domingo, 1 de março de 2015

Alcácer do Sal vai ter centro de investigação do pinheiro manso

27-02-2015 
 

 
Um centro de competências nacional para potenciar a fileira do pinheiro manso, através da investigação e da partilha de conhecimento, vai ser criado na Mata Nacional de Valverde, em Alcácer do Sal, anunciou o município.

O Centro de Competências do Pinheiro Manso e do Pinhão (CCPMP) vai actuar no sentido de reforçar os estudos neste sector, promover a cooperação entre os organismos públicos, os institutos de investigação e os agentes económicos, como os produtores florestais e os industriais do pinhão, e elaborar candidaturas a financiamento comunitário.

O novo organismo vai aproveitar o «valor acrescentado» em termos de conhecimento já existente na Mata Nacional de Valverde, onde estão instalados viveiros estatais de plantas, e dar-lhe «outra dinâmica», disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Vítor Proença.

O protocolo de formalização do CCPMP vai ser assinado na sexta-feira de manhã, no Ministério da Agricultura e do Mar, pelos membros fundadores, nos quais se incluem o ministério e outros organismos estatais, o município, instituições de ensino superior e de investigação, associações ligadas ao sector e empresas.

De acordo com Vítor Proença, o custo do projecto ainda não está determinado, mas «não será um organismo para criar mais despesa pública, com pessoas a tempo inteiro», estando previsto que incorpore «quadros» que cada membro «já tem».

O autarca manifestou-se «muito feliz» por o CCPMP ficar sediado em Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal, uma vez que o concelho tem «a maior área de pinheiro manso a nível nacional», sendo a qualidade do pinhão aí produzido «reconhecida internacionalmente».

Vítor Proença lembrou que foi submetido à União Europeia um pedido para a criação de uma Denominação de Origem Protegida (DOP) com a marca Alcácer do Sal para o pinhão produzido em «todo o Ribatejo e Vale do Sado». De acordo com dados divulgados no ano passado pela União da Floresta Mediterrânica (UNAC), que também faz parte dos membros fundadores do CCPMP, o pinhão foi o segundo fruto seco mais exportado em 2013, a seguir à castanha, subindo para primeiro lugar se for incluído o valor da pinha.

Num relatório que sintetiza os resultados do programa de valorização da fileira da pinha e do pinhão promovido por esta entidade, é indicado que a falta de informação é um dos problemas do sector, não se sabendo, por exemplo, a quantidade de pinhão que os portugueses consomem, nem qual é a produção total de pinha.

Em 2013, havia mais de 175 mil hectares de pinheiro manso em Portugal, que representavam cerca de seis por cento da floresta nacional, com destaque para o Alentejo, que produz 67 por cento das pinhas nacionais e 15 por cento das pinhas mundiais. A capacidade produtiva da pinha é estimada num valor económico que se situa entre os 50 e 70 milhões de euros por ano.

Fonte: Lusa

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