terça-feira, 3 de março de 2015

Portugal vai voltar a produzir beterraba sacarina


por Emília Freire
25 de Fevereiro - 2015

A partir da campanha de 2017 a produção da beterraba sacarina na União Europeia (UE) deixará de estar sujeita a quotas, passando o mercado a estar liberalizado. Com vista à retoma da produção da cultura em Portugal, interrompida em 2008, a DAI e a Associação Nacional dos Produtores de Beterraba estão a fazer ensaios para testar novas variedades mais produtivas. Sem pagamentos ligados previstos, por agora, na PAC, a produção conta com a partilha do rendimento industrial para viabilizar a cultura.

 
Produtores e indústria nunca aceitaram o 'fim' das quotas e consequente abandono da produção de beterraba sacarina em 2008. "A ANPROBE opôs-se sempre ao abandono da produção de açúcar português. Esse abandono tinha como consequência o fim da produção de beterraba sacarina. Se fomos contra, naturalmente somos a favor do seu retorno. As linhas estratégicas orientadoras do lançamento da cultura há 20 anos são as mesmas de hoje, mantêm-se válidas", garante o presidente da associação.

Manuel Campilho explica que "desde 2011 que temos vindo a trabalhar para o retorno da cultura. Perdemos o primeiro round. O lóbi francês e alemão impediram Portugal, como estava previsto, de voltar à produção em 2015. Voltaremos, certamente, em 2017. Realço a importância dos eurodeputados Luís Capoulas dos Santos e Maria do Céu Patrão Neves no trabalho que connosco (ANPROBE) desenvolveram no sentido de se ultrapassar o referido lóbi francês e alemão, que infelizmente não foi possível na altura".

O presidente da associação salienta que "a questão das quotas deixará de se colocar. A 1 de Outubro de 2017 o mercado europeu estará liberalizado. Há 20 anos a dimensão média de uma unidade industrial rentável situava-se em torno das 70 mil toneladas. Hoje, seguramente, aumentou".

Por seu lado, uma fonte da DAI confirma à VIDA RURAL que "temos campos de experimentação/divulgação de novas variedades de beterraba, em campos de agricultores, no vale do Tejo e nos perímetros regados de Alqueva (baixo Alentejo), levados a cabo em parceria com a ANPROBE, para permitir selecionar as melhores variedades para cultivo, em escala industrial, a partir da campanha de 2016/17, inclusive". E acrescenta que "quando for oportuno" fará a "divulgação oficial de objetivos e calendários do caminho para o retorno da produção de açúcar de beterraba pela DAI, voltando a utilizar matéria-prima exclusivamente produzida pelos agricultores portugueses".

Veja a reportagem completa na edição de fevereiro da revista Vida Rural. 

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