a possibilidade de recorrer aos actos delegados para modificar algumas regras específicas em matéria de produção biológica, argumentando que transformará a legislação no sentido de ser mais fácil a sua aplicação.

Esta proposta tem recebido algum cepticismo por parte das organizações de produtores, uma vez que, por exemplo, o fim da derrogação de 5% de alimentos não bio nas rações para animais pode pôr em causa a produção dos mesmos em situações climatéricas adversas e, também, levanta a quase impossibilidade de se fabricarem rações com 100% de produtos bio produzidos na UE.

Esta proposta, tal como está, também levanta dúvidas em termos de distorção de concorrência com países terceiros, pois pode incentivar a importação de produtos bio, cujos controlos de autenticidade estão, em muitos casos, longe de corresponder aos padrões europeus.

Produção mundial de açúcar vai baixar

Julho 14
12:16
2014

Segundo um relatório publicado pelo Rabobank, a produção mundial de açúcar deve descer significativamente este ano, repetindo a tendência para a baixa do último ano.

Segundo este relatório, começa a fazer-se sentir no mercado o efeito dos preços baixos que se verificaram nos últimos 5 anos, desmotivando os produtores.

A baixa de produção deve registar-se ao nível dos grandes produtores, com o Brasil a passar de 34,3 milhões de toneladas para os 33 milhões de toneladas. A grande incógnita é a Índia (segundo produtor mundial), onde o atraso na chegada das monções pode ter uma influência importante na produção. Apesar do Rabobank manter as suas previsões para este país, a maior parte dos analistas apontam para uma diminuição na ordem das 900.000 t.

A Tailândia, que é o segundo exportador mundial, também deverá reduzir a sua produção.

Apesar destas previsões não são expectáveis grandes convulsões ao nível dos stocks mundiais, pois estes atingiram valores extremamente elevados.

Com esta conjugação de dados, também não é de esperar melhoria significativa nos preços mundiais do açúcar.

Afundamento do mercado de grãos devido ao relatório USDA

Julho 14
13:12
2014

Foi publicado, na sexta-feira, o relatório do Departamento Agrícola dos Estados Unidos (USDA) de Julho, relativo às produções de grãos e stocks, que provocou uma quase hecatomba em termos de mercado mundial para os cereais e oleaginosas.

Apresentamos, de seguida, o quadro de valores referentes à soja, do qual realçamos os seguintes dados:

Soja

Os stocks finais para os Estados Unidos (EUA) foram revistos em alta, passando de 3,4 milhões de toneladas para as 3,81 milhões de toneladas ( Mt ), enquanto os operadores estimavam que esse valor oscilasse entre os 3,5 a 3,6 Mt.

No que diz respeito às exportações totais dos EUA para esta campanha, o total aumentou ligeiramente, passando de 43,55 Mt para 44,09 Mt. O esmagamento interno também subiu dos 46,2 Mt para 46,95 Mt.

O número que mais surpreendeu os analistas foi, contudo, o das previsões dos stocks finais para a campanha de 2014-2015 nos USA, que, em Junho, tinham sido previstos para 8,85 Mt e, agora, as previsões apontam para as 11,29 Mt.

A produção total dos EUA para este ano foi revista em alta, para as 103,42 Mt.

A nível mundial todos os números foram revistos em alta, com previsões de produção de 304,97 Mt e de stocks finais de 85,31 Mt, contra as 299,99 Mt e 82,88 mt previstas em Junho.

No que diz respeito ao milho, os stocks nos USA foram de 45,75 Mt, quando os operadores esperavam 44,02 Mt.

A produção total dos USA para este ano deve ser de 353,97 Mt e a produtividade média esperada por hectare deve situar-se nos 10497 Kg.

O uso para o etanol deve atingir as 128,3 Mt e as exportações 43,2 Mt.

Este ano está a ser considerado um dos melhores dos últimos anos em condições atmosféricas para a produção de milho.

Em relação ao trigo e apesar da produção deste ano ter sido inferior à do ano passado nos EUA, a previsão dos stocks de fim de campanha foram previstos em alta, nos 660 milhões de bushels, ou seja, mais 86 milhões que em Junho. No que diz respeito aos stocks a nível mundial, as previsões de Junho para Julho foram aumentadas 930.000 t, para um total de 189,54 Mt.

Banco Alimentar-ajudar os pobres e evitar desperdícios alimentares

Julho 14
12:14
2014

Realizou-se em Bruxelas, no dia 7 de Julho, uma conferência, cujo tema foi "Food Donation, Fighting food poverty and adressing food waste", organizada pelo Comité Económico e Social (CES), em colaboração com a Federação Europeia dos Bancos Alimentares, cuja principal mensagem foi de que é fundamental a ajuda alimentar para reduzir a pobreza e os desperdícios no sector alimentar.

O presidente do CES foi mais longe, ao afirmar que uma sociedade que desperdiça um terço dos alimentos que produz, quando  existem tantos seres humanos que sofrem de fome, não se pode intitular de humana.

Apesar de existirem várias empresas dispostas a contribuir para a ajuda alimentar, a legislação europeia põe, por vezes, barreiras para que o façam.

Durante a conferência foi apresentado um estudo, encomendado pelo CES, que aponta as soluções para as boas práticas no que diz respeito à ajuda alimentar. São, sobretudo, bons exemplos que já existem na Europa e que devem ser generalizados a todos os países. É necessário alterar a legislação fiscal neste tema, bem como a de durabilidade e qualidade dos alimentos.

O ponto mais importante deste estudo aponta para a necessidade absoluta de haver uma uniformização da legislação comunitária nesta matéria, para haver uma maior conjugação entre os países.

Neste momento, as estimativas apontam para que existam 79 milhões de cidadãos na Europa abaixo do nível de pobreza, sendo que 16 milhões necessitam de ajuda alimentar para sobreviver, numa altura em que 89 milhões de toneladas de alimentos são mandados para o lixo anualmente.

É aqui que os bancos alimentares devem ter um papel decisivo, recolhendo os donativos, quer venham da indústria alimentar, distribuidores, supermercados ou pessoas individuais, e redistribui-los pelos mais necessitados.

Quinze países, incluindo Portugal, multados por Bruxelas

Julho 10
21:55
2014

Como resultado dos controlos efectuados por Bruxelas à aplicação de dinheiros comunitários da Política Agrícola Comum (PAC), foram multados os seguintes países: Bélgica, República Checa, Dinamarca, Alemanha, Espanha, França, Itália, Letónia, Hungria, Polónia, Portugal, Croácia, Finlândia, Suécia e Reino Unido.

Os países que levaram multas mais pesadas foram a França, com 20,68 milhões de euros, devido a irregularidades na distribuição de direitos e apoio à distribuição do leite nas escolas.

Segue-se a Itália, com 6,51 milhões de euros, devido a falta de informação e incorrecções em tabelas apresentadas.

A Polónia, com 5,84 milhões de euros, por falta de critério na aplicação das verbas do programa de desenvolvimento rural

A Espanha, com3,32 milhões de euros, devido a irregularidades na aplicação da condicionalidade e falhas na execução do programa POSEI.

A Finlândia, com 3,78 milhões de euros, devido a falhas nos controlos administrativos.

E, por fim, com multas acima do milhão de euros, vem Portugal com 1,27 milhões de euros, devido a atrasos nos controlos da aplicação dos programas de desenvolvimento rural em algumas regiões.

Desempregados portugueses não querem trabalhar na agricultura

Julho 14
12:23
2014

Uma empresa americana que se dedica à produção de frutos vermelhos em estufa na zona de Odemira registou a recusa dos desempregados portugueses em quererem trabalhar na agricultura.

Esta empresa necessita de muita mão-de-obra, sobretudo na época da colheita e não consegue arranjar trabalhadores portugueses, tendo, no ano passado, recrutado nos serviços de emprego 40 funcionários, metade dos quais abandonaram o trabalho ao fim de um dia e os restantes ao fim de uma semana.

Recorre, assim, a mão-de-obra tailandesa, que apesar de lhes custar mais 2000 euros por ano, por cada trabalhador, devido aos custos de transporte e estadia, acaba por ser a única solução para dar continuidade à actividade.

A Europa, nos últimos anos, tem orientado a sua estratégia agrícola para o aumento da produção, reduzindo o peso do trabalho na mesma, o que tem aberto as portas a países como Portugal, onde a mão-de-obra é mais barata, para a produção de culturas como os frutos vermelhos, que exigem muito trabalho, mas que têm importante valor acrescentado.

Esta situação dos desempregados não quererem trabalhar no sector pode desmotivar as empresas a produzir estes produtos no nosso país, pois, uma vez que têm de importar a mão-de-obra, podem desenvolver a sua actividade em qualquer local.

Com cerca de 15% de desemprego, as justificações para esta situação dividem-se com considerações de trabalho duro e muito mal pago e de que os subsídios de desemprego são bem mais atractivos do que receber o salário mínimo nacional e ir trabalhar para uma estufa.

Uma situação é certa: hoje em dia, mais de 60% da massa salarial da agricultura na zona de Odemira é constituída por trabalhadores estrangeiros, o que deve levar a uma reflexão profunda por parte dos nossos responsáveis políticos, pois pagamos a pessoas que não querem trabalhar e, ao mesmo tempo, fazemos sair divisas do país.

Talvez seja necessário fazer um estudo do trabalho na agricultura e convencer os desempregados que os empregos bons não são só na função pública ou nos escritórios.

Autoridades espanholas desmantelaram uma rede de fabrico e comercialização de produtos fitofarmacêuticos ilegais que operava em todo o país


14 de Julho de 2014


Os agentes de Seprona, da guarda civil de Castellón, desmantelaram uma rede criminosa que comercializava produtos fitofarmacêuticos adulterados, em diferentes províncias de Espanha. Nesta operação, que resultou de uma denúncia da Associação da Indústria Fitofarmacêutica Espanhola (AEPLA), foram apreendidas 32 toneladas de substâncias ativas e fitofarmacêuticos ilegais.
Após um ano de intensas investigações, a Guarda Civil deteve 13 pessoas e outras 10 foram acusadas de crimes, contra a saúde pública, contra propriedade industrial, falsificação de documentos e associação a grupo criminoso envolvido na comercialização ilegal de produtos fitofarmacêuticos e produtos reguladores de crescimento vegetal.
Os membros da organização criminosa adquiriam substâncias ativas, para fabrico dos produtos fitofarmacêuticos, em empresas importadoras de produtos químicos, que eram posteriormente escondidos em armazéns clandestinos e vendidos diretamente aos agricultores, em embalagens sem rótulos ou com o rótulo manipulado, para imitar a proveniência legal dos produtos.
Perante a notícia veiculada nos meios de comunicação espanhóis, a Anipla congratula-se com os resultados obtidos nesta operação, levada a cabo na nossa vizinha Espanha, e reforça a importância do empenhamento da Indústria Fitofarmacêutica, na sensibilização do setor agrícola para os perigos efetivos desta atividade ilegal, não só a nível nacional, mas também a nível europeu. 

fonte: anipla

Fruut vai investir um milhão de euros na produção e quer entrar em 8 países

Num ano a marca portuguesa vendeu 850 mil embalagens e internacionalizou para Angola, Espanha e Inglaterra


Fruut
 
09/07/2014 | 14:01 |  Dinheiro Vivo
A Fruut vai investir um milhão de euros na linha de produção e quer até ao final do ano chegar 1,5 milhões de euros de faturação.
A marca de fruta crocante, detida pela Frueat, em um ano já vendeu 850 mil embalagens e o objetivo é este chegar aos 1,3 milhões ainda este ano. Além de Portugal, a Fruut está ainda a ser vendida em Angola, Espanha e Inglaterra. "A empresa tem apenas um ano no mercado e começamos a dar os primeiros passos no mercado internacional. O mercado mais relevante é o angolano, que representa atualmente quase 5% das nossas vendas", adianta ao Dinheiro Vivo Filipe Simões, diretor-geral da Frueat. As vendas são asseguradas por distribuidores locais.
"O primeiro equipamento será instalado na última semana de julho e o projeto estará concluído no final de novembro" e vai permitir "quadruplicar a capacidade de produção e assim responder ao volume de encomendas do mercado nacional, assim como alargar e consolidar a abordagem aos mercados internacionais", frisa Filipe Simões. Ou seja, assegurar uma produção de oito milhões de embalagens.
No último trimestre a empresa tem como objetivo estar presente em oito mercados. "São vários os alvos definidos com especial enfoque no Norte da Europa e Austrália", diz Filipe Simões. "Pretendemos que numa primeira fase a entrada nesses mercados seja concretizada através de distribuidores locais", precisa.
Este ano a empresa - que já coloca no mercado quatro gamas de produto com base nas maçãs Granny Smith e Royal Gala -quer lançar cinco novos produtos. "Alguns são surpresa, mas podemos assegurar que iremos lançar no terceiro trimestre deste ano dois produtos tipicamente portugueses: Pêra Rocha e Maçã Bravo", revela Filipe Simões. "Dentro da estratégia da marca, apenas lançaremos produtos produzidos em Portugal. É esse um dos nossos compromissos e não nos desviaremos dele", garante.
"Cerca de 90% das maçãs que utilizamos são produzidos na Quinta de Vilar [que produz fruta há 40 anos], em Viseu, que é sócia da empresa. Todos sabem onde nascem as nossas maçãs e isso potencia a ligação emocional com os consumidores", frisa o diretor-geral da Frueat.
Até as embalagens são made in Portugal (Vizelpas), bem como as empresas com que colabora - a P&I (material do ponto de venda) e Dona Dolores (agência de publicidade).

Dez empresas que estão a criar o futuro da comida

Dinheiro

14-07-2014
Algumas delas usam insectos. Outras fazem hambúrgueres com impressoras 3D

Por Joana Carvalho Fernandes 

Qual é o futuro da comida? Prepare-se: hambúrgueres feitos em impressoras 3D, refeições que não se mastigam (é tudo para beber), ovos, manteiga e óleo vegetal feitos a partir de micro algas, maionese e omeletas (literalmente) sem ovos, sal quase sem sódio, snacks e aperitivos feitos de insectos, queijo sem leite animal. 

De acordo com o portal CB Insights, estas indústrias atraíram investimentos de mais de 100 milhões de euros em 2013. Conheça dez empresas que estão a criar comida mais saudável, mais sustentável, e que promete revolucionar o futuro da alimentação. 

Na Modern Meadow o bife sai da impressora

É uma espécie de hambúrguer de laboratório. A empresa aguarda apenas a autorização da Food and Drug Administration (a entidade que, nos Estados Unidos da América, regula o mercado alimentar e o dos medicamentos) para pôr a impressora 3D a funcionar e vender o produto. 

A Soylent quer que deixe de cozinhar e de mastigar 

O objectivo da empresa é fazê-lo ganhar tempo e poupar dinheiro. Como? Com este produto – que tem vitaminas, minerais, proteínas e hidratos de carbono – obtém todos os nutrientes de que precisa, sem ter de cozinhar nem de mastigar. Há soluções em pó e líquidas. 

As omeletes sem ovos da Solazyme

A Solazyme, conhecida por criar biocombustíveis e cremes de beleza a partir de algas, decidiu aventurar-se noutro território: a comida. Os seus alimentos feitos a partir de micro algas incluem ovos, manteiga e óleo vegetal – tudo com muito menos gorduras saturadas, colesterol e calorias do que os produtos originais. 

A Hampton Creek substitui os ovos por produtos à base de plantas

A empresa criou uma alternativa ao ovo da galinha (e muito semelhante a esse alimento) e para além disso inventou uma maionese e bolachas que não têm ovos. 

Tiras que parecem de frango (mas não são)

A Beyond Meat (que, numa tradução literal, significa para além da carne) oferece produtos alternativos à carne, produzidos a partir de proteínas de plantas. O objectivo da empresa é reduzir o consumo de carne animal em 25% até 2020. 

O sal sem sódio 

A NuTek Salt criou um produto que quer ser a cerveja sem álcool do cantinho dos temperos: um sal natural, à base de potássio, que é uma alternativa mais saudável ao sal de sódio, com um sabor semelhante.

Um snack de insectos 

A Six Foods transforma insectos em snacks e aperitivos. A empresa foi fundada por três estudantes da Universidade de Harvard que acreditam no poder nutritivo destes animais. O produto com que se estrearam – as Chirp Chips – é feita com feijão, arroz e farinha feita a partir de grilos tostados. Estas chips têm três vezes mais proteínas do que as batatas fritas normais. 

Queijos artesanais sem leite animal

A Kite Hill's usa leite de amêndoa e leite de macadâmia para fabricar queijos artesanais. 

A Real Food Blends: uma alternativa para a alimentação por sonda

A Real Food Blends criou alternativas mais saudáveis para quem precisa de uma sonda para se alimentar. Os menus incluem misturas feitas de frango com laranja, cenoura e cevada; quinoa, couve e cânhamo; e salmão e aveia.

Os doces a fingir da UNREAL Candy 

A UNREAL Candy criou doces (desde chocolates a nougats) mais saudáveis, feitos com leites desnatados, óleo de palma e sem xarope de milho, sem ingredientes geneticamente modificados nem glúten. 



Governo e Airbus estudam capacidade de reforço da Força Aérea no combate a incêndios


O ministro português da Defesa e o vice-presidente da Airbus Rodriguez Barberán iniciaram hoje "conversas exploratórias" sobre a possibilidade de adaptar o avião C-295 para combate a incêndios, durante uma reunião no Farnborough Airshow.

"Esta conversa que tivemos hoje é exploratória no que diz respeito ao avião C-295 ter também a capacidade ao nível de combate a incêndios e de poder desenvolver-se entre a Força Aérea Portuguesa e a Airbus um projecto nesse sentido", afirmou Aguiar-Branco.

O ministro da Defesa falava aos jornalistas no final de uma reunião com Rodriguez Barberán, durante a feira da indústria aeronáutica e defesa de Farnborough nos arredores de Londres.

Fonte:  LUSA

Negócios privados apadrinhados pelo Estado

ACRÉSCIMO

O Estado Português, através do novo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), em fase de aprovação pela Comissão Europeia, pretende financiar, através de despesa pública, negócios entre privados, cuja sustentação deveria assentar exclusivamente no funcionamento dos mercados de bens e de serviços de base florestal.

De acordo com o PDR 2020, o Governo pretende apoiar, através de despesa pública, sistemas exclusivamente privados de certificação florestal, como os integrados no PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification) e no FSC (Forest Stewardship Council). Pretende assim assegurar o financiamento público a encargos de natureza técnica e administrativa a estes sistemas inerentes. Ora, tais sistemas, de adesão voluntária por produtores e transformadores de bens de base florestal, deveriam assegurar a sua sustentação financeira nas mais valias que os seus certificados e a aposição dos seus logotipos gerassem junto dos consumidores desses bens.

O Estado, ao financiar intervenções nas florestas deve exigir garantias, aos beneficiários de tais apoio públicos, quanto à viabilidade técnica, financeira e comercial dos investimentos propostos. Sejam ações de florestação ou da beneficiação de povoamentos florestais já existentes, tais garantias devem abranger todo o restante ciclo de produção florestal.

Mais, as garantias a exigir para a atribuição de financiamento público devem englobar ainda as atuais exigências da Sociedade quanto à sustentabilidade dos recursos naturais.

Desta forma, os investimentos em florestas, para efeitos de obtenção de financiamento público, deverão ter subjacente, fiscalizável a qualquer altura, uma gestão florestal ativa, profissional e desejavelmente sustentável, a custear no âmbito dos mercados de produtos e de serviços florestais onde tais investimentos se pretendem concretizar.

Todavia, se os produtores ou as empresas florestais, voluntariamente, ou seja, para além das disposições legais que regulam a atividade florestal, definirem estratégias para a produção de bens ou a prestação de serviços destinados a mercados específicos, que reconheçam mais valias à certificação por entidades privadas da sua gestão, essa estratégia deve assentar nos benefícios financeiros decorrentes dessas mais valias e não do esforço dos contribuintes.

O Governo já prevê, na sua proposta de PDR 2020, a majoração de apoios a intervenções em áreas florestais objeto de certificação, ou seja, já valoriza a produção de bens e a prestação de serviços destinados a nichos de mercado mais exigentes. Daí a pretender apadrinhar, com despesa pública, negócios inerentes a entidades exclusivamente privadas, autorregulados, inseridas nos sistemas PEFC ou FSC, já pode suscitar suspeitas de promiscuidade.

A Acréscimo pronuncia-se assim contrária ao financiamento público a negócios geridos exclusivamente por entidades privadas, como o são as que integram os sistemas PEFC e FSC, os quais não dominam a exclusividade na comprovação de uma adequada gestão florestal, técnica e comercialmente sustentada, ambientalmente sustentável e socialmente responsável.

Os vários Governos têm sido pródigos em apadrinhar negócios privados. A atual crise económica suscita agora uma mudança de paradigma, também no que às florestas respeita. Nota: A Acréscimo tem vindo a suscitar várias dúvidas sobre as virtudes da certificação florestal em Portugal, dúvidas que até ao momento, os sistemas PEFC e FSC não esclareceram.

Lisboa, 14 de julho de 2014

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Valorização da aguardente de medronho em debate em Odemira


Valorização da aguardente de medronho em debate em Odemira

«Aguardente de medronho - Um produto a valorizar» é o tema do segundo colóquio que vai ser promovido no âmbito da 23ª edição da FACECO – Feira das Actividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira, em S. Teotónio. O medronho vai ser tema de debate no dia 19 de Julho, pelas 11:00 horas, no auditório do certame.

 
A aguardente de medronho é uma bebida com tradição de produção e consumo no território odemirense e constitui um suplemento importante para as economias familiares. Neste sentido, o município de Odemira realiza o colóquio dirigido aos produtores de Aguardente de Medronho, com o objectivo de esclarecer sobre o processo de legalização das destilarias de medronho, bem como quais as infracções que estão associados ao não cumprimento da Lei, dar a conhecer aos empresários ferramentas financeiras para apoiar a criação de destilaria de medronho e discutir a possibilidade de ser criada uma zona demarcada do medronho.
 
O colóquio contará com a apresentação dos temas «Regime Geral das Infracções Tributárias», pelo Sargento Fernando Reis (Unidade de Acção Fiscal de Évora), «Ferramentas financeiras de apoio à criação de micro empresas – O caso das destilarias de medronho», por Maria José (ADL – Associação de Desenvolvimento do Litoral Alentejano) e «Zonas demarcadas – Vantagens competitivas na afirmação de um produto/território», por José da Veiga (Direcção Regional de Agricultura do Alentejo). A moderação estará a cargo de Ricardo Cardoso, vereador da Câmara Municipal de Odemira.
 
No final será promovida uma sessão prática para dar a conhecer os parâmetros que definem a qualidade da aguardente de medronho, com a participação da especialista Ludovina Galego (Universidade do Algarve).
 
Também no dia 19 de Julho, sábado, pelas 15:00 horas, decorrerá na FACECO o seminário «Crédito Agrícola – contributos para o desenvolvimento económico das regiões», no espaço da Caixa Agrícola de S. Teotónio, no Pavilhão 2.
 
A FACECO 2014 é dedicada ao tema «Produtos Locais», no âmbito do Ano Internacional da Agricultura Familiar. O certame é promovido pelo Município de Odemira, em parceria com a ADL – Associação de Desenvolvimento do Litoral, Caixa de Crédito Agrícola de S. Teotónio, ASHA – Associação de Horticultores do Sudoeste Alentejano, MLA – Matadouro do Litoral Alentejano e Junta de Freguesia de S. Teotónio, com o patrocínio da Sagres, Olá, Provimi e Camposol.

EUA fecham laboratórios após incidentes com bactérias e vírus


EUA fecham laboratórios após incidentes com bactérias e vírus

Os Centros para Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDS) anunciaram o encerramento de dois laboratórios em Atlanta por problemas de segurança na manipulação da bactéria antraz e de uma linhagem potencialmente letal do vírus da gripe.
No incidente com antraz, técnicos de outros centros de pesquisa foram expostos a risco de contacto com amostras de micróbios que o laboratório interditado fornecia.
Amostras enviadas para dois centros de pesquisa que não têm um sistema de alta segurança deixaram de ser esterilizados antes da remessa, conforme deveria ter sido feito.

No incidente com o vírus da gripe, uma linhagem comum do agente patogénico foi contaminada com outra mais letal antes de ser enviada para um laboratório do Departamento de Agricultura dos EUA.
NO final, nenhum caso de contaminação foi registado, mas o envio de qualquer amostra a partir dos dois laboratórios de Atlante e de outro em Fort Collins, no Colorado, está temporariamente suspenso. A agência tornou público um relatório a revelar outros três incidentes onde houve risco de infecção.

Governo assegura que plantação de eucaliptos no Alqueva «nem se equaciona»

Governo assegura que plantação de eucaliptos no Alqueva «nem se equaciona»

O Ministério da Agricultura assegurou que nunca esteve prevista, nem se equaciona a plantação de eucaliptos nos blocos de rega do Alqueva, defendida pelo presidente da empresa gestora do projeto, segundo informação hoje divulgada.
"Tendo em atenção a relevância do projeto de Alqueva para o setor agrícola e agroindustrial, nunca esteve, não está [prevista], nem se equaciona qualquer iniciativa no sentido de plantar eucaliptos nos blocos de rega" do empreendimento, refere o ministério.
A informação surge na resposta do Ministério da Agricultura a uma pergunta do deputado do PCP eleito por Beja, João Ramos, sobre a eventual plantação de eucaliptos nos blocos de rega da área de influência do Alqueva.
A pergunta do deputado comunista surgiu após uma notícia do jornal Público, segundo a qual o presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), José Pedro da Costa Salema, é "favorável" à plantação de eucaliptos na área de influência do projeto, como forma de garantir a sustentabilidade do "regadio social", ou seja, de pequenas explorações agrícolas.
Na pergunta, João Ramos refutava "por completo" a posição do presidente da EDIA, considerando que "parece, no mínimo, pouco sensato que se pretenda promover a produção de matéria-prima para uma indústria [a da pasta de papel] em que o país é mais do que autossuficiente", "ignorando" produções "essenciais e estratégicas", que "podem ser produzidas nos perímetros de rega de Alqueva".
Diário Digital com Lusa

Flash Fitosintese ANIPLA 14.07.2014



 

 


Curso de Formação Operadores Florestais


Pires de Lima espera que exportações para a Colômbia atinjam os 100 milhões de euros anuais

11-07-2014 
 


Fonte: ANIL/Dinheiro Vivo

O ministro da Economia faz um balanço "francamente positivo" da deslocação à Colômbia e afirma que as relações políticas entre os dois países estão a ser intensificadas, esperando que as exportações atinjam em breve 100 milhões de euros anuais.

António Pires de Lima terminou quarta-feira a sua deslocação à Colômbia, depois de ter estado no Peru, acompanhado por uma comitiva que integra o secretário de Estado do Investimento, Pedro Gonçalves, o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Miguel Frasquilho, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Faria de Oliveira, e representantes de instituições financeiras portuguesas.

"Apesar da visita ainda não estar totalmente terminada, creio que o balanço é francamente positivo, as relações políticas entre os dois países, Portugal e Colômbia, estão a intensificar-se bastante e isso tem uma repercussão positiva", afirmou hoje o governante.

Pires de Lima lembrou que as exportações cresceram mais de 100% entre janeiro e abril deste ano.

"Espero que as exportações possam atingir muito rapidamente o objetivo dos 100 milhões de euros anuais, é uma base fundamental para que possamos crescer ainda mais. Relativamente ao investimento, creio que a presença portuguesa começa a ser muito respeitável" no país, afirmou.

Na segunda-feira, o ministro reuniu-se com mais de 60 empresários portugueses que têm negócios na Colômbia, visitou as operações e projetos da Jerónimo Martins Colômbia e da Mota-Engil.

Visitou também o centro de reabilitação para o exército colombiano, cujas obras estão a cargo da Mota-Engil.

O ministro reuniu-se ainda com os responsáveis da Mota-Engil e o seu parceiro colombiano Odinsa, que operam na construção de infraestruturas.

Hoje foi a vez da Timwe, participada da Sonae, receber a visita do ministro, que considerou que a empresa está "a fazer um caminho de muito respeito em Bogotá na área das tecnologias de informação".

"Foi uma boa oportunidade para eu perceber como as empresas portuguesas estão a crescer aqui na Colômbia e estão a trazer consigo, em alguns casos, outras empresas portuguesas mais pequenas que veem neste movimento de internacionalização também uma oportunidade para crescerem", salientou António Pires de Lima.

Destacou ainda os contactos com as instituições financeiras e de investidores, já que foi "muito importante dar a conhecer o caso português".

Pires de Lima agradeceu ainda a presença do setor financeiro nesta comitiva liderada por Faria de Oliveira, já que "vem dar credibilidade e proximidade" junto das entidades financeiras peruanas e colombianas.

Alpiarça promove marca "Terra do Melão" em festival de 25 a 27 de Julho

 14-07-2014 
 

 
O 5.º Festival do Melão de Alpiarça vai realizar-se de 25 a 27 de Julho para afirmar e projectar a marca "Alpiarça Terra do Melão" e contribuir para facilitar a comercialização de um produto que o concelho «produz bem».

Realizado pela primeira vez em 2010, o festival tem procurado preencher «a lacuna ao nível da promoção de um produto de grande qualidade, e identificador» do concelho.

O presidente da Câmara Municipal de Alpiarça disse à agência Lusa que a aposta na marca "Alpiarça Terra do Melão" e a realização do festival desde 2010 têm sido muito importantes para a economia local.

«Os agricultores produzem bem, mas têm enormes dificuldades na comercialização, no escoamento, e o festival tem contribuído enormemente para que Alpiarça reforce a sua posição nesta rota da comercialização do melão», disse Mário Pereira à agência Lusa.

Realizando-se no Parque do Carril, conhecido como Mercado das Frutas, à entrada da vila, o Festival do Melão constitui uma oportunidade para provar o melão e a melancia produzidos no concelho.

Em simultâneo, realizam-se concursos para avaliação da «arte de fazer um bom melão, uma boa melancia e um bom doce de melão». O festival, organizado pela Câmara Municipal e pela Junta de Freguesia, inclui um cartaz de espectáculos de cariz popular, uma caminhada, passeios de carros antigos e de barco na Vala Real, campeonato nacional jovem de triatlo e clubes aquatlo e uma sardinhada.

Mário Pereira disse à agência Lusa que prossegue o processo de certificação do melão "Manuel António", variedade desenvolvida localmente e que foi «destronada» nos anos 1970 pelo melão branco, tendo sido inscrito, no final de 2013, no cartaz nacional de variedades, o que, frisou, «era um dado importante».

Contudo, para conseguir a certificação, a produção desta variedade «necessita de maior escala», tendo em conta que se tornou residual, afirmou. Mário Pereira disse à Lusa que, paralelamente ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido com as estruturas do Ministério da Agricultura, há um esforço junto dos agricultores para que produzam maiores áreas.

Ao argumento do investimento inicial necessário e da menor produção desta variedade comparativamente com outras, num momento em que se vive um «esmagamento de preços», o autarca contrapõe a «grande qualidade» deste melão, apetecível para nichos de mercado, não só nacionais como estrangeiros.

Fonte: Lusa

Leite e agricultura biológica em debate do Conselho de Ministros da UE

14-07-2014 
 


 
A reunião de Conselho de Ministros da União Europeia, celebrada esta segunda-feira, será a primeira sob a presidência italiana, na qual o ministro da Agricultura italiano, Mauricio Martina, apresenta as prioridades da presidência.
 
O encontro, que terá como principais temas o sector do leite e a agricultura biológica, conta com a presença do comissário europeu da Agricultura e a comissária das Pescas, Dacian Ciolos e Maria Damanaki, respectivamente.
 
Na reunião, será debatida a proposta da Comissão sobre agricultura biológica, a qual procura fortalecer e harmonizar as normas, em particular mediante a eliminação de certas excepções relacionadas com a produção e os controlos.
 
Os responsáveis vão dar continuidade ao debate sobre se é necessário a aterrizagem suave perante um panorama sem quotas leiteiras, tendo em conta que alguns países continuam a insistir no ajuste do coeficiente de matéria gorda para reduzir o impacto da taxa suplementar.
 
A presidência vai destacar a intenção da corporação da internet para nomes e números atribuídos, em particular "wine" e "vin", apesar das objecções dos países europeus. A presidência adverte de possíveis consequências para os produtores da União Europeia, em particular para as indicações geográficas, já que podiam licitar nomes que estão protegidos como indicações geográficas, para além de gerarem problemas no contexto da falsificação de comércio electrónico.
 
Fonte: Agrodigital

Mimosa eleita Master Consumer Reach Point

09-07-2014 
 
Fonte: ANIL/Distribuição Hoje/Expresso

A Mimosa foi eleita Master Consumer Reach Point nos Masters da Distribuição, prémios atribuídos pela revista Distribuição Hoje. Este prémio foi atribuído em parceria com a Kantar WorldPanel Portugal à marca que se destacou de entre todas as marcas do FMCG, no ano 2013, através do estudo efetuado pela Kantar Worldpanel Portugal, usando o indicador CRP.


Segundo os resultados do estudo - que abrange 956 milhões de lares em 25 países -, a Miosa, fabricada pela Lactogal, surhe como estando presente em 88% dos lares portugueses e escolhida maisde 31 milhões de vezes em actos de compra no ano passado.

O valor é semelhente ao registo na primeira edição do estudo, em 2012, o que, segundo a Kantar WorldPanel, revela "a fidelidade do consumidor a esta marca". No Top10 do "Brande Footprint" sobre as marcas de alimentação mais escolhidas no mercado português, metade das referências são de origem portuguesa: Mimosa (1º lugar), Compal (3º), Nobre (4º), Renova (6º) e Delta (10º). O ranking das marcas mais escolhidas pelos consumidores portugueses fica completo com a Danone (2º), Coca-Cola (5º), (Planta (7º), Colgate (8º) e Iglo (9º).

Vitivinicultorores consideram positivo mas insuficiente aumento do benefício no Douro

A Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (Avidouro), com sede na Régua, considerou que é positivo mas insuficiente o aumento para as 105 mil pipas de vinho do Porto a produzir nesta vindima.

O conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) fixou esta semana em 105 mil o número de pipas (550 litros cada) a beneficiar este ano (quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto).

Em 2013, foram beneficiadas 100 mil pipas de vinho do Porto na mais antiga região demarcada do mundo.

"É positivo, mas ainda não chega o aumento do benefício em cinco mil pipas. Este aumento vem ao encontro das reclamações mas continua a ser insuficiente para os pequenos e médios produtores", afirmou a Avidouro, em comunicado.

Por isso, a associação disse que continuará ao lado dos vitivinicultores a lutar por "um aumento real do benefício e dos preços à produção", uma vez que considera que este benefício "é a pedra angular da estrutura vitivinícola Duriense e é essencial ao rendimento dos milhares" de produtores".

Agora, para a Avidouro é também "essencial uma melhoria dos preços à produção sob pena de ser anulado, na prática, algum feito económico positivo deste aumento".

A associação defendeu que o preço médio da pipa de vinho generoso deve "subir acima dos mil euros" pagos à produção, bem como também quer o aumento do preço da pipa de vinho de mesa e de Favaios.

A Avidouro referiu ainda que, nos últimos dez anos, "foi reduzido em 45% o quantitativo de benefício atribuído à Região Demarcada do Douro, o que se reflecte numa perda de poder de compra real dos vitivinicultores em mais de 50% neste período".

A fixação do benefício foi o principal resultado do comunicado de vindima aprovado quarta-feira pelo conselho interprofissional do IVDP, o qual "introduz pequenos ajustamentos nos coeficientes para as diferentes classes de vinha".
Segundo informou o instituto público, o comunicado de vindima foi aprovado com o acordo dos representantes da produção e do comércio.

Embora tenham alcançado um entendimento, a Associação das Empresas de Vinho do Porto (ARVP) defendia a beneficiação de 100 mil pipas, e a Casa do Douro, a principal representante da produção, queria um aumento para as 110 mil pipas.

Fonte:  Lusa

Federação dos Baldios acusa nova lei de estar "eivada de inconstitucionalidades"


A Federação Nacional dos Baldios (Baladi), sediada em Vila Real, anunciou ontem que vai pedir ao Presidente da República que envie para apreciação do Tribunal Constitucional a nova Lei dos Baldios, aprovada quinta-feira no Parlamento.

Os representantes destas propriedades comunitários vão ainda recorrer aos partidos que votaram contra as alterações a esta lei, nomeadamente PS, PCP, BE e PEV., para que também eles peçam ao Tribunal Constitucional a apreciação preventiva do diploma.

A Baladi afirmou hoje, em comunicado, que este diploma, apesar de algumas cedências, "continua eivado de inconstitucionalidades".

O texto final apresentado pela comissão de Agricultura e Mar relativo ao projecto de lei 528/XII, do PSD e CDS-PP, que altera a Lei dos Baldios, foi aprovado quinta-feira com os votos favoráveis dos partidos da maioria.

Para Armando Carvalho, dirigente da Baladi, este diploma representa "um roubo à comunidade".

Entre as "malfeitorias" mantidas no documento, o responsável destacou o "estabelecimento de contratos de arrendamento, como se os baldios fossem propriedade privada e como tal sujeita ao comércio jurídico"

Acrescentou ainda a "extinção do baldio por não uso" e "a possibilidade de delegação de poderes nas comunidades intermunicipais".

"Nem as cedências de última hora, provocadas pela acção e luta dos compartes, em alguns artigos previstos no projecto, como o conceito de comparte ou a prerrogativa concedida ao Ministério Público de competências autónomas para requerer a nulidade de actos ou negócios sobre os baldios, não legitimam a acção do PSD e CDS-PP", salientou a Baladi.

Actualmente, o Estado português reparte a gestão dos baldios com os conselhos directivos. Só que, segundo acusou o dirigente, o Estado está "inactivo", "não cumpre o seu papel" e ainda "obstaculiza" a acção das comunidades.

De acordo com dados da Baladi, existem cerca de 400 a 500 mil hectares de terrenos baldios em Portugal.

Na região transmontana, contabilizam-se cerca de 180 a 200 mil hectares de baldios e 200 conselhos directivos de compartes.

Fonte:  Lusa

Arquitecto transforma campo de ténis em estufa e produz cogumelos em troncos

A crise aguçou o engenho de um jovem arquitecto de Famalicão, que decidiu transformar o campo de ténis da casa dos pais em estufa e aventurar-se na produção de cogumelos "shiitake" em troncos de madeira.

Miguel Mesquita, 32 anos de idade, garante que o negócio está a correr bem e já espreita a possibilidade de exportar.

Como o ramo da arquitectura "não está a viver os seus melhores dias", Miguel encontrou na produção de cogumelos em troncos de madeira uma saída para compor o seu rendimento mensal.

Instalou duas estufas, uma das quais no campo de ténis que a família havia instalado no jardim da sua habitação, "numa altura em que havia essa possibilidade".

"A crise obrigou a procurar outras soluções e esta foi uma boa forma de rentabilizar esse espaço, que já não estava a ser utilizado", confessou.

Candidatou-se ao Programa de Desenvolvimento Regional (ProDeR) e agora tem pela frente 100 toneladas de madeira, que em três anos lhe deverão render 100 quilos de cogumelos.

O processo é simples: faz-se uns furos nos troncos e nesses orifícios injeta-se a semente.

Ao fim de 6 a 7 meses, os troncos são sujeitos a um choque térmico, após o que os cogumelos começam a nascer.

O trabalho envolve toda a família, nomeadamente a mãe de Miguel, que de noite tem um papel relevante na "caça às lesmas", para evitar que estas comam o cogumelo.

Para já, a produção é toda vendida directamente ao consumidor, até porque a quantidade ainda não é significativa, mas Miguel confia que o volume vai aumentar e espreita já a oportunidade de exportação.

"Sozinho, certamente que não terei capacidade de exportação, mas sei que já há outros produtores, nomeadamente em Famalicão, e se nos juntarmos este é um projecto com asas para voar", referiu.

Garantindo que não está a querer puxar "a brasa à sua sardinha", afiança que os cogumelos que produz, 100 por cento biológicos, são ricos em vitaminas e têm efeitos terapêuticos, nomeadamente para prevenção de cancro.

A candidatura ao ProDeR ascendeu a 57 mil euros, que aquele programa financia em 50 por cento, mediante a apresentação das facturas.

Miguel recebeu ainda um prémio de 20 mil euros por ser um jovem agricultor.

Fonte:  Lusa

Os falsos mitos sobre o azeite nos E.U.A.

AZEITE, E.U.A.

10 DE JULHO DE 2014 AGROTEC PUBLICAR UM COMENTÁRIO

Um estudo realizado com consumidores dos EUA demonstrou que mais de metade dos consumidores de azeite daquele país usam mais esta gordura do que qualquer outra e que, uma vez que se torna consumidor de azeite, tem uma forte tendência para realizar um uso frequente. A tendência geral aponta para um maior consumo de azeite mas, ao mesmo tempo, mais de metade dos consumidores desta gordura (56%) encontra dificuldades em eleger um azeite de preferência porque não conhecem os fatores importantes a ter em conta, para além de persistirem muitos mitos.

A título de exemplo, os inquiridos acreditam que:

- A cor do azeite está diretamente relacionada com a sua qualidade (apenas 6% sabia que este mito é falso)

- O azeite de sabor mais suave tem menos calorias que outros com sabor mais intenso (16% sabia que esta afirmação é falsa)

- Tal como o vinho, o azeite melhora com a idade (24% sabia que não é verdade)

- O azeite virgem extra deve ser usado apenas no frio ou em pratos crus (apenas 30% sabia que é falso)

A boa notícia é que existe um aumento do consumo de azeite entre a população de origem não europeia e nas zonas do Centro-Oeste e do Sul naquele país.

Este estudo sobre o comportamento dos consumidores americanos em 2014 foi realizado pela Associação Norte-Americana de Azeite e cofinanciado pelo COI.

Mil bombeiros deverão ter fatos "inimigos do fogo" já este ano



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Fato Florestal Forest PT by Onwork


Depois da entrega, em Maio, de 95 fatos "inimigos do fogo" aos Bombeiros Voluntários de Carregal do Sal, a empresa "OnWork" não tem tido mãos a medir, estimando equipar durante este ano um milhar de soldados da paz.

"São fatos que não entram em combustão, não propagam as chamas e estão preparados para autoextinção numa fracção de segundos", explicou à Lusa o responsável por aquela empresa.

Lembrando que "até o ferro arde", João Sousa sublinhou que os fatos "não fazem milagres", mas garantiu que "vão com toda a certeza ajudar a poupar vidas dos bombeiros" envolvidos no combate aos incêndios, nomeadamente florestais.

"No ano passado, morreram em Portugal oito bombeiros no combate aos fogos. Se estivessem equipados com estes fatos, tenho a certeza de que pelo menos dois ou três teriam escapado com vida", acrescentou.

Segundo João Sousa, a procura dos fatos "tem sido muita", prevendo-se que este ano possam ficar equipados perto de um milhar de bombeiros.

O empresário garantiu que o tecido "aguenta, seguramente, 50 lavagens", mas este número pode baixar fruto da utilização intensiva que tiver no teatro das operações e do desgaste registado com quedas, raspões e outros atritos.

"Se utilizado em condições normais, aguenta as 50 lavagens sem problemas", afirmou.

Além do fato (casaco e calças), o conjunto completo inclui também camisola interior, cógula (protecção da cabeça) e botas e custa 500 euros.

As botas e a cógula são fabricadas na Turquia e na Irlanda, respectivamente, em empresas parceiras da OnWork.

Esta empresa, além de dar garantia e de reparar os equipamentos "avariados", também ministra formação aos futuros utilizadores, sensibilizando-os para o facto de "não poderem facilitar ou arriscar ainda mais só porque têm equipamentos mais seguros".

Depois de criado o novo equipamento, o banco BiG decidiu, numa parceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses, lançar a campanha "Vamos proteger quem nos protege", com o objectivo de recolher fundos para equipar o maior número possível de bombeiros voluntários do país.

O banco compromete-se a dobrar o valor global dos donativos, até um máximo de 500 mil euros.

Há ainda a possibilidade de donativos através dos agentes PayShop, que tem um custo mínimo de 1 euro.

"Depois da tragédia do último Verão, que ceifou a vida a oito bombeiros, não podíamos ficar indiferentes", disse à Lusa Paulo Figueiredo, administrador do Banco BiG.

Por isso, o banco decidiu alargar as modalidades de doação existentes, "para assegurar a mobilização de mais portugueses para uma causa tão actual e urgente como é a dos equipamentos de protecção individual dos bombeiros portugueses".

Quercus considera positivas medidas previstas na reforma da fiscalidade verde


O presidente da Quercus considerou hoje «muito positivas» as medidas previstas na reforma da fiscalidade verde, que sugere a subida dos preços da energia, mas defendeu que a mensagem deve ser passada com precaução aos cidadãos.
"Nós [Quercus] achamos que é muito positivo que se promova uma fiscalidade verde, que estimule a melhoria do desempenho ambiental tanto dos cidadãos como das organizações", disse à agência Lusa Nuno Sequeira, presidente da associação ambientalista.
O aumento do preço dos combustíveis e da energia, um imposto sobre o transporte aéreo de passageiros e uma taxa sobre os sacos de plástico são algumas das medidas propostas ao Governo pela Comissão para a Reforma da Fiscalidade Verde.
Em declarações à Lusa, Nuno Sequeira explicou que, apesar de positivas, as medidas têm de ser transmitidas aos cidadãos com algum cuidado sob pena de serem vistas como mais um conjunto de sobretaxas.
"As medidas têm de ser transmitidas aos cidadãos de forma positiva e pedagógica porque senão, neste contexto de dificuldades económicas e sobretaxas em aplicação, a mensagem poderá não passar de uma forma correta. As medidas arriscam-se a ser vista apenas como mais um conjunto de sobretaxas a aplicar à população", sublinhou.
De acordo com o presidente da Quercus, se a mensagem não for passada de forma correta, as medidas vão ser alvo de rejeição imediata.
"Achamos também que deveria ser explicada aos cidadãos a neutralidade fiscal. Não é só a nível de receitas do Estado que entram e saem, mas deverá explicar-se a neutralidade daquilo que são as ações diretas das pessoas, ou seja, a compensação que recebem se fizerem opções ambientalmente corretas", frisou.
Nuno Sequeira disse ainda que a Quercus participou em várias reuniões com a Comissão para a Reforma da Fiscalidade Verde tendo inclusive contribuído com sugestões nas áreas do trabalho, alimentação, agricultura, biodiversidade e conservação da natureza, energia, recursos hídricos, floresta e resíduos.
"Ainda não tivemos ocasião de ler as 300 páginas do anteprojeto entregue quarta-feira ao Governo", disse, remetendo uma posição para o início da semana que vem.
Entre as principais medidas previstas no anteprojeto de reforma que a comissão entregou na quarta-feira ao Governo, e a que a agência Lusa teve acesso, está a tributação do carbono através de "uma reformulação da estrutura do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (IPS), com a criação de uma componente (adicionamento) calculada com base nos fatores de emissão daquele gás e tendo em conta o valor definido pelo legislador para a sua tonelada".
Este adicionamento incide sobre os setores que não estão abrangidos ainda pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE): energia e processos industriais, transportes, gases, resíduos, agricultura, terciário e residencial.
No caso do consumidor final, o impacto traduz-se "imediatamente num aumento do preço dos produtos energéticos utilizados proporcional ao conteúdo de carbono de cada produto energético".

População informada pode ajudar mais a prevenir incêndios florestais


O Instituto Português do Mar e da Atmosfera vai emitir boletins sobre incêndios florestais para toda a população, disse hoje o seu presidente, defendendo que as pessoas informadas estão em alerta e podem ajudar mais a prevenir os fogos.
"Estamos articulados com todas as instituições e vamos começar a emitir boletins específicos para a prevenção dos incêndios, em articulação com o resto dos organismos do Ministério da Agricultura e da Autoridade Nacional de Proteção Civil", referiu à agência Lusa Jorge Miranda.
"Hoje temos uma população que está muito mais informada e [isso] pode aumentar a sua capacidade de alerta", frisou o presidente do IPMA.
O especialista em geofísica acredita que todos os temas de defesa civil necessitam de meios tecnológicos a nível central e local, mas "mais do que tudo, de uma atuação inteligente das populações".
Jorge Miranda avançou que o IPMA vai ter produtos adicionais de previsão para as instituições que operam no terreno e "os avisos normalizados vão ser transmitidos pelas televisões de forma clara".
Por outro lado, na página da internet do instituto está a ser melhorada "significativamente" a informação relacionada com os incêndios florestais.
Com o objetivo de manter todos informados sobre os elementos climáticos que podem ser relevantes para a prevenção de fogos nas florestas, o IPMA vai lançar uma aplicação gratuita para ´android´ e ´iphone´ que permite ter previsões hora a hora, incluindo sobre o vento.
"Este é sempre um assunto polémico, porque não é complicado prever as regiões onde o risco de incêndio é maior, a questão é que durante muito tempo houve uma gestão deste processo que foi no sentido de mitigar a transferência de informação", apontou o presidente.
Segundo Jorge Miranda explicou que devido a uma percentagem "algo significativa" dos incêndios ter origem criminosa, ao divulgar dados sobre o potencial de incêndio, "na verdade, estava a dar-se informação que podia ser utilizada por criminosos para levar a cabo de uma forma mais eficiente a sua ação" e por isso a opção tomada nos últimos anos.
O fogo florestal "é o único risco natural em que o excesso de informação pode ter um efeito contraproducente", admitiu.

Nova feira para o agro-alimentar em Novembro

ANA RUTE SILVA 13/07/2014 - 09:28
Projecto envolve mais de 40 associações empresariais e de produtores

 
O Ministério da Agricultura quer criar centros de competência específicos para vários produtos ENRIC VIVES-RUBIO
 
 Portugal já pode exportar caracóis para a Argélia e mel para o Brasil
Para dar visibilidade a um sector que tem marcado pontos nas exportações, a Fundação AIP (Associação Industrial Portuguesa) vai organizar, em finais de Novembro, a primeira Portugal Agro – Feira Internacional da Agricultura e das Regiões, um projecto transversal a toda a fileira agro-alimentar. O projecto envolve mais de 40 associações empresariais e de produtores.

"Longe vão os tempos em que sobre o agro-alimentar se tinha uma visão passadista e pouco permeável à modernidade. Hoje é um sector cada vez mais de conhecimento intensivo, permeável à inovação, à tecnologia e com exigências elevadas a nível de portefólio de qualificações e competências requeridas", disse, na última quarta-feira, Jorge Rocha de Matos, presidente da Fundação AIP, no evento de apresentação da nova feira.

O potencial de crescimento nas exportações "ainda é enorme" e, por isso, as parceiras entre produtores e associações pode ajudar a desbravar mercados mais exigentes, conclui Jorge Rocha de Matos.

Nesta tendência de impulsionar a inovação, o Ministério da Agricultura quer criar centros de competência específicos para vários produtos (o do tomate foi o primeiro) para juntar empresas e universidades. " A área do agro-alimentar vive um momento bom e isso só pode continuar se nos diferenciarmos cada vez mais pela positiva e pela inovação", comenta Nuno Vieira e Brito. 

Tal como o PÚBLICO noticiou neste domingo, desde o início do ano foram desbloqueadas as exportações de 35 produtos nacionais que, até agora, em interditos em dezenas de países.

Portugal já pode exportar caracóis para a Argélia e mel para o Brasil

ANA RUTE SILVA 13/07/2014 - 09:26
Só este ano foram desbloqueados 35 produtos que, até agora, eram interditos em dezenas de países. Em Setembro, o Governo deverá deslocar-se ao Brasil para conseguir a exportação de citrinos e nectarinas.

 
Os argelinos vão poder comprar a iguaria tão apreciada pelos portugueses MIGUEL MANSO

 Nova feira para o agro-alimentar em Novembro
Caracóis para a Argélia, produtos lácteos para o Qatar, alimentos para cães para Marrocos ou dióspiros e mel para o Brasil. A lista de produtos que este ano conseguiram quebrar as barreiras à exportação já soma 35 itens diferentes que vão desde carne de vaca e animais vivos (como cães, gatos e pintos) a sémen de cavalo.

A lista da Secretaria de Estado da Alimentação e da Investigação Agro-Alimentar resume os dossiês abertos desde Janeiro e inclui países como o Canadá (que já aceita receber carne de porco), a Colômbia, a Coreia do Sul, Israel ou, por exemplo, a Federação de São Cristóvão e Nevis, para onde se pode vender, pela primeira vez, cães e gatos, por exemplo.

A abertura de mercados para exportação é um processo moroso, mesmo em países com que Portugal mantém relações próximas. O Brasil é o caso mais paradigmático. Ao contrário dos agricultores espanhóis, os produtores nacionais de uva, nectarina ou citrinos não podem exportar para aquele país, o quarto principal cliente das exportações portuguesas de produtos agrícolas e alimentares. Entre Janeiro e Abril, as vendas para o Brasil cresceram 11,5%, mas as dificuldades de exportação mantêm-se em vários bens. Em Setembro, Nuno Vieira e Brito, secretário de Estado da Alimentação, deverá deslocar-se àquele país para tentar desbloquear a exportação de citrinos ou de nectarinas.

Há vários dossiês em negociações. "Carne de porco para a Coreia do Sul, arroz e carne de porco para a China", exemplifica Nuno Vieira e Brito. Estes são passos fundamentais para reforçar a presença de produtos agrícolas e alimentares no estrangeiro. Entre Janeiro e Abril, a importância desta actividade para o total do comércio internacional do país cresceu em comparação com 2013, de 10,07% para 10,53%, de acordo com os dados compilados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Na exportação de produtos animais e vegetais para determinado país, tudo começa com uma manifestação de interesse por parte das empresas junto da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), a autoridade nacional que tem de iniciar o chamado processo de habilitação. A DGAV pede informação à autoridade fitossanitária do país de destino que, por sua vez, faz chegar a documentação. Este processo de habilitação inclui uma análise de risco de pragas, implica a resposta a inquéritos e envolve a participação das empresas. São, depois, definidas propostas de "requisitos fitossanitários à importação", avaliadas pela DGAV e, caso sejam aceites e cumpridas, dá-se início à exportação. São necessárias várias certificações, dependendo do tipo de produtos.

Em Maio do ano passado Portugal conseguiu, pela primeira vez, exportar lacticínios para a China, um processo que estava por resolver desde 2008. Neste caso, o potencial estimado para as empresas portugueses é de dez a 15 milhões de euros, pelos cálculos do Ministério da Agricultura.

Exportações aumentam
Nos primeiros quatro meses do ano, as exportações do sector agro-alimentar aumentaram 4,3%, enquanto as importações recuaram 3,2%. Espanha mantém-se como o principal cliente, absorvendo 34,91% dos produtos agrícolas e alimentares nacionais que foram exportados entre Janeiro e Abril deste ano. Seguem-se Angola (com um peso de 12,55%), França (10,13%) e o Brasil (5,83%)

Nestes meses, as compras de Angola reduziram mais de 7%, o que pode ser explicado por uma queda nas exportações de cerveja para aquele país. França, Países Baixos, Alemanha, Cabo Verde e Rússia também registaram quedas. No lado oposto, está a Polónia, onde o grupo Jerónimo Martins tem quase 2400 supermercados Biedronka e para onde Portugal vendeu mais 30,7% entre Janeiro e Abril, em comparação com o período homólogo.

Os principais produtos exportados são o vinho, o azeite, o tomate preparado, as cervejas e as conservas. Destes, o vinho e as cervejas foram os que não conseguiram manter a tendência de aumento e reduziram as vendas para o estrangeiro. No caso do vinho, a descida, face ao ano passado, foi de 0,9%, para 206 milhões de euros. Já nas cervejas, que têm perdido clientes em Angola – o seu principal mercado – a descida ultrapassou os 15%, para 65 milhões de euros. Este sector tinha vindo a conseguir aumentar a sua presença fora de portas desde pelo menos 2009, mas em 2013 viu cair as exportações de 233,9 milhões para 199,8 milhões de euros.

My Farm. Neste Farmville, os legumes saem do ecrã directamente para a mesa


Baseada no jogo Farmville, a empresa My Farm permite gerir hortas reais à distância, escolher as sementes, acompanhar o crescimento e, no fim, receber os produtos em casa. Tudo sem químicos

João Duarte fala dos seus produtos com o paternalismo de quem os segue desde que eram semente. "Aprendi a trabalhar a terra com os meus avós e foi deles que herdei este gosto", conta ao i o agricultor, enquanto levanta do chão uma das muitas joaninhas que enchem a horta, "a prova de que estes produtos são bons", garante.

Aos 38 anos, o agricultor decidiu mudar a forma de fazer render o espaço de 3 mil metros quadrados no qual trabalha em Aruil, no concelho de Sintra. Com o objectivo de se dedicar a uma agricultura mais tradicional, tornou-se um dos utilizadores do programa My Farm, trabalhando para clientes que seguem o crescimento dos produtos de forma virtual.

O sucesso do jogo Farmville em Portugal fez perceber a vontade do contacto com a agricultura, mesmo para aqueles cujo trabalho passa por sete horas diárias sentados a uma secretária. Neste caso, em vez de dedicar horas de trabalho a uma horta virtual, o projecto My Farm pretende fazer do jogo uma interacção real entre agricultor e cliente, para que este possa provar os legumes que plantou, ainda que sem mexer na terra de uma forma directa. Na prática, através de uma plataforma digital, semelhante à do jogo do Facebook, o utilizador escolhe o tamanho da horta que pretende desenvolver, pagando um montante inicial que pode ir dos 50 aos 100 euros. A inscrição dá acesso a uma planta da sua horta e a todas as opções de produtos a plantar, assim como opções de rega e trabalho da terra. Depois de escolhidos os produtos e as quantidades, o agricultor implementa a horta no terreno no prazo máximo de três dias úteis. O processo é sempre acompanhado por um gestor de cliente que ajuda na escolha das melhores práticas, abrindo o leque a todos aqueles sem experiência agrícola. Com o pagamento de uma mensalidade, o utilizador tem acesso aos produtos que cresçam na área que lhe pertence, com a garantia de que lhe serão entregues na altura da colheita. Além disso, cada horta tem uma câmara de filmar que permite ao cliente controlar todos os processos que decorrem nas suas terras, desde a sementeira à colheita dos produtos.



Neste caso, João Duarte aderiu ao mais recente projecto da My Farm - o My Farm Free, uma nova modalidade que permite aos aderentes adquirir pedaços da horta do agricultor, ficando a aguardar o crescimento das hortícolas que serão entregues todas as semanas. Neste caso existe um carregamento inicial de 30 euros, mas o trabalho não fica dependente de mensalidades, com o cliente a investir apenas naquilo que o agricultor garanta como produção mínima. "Com este novo modelo, em vez de o cliente ter uma horta com tudo, tem diferentes partes de uma horta grande", explica Alice Teixeira, gestora do projecto que nasceu por iniciativa de um grupo de alunos e professores do Instituto Politécnico de Beja. Em três anos, são já 30 os clientes da modalidade "A minha horta" e a lista de inscrições para o recente My Farm Free conta já com mais de 20 pedidos.

Apesar da comodidade para o utilizador em ter uma horta à distância de alguns cliques numa página de internet, as vantagens não se esgotam em quem está em casa. Também os agricultores podem apostar numa agricultura de maior proximidade, evitando excedentes e a consequente perda de dinheiro.

João Duarte optou por uma agricultura familiar depois daquilo a que chama de "grande desilusão" com os grandes mercados. A trabalhar apenas para grandes armazéns, estava habituado a um pagamento que considerava "pouco justo" face às suas rotinas diárias. "Tinha cerca de 6 mil alfaces prontas a sair e o armazém oferecia-me apenas dez cêntimos por quilo, quando eu sei que o cliente a compra a 1,39 euros no supermercado", explicou ao i . Foi nesse dia que o agricultor decidiu transformar a sua horta num espaço dedicado a um trabalho mais tradicional, apostando na criação de cabazes de entrega ao domicílio e, mais recentemente, nas hortas My Farm. Das seis mil alfaces, conseguiu vender 1500, dando as restantes a instituições de caridade. "Preferi oferecer a quem precisa do que vendê-las a um preço ridículo", acrescentou. Actualmente, ainda recorre aos grandes armazéns para escoar os excedentes da sua horta, algo que espera que tenha fim com a entrada do My Farm.

O fim dos excedentes é exactamente uma das bandeiras que Alice Teixeira levanta na defesa do projecto. "Queremos que o pagamento seja o mais justo possível e, neste caso, isso acontece porque o agricultor vai cultivar apenas aquilo que sabe que vai vender", referiu. Actualmente, o projecto centra-se em Odivelas e Sintra, em contacto com três agricultores, mas o objectivo é criar mais pontos em redor de Lisboa, para que depois seja exequível noutras cidades do país.

Habituada a fazer a ponte entre cliente e agricultor, Alice Teixeira garante que a informação sobre o trabalho agrícola é, geralmente, muito reduzida. "Foi engraçado perceber que o fosso entre o rural e o urbano é tão grande", garante a responsável, que conta com o apoio de mais dois agrónomos no contacto com clientes e agricultores.

domingo, 13 de julho de 2014

Portugal tem que devolver 1,27 milhões de euros a Bruxelas

9/7/2014, 11:43
No exercício anual de liquidação de contas sobre despesas da PAC, Bruxelas reclama a restituição de 57 milhões de euros de fundos irregularmente gastos pelos países.


O valor de correção apurado para Portugal foi de 5,7 milhões de euros
Rui Manuel Fonseca
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lusa

Portugal terá que devolver a Bruxelas 1,27 milhões de euros por irregularidades em despesas de fundos da Política Agrícola Comum (PAC), anunciou hoje a Comissão Europeia, que reclama um total de 57 milhões de euros a 15 Estados-membros.

No exercício anual de liquidação de contas sobre despesas da PAC, Bruxelas reclama a restituição de 57 milhões de euros de fundos irregularmente gastos pelos países, mas, uma vez que alguns montantes já foram recuperados, o impacto financeiro da decisão de hoje é de 52 milhões de euros, sendo Portugal o principal "responsável" por esta diferença.

O valor de correção apurado para Portugal foi de 5,7 milhões de euros, o que quer dizer que Bruxelas reclama agora a devolução do montante de 1,27 milhões de euros por atrasos de controlos no terreno no quadro do desenvolvimento rural.

Entre os 15 países aos quais a Comissão Europeia pede a devolução de fundos irregularmente utilizados – e cujos valores voltarão ao orçamento da União Europeia -, o mais penalizado é a França, que tem que devolver aos cofres comunitários 20 milhões de euros.

Os outros países que têm que devolver dinheiro a Bruxelas são Alemanha, Espanha, Itália, Reino Unido, Bélgica, Suécia, Finlândia, República Checa, Dinamarca, Letónia, Hungria, Polónia e Eslovénia.

Gestora do Proder demite-se


por Ana Rita Costa
11 de Julho - 2014
A Gestora do Proder, Gabriela Ventura, apresentou a demissão. A saída foi justificada pela sua indisponibilidade para continuar a exercer funções. 

 
De acordo com declarações do secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, ao Diário Económico, "a saída de Gabriela Ventura prende-se com razões práticas e não de um desentendimento".

Segundo o secretário de Estado, Gabriela Ventura "não quis ficar para o próximo quadro comunitário", tendo manifestado a sua intenção de sair em janeiro. A Gestora do Proder acordou com os responsáveis pela pasta da Agricultura, no entanto, que abandonaria o cargo apenas no momento de transição entre os dois quadros comunitários.

Já com uma taxa de execução de 85%, o ministério da Agricultura espera em setembro conseguir antecipar apoios aos agricultores através do IGCP (Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública) que depois são reembolsados pela Comissão Europeia ao nível dos seguros. Os concursos para os apoios comunitários só devem arrancar em novembro ou dezembro.