quinta-feira, 23 de julho de 2015

Serras de Valongo com patrulhas a cavalo para evitar incêndios

 21-07-2015 
 

Fonte: Lusa

O Centro Hípico de Valongo vai assegurar a vigilância e a deteção de ignições nas áreas florestais deste concelho do distrito do Porto, através de patrulhamentos diários às serras que formam um total de 4.300 hectares de zona verde.

"A zona verde de Valongo é uma zona de altíssimo risco porque é uma zona de contacto com a zona urbana. Investimos em muita prevenção e muita vigilância", afirmou o presidente da câmara, José Manuel Ribeiro, acrescentando que este concelho a par de Baião "tem sempre risco máximo quando há dias de temperaturas elevada".

Aos elementos do Centro Hípico de Valongo, entidade que esta manhã assinou um protocolo com a câmara, fica destinada a tarefa de se deslocarem a cavalo, em ações de vigilância móvel, nos percursos e horários definidos pelos Serviços Municipais de Protecção Civil e Proteção da Floresta (SMPCPF) e comunicar, via telemóvel, à Protecção Civil de Valongo sempre que detetem colunas de fumo.

"O alerta rápido é muito importante e a presença do patrulhamento a cavalo reforça o efeito dissuasor. Um território desta natureza deve ser muito utilizado para afastar quem tem más intenções", descreveu José Manuel Ribeiro.

O período de maior vigilância às áreas florestais de Valongo, devido ao risco de incêndio, já se iniciou, estendendo-se até outubro, embora, conforme referiu o autarca "ao longo do resto do ano sejam várias as ações nas serras como gestão das faixas de combustível, exercícios de fogo controlado, limpeza e reflorestação".

A par do patrulhamento a cavalo, pelas serras de Valongo estão espalhadas equipas que incluem desempregados a fazer vigilância, no âmbito dos chamados Contratos Emprego e Inserção do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Soma-se, ainda, a equipa de sapadores da câmara de Valongo, um grupo de cinco elementos constituído ao abrigo de um protocolo celebrado com associação Portucalea, e a cooperação com as associações de bombeiros locais.

"São bons exemplos de trabalho em parceria porque envolvemos várias entidades que no âmbito das suas atividades - por exemplo o centro hípico tem vocação para o ensino de equitação - conseguem encontrar motivações comuns à população e território onde se inserem", referiu José Manuel Ribeiro.

No protocolo hoje estabelecido lê-se que "é responsabilidade de todos zelar pela proteção e defesa das áreas florestais", e recorda-se que o Centro Hípico de Valongo "usufrui destes recursos florestais, imprescindíveis à sua atividade, pelo que apoia a sua valorização e defesa".

"Os nossos 4.300 hectares são muito importantes e devem ser bem vigiados. Temos um património que já não é só de Valongo, é um património metropolitano, nacional e europeu. Há que o salvaguardar", completou José Manuel Ribeiro.

Desse território, classificado como Área de Paisagem Protegida de Âmbito Local, 800 hectares estão afetos à Rede Natura 2000.

Dados da câmara de Valongo indicam que nos últimos dez anos o pior ano no que se refere a área ardida corresponde a 2005 com mais de mil hectares (223 ocorrências) ardidos, seguindo-se 2006 em que a área ultrapassou os 800. Em 2010 foram 785 os hectares ardidos, enquanto em 2014 apenas 36, o que correspondeu a 117 ocorrências.

Já este ano foram desenvolvidas acções como abertura de zona de proteção alargada na zona de Chães, o que, refere a informação da câmara, "facilitou a utilização em diversos incêndios, quando no passado havia receio dos pilotos dos helicópteros".

Quanto à rede viária foi iniciada a beneficiação de aproximadamente 12 quilómetros em área protegida.

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