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16 de Março, 2012
Um relatório divulgado hoje pelo Ministério da Agricultura dá conta da
tentativa de venda de mais cabeças de gado na região de Lisboa e Vale
do Tejo para diminuir os encargos das explorações pecuárias no
contexto da seca.
No segundo relatório do grupo de trabalho de acompanhamento e
avaliação dos impactos da seca em 2012, refere-se que os produtores
estão a ver-se obrigados a recorrer a rações industriais, fenos,
palhas e silagens para alimentar os animais.
«Tem-se assistido à tentativa de venda de mais cabeças de gado por
parte dos produtores, para assim diminuírem os seus encargos. Por sua
vez, os compradores de gado estão a manifestar menor interesse na
compra de animais e a oferecerem preços mais reduzidos», lê-se no
relatório, que tem por base dados meteorológicos e hidrológicos até 29
de Fevereiro.
O grupo de trabalho caracteriza como «bastante preocupante» e a
«agravar-se de dia para dia» a situação das forragens anuais, das
pastagens de sequeiro e da pecuária extensiva.
Nos cereais de Outono/inverno «houve produtores, que entretanto,
desistiram de fazer as sementeiras».
Nas 'zonas de bairro e charneca', a grande maioria das áreas de
cereais estão dadas como perdidas e há produtores que já prepararam os
terrenos para as culturas de primavera/verão.
As previsões são de uma redução entre 5% e 10% no trigo e de 10% na
cevada, enquanto nos casos da aveia e do centeio espera-se uma
manutenção das suas áreas em relação ao ano passado.
Na zona Oeste, a plantação da batata foi antecipada, depois de terem
sido muito afectadas as culturas de batata, das couves e do tomate de
estufa.
Em Lisboa e Vale do Tejo, segundo o relatório, o nível dos recursos
hídricos subterrâneos na zona de campo «não é preocupante» este mês
por ser semelhante a Maio do ano passado.
Os dados do final de Fevereiro que serviram de base ao relatório do
Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território
indicam que àquela data 68% do território continental estava em seca
severa e 32% em seca extrema.
Entretanto, o Instituto de Meteorologia divulgou hoje o boletim
quinzenal, referente ao ponto de situação a 15 de Março, que da conta
de que a seca extrema já atinge 53% do território continental,
enquanto os restantes 47% estão em situação de seca severa.
O índice utilizado para medir a dimensão da seca tem nove níveis, que
variam entre chuva extrema e seca extrema. Antes da seca extrema há a
severa, a moderada e a fraca.
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=44223
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