terça-feira, 5 de novembro de 2013

Exportações agro-alimentares para fora da Europa aumentaram 11%

ANA RUTE SILVA

04/11/2013 - 07:57

Depois do leite para a China e da carne de aves para os Emirados
Árabes, Governo está a acelerar habilitação de produtos para o México,
Japão e Coreia do Sul.

As conservas de peixe estão entre os produtos mais exportados pelas
empresas nacionais ENRIC VIVES-RUBIO


Com o maior cliente a perder poder de compra, os esforços das empresas
para conseguirem vender os seus produtos agrícolas e alimentares estão
todos focados no mesmo objectivo: exportar para fora do espaço
europeu.

Mais de 67% destes bens são comprados por países da União Europeia,
mas a estratégia de diversificação está, lentamente, a dar frutos: as
exportações extracomunitárias aumentaram 11% entre Janeiro e Agosto
deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, somando
mais de mil milhões de euros. E, desde 2008, as vendas para fora da UE
cresceram 11,3%, atingindo, o ano passado, o valor mais alto deste
período: 1.593.618 euros, de acordo com os dados do Instituto Nacional
de Estatística, compilados pela AICEP, a Agência para o Investimento e
Comércio Externo de Portugal.

Ainda assim, e apesar da crise interna, Espanha continua a ser, de
longe, o principal cliente de Portugal, com um peso de 36% nas
compras. Entre Janeiro e Agosto, os espanhóis compraram mais 6% de
produtos. Na lista dos principais mercados seguem-se Angola, França,
Brasil e Reino Unido (este, sim, com quebras de 1,5% face ao ano
passado).

Vinho, azeite, conservas de peixe e cervejas de malte são os produtos
mais exportados pelas empresas nacionais. Deste top 3, a cerveja
disparou 28% entre Janeiro e Agosto, numa altura em que no mercado
interno o consumo da bebida caiu para níveis de 1990. Também o azeite
registou um aumento expressivo das vendas para o exterior (27,6%), tal
como as conservas de peixe (28%), indústria que tem conseguido manter
a sua vocação exportadora.

O crescimento das vendas internacionais no sector agro-alimentar está
muito dependente da abertura de novos mercados. Por exemplo, conservas
de peixe, azeite, vinho, leite e lacticínios são os únicos produtos
que Portugal pode exportar para a China. E, no caso do leite, só em
finais de Maio as fronteiras se abriram pela primeira vez, depois de o
dossier ter sido, finalmente, aprovado, num processo que se arrastava
desde 2004.

Questionada pelo PÚBLICO sobre os dossiers de habilitação mais
recentes de produtos, fonte oficial desta secretaria adianta que o
processo de exportação de carne de aves e de ruminantes para os
Emirados Árabes Unidos (EAU) ficou concluído em Setembro. Está em
curso a "habilitação de certificação de exportação de carne de porco e
suínos vivos" para a China e outros produtos para o México, China,
Japão, Coreia do Sul.

A China "aceitou o dossier técnico" apresentado por Portugal para a
exportação de porco e suínos vivos e espera-se, agora, a vinda de uma
missão chinesa para analisar o sistema de segurança alimentar e de
certificação. A Secretaria de Estado da Alimentação acredita que este
"será um passo decisivo para a conclusão do processo e consequente
início de exportação". Fonte oficial acrescenta que este processo, que
arrancou em 2001, foi retomado durante a visita à China, em 2012, de
Paulo Portas e do secretário de Estado da Alimentação, Nuno Vieira e
Brito.

http://www.publico.pt/economia/noticia/exportacoes-agroalimentares-para-fora-da-europa-aumentaram-11-1611257

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