segunda-feira, 11 de junho de 2012

Corticeira Amorim cede terrenos para colaboradores gerirem hortas biológicas

Por Agência Lusa, publicado em 11 Jun 2012 - 14:51 | Actualizado há 1
hora 8 minutos
Share on printImprimir Share on tweetEnviar


A Corticeira Amorim está a disponibilizar aos seus colaboradores
vários terrenos desocupados que, dentro do perímetro das próprias
fábricas, estão a ser transformados em hortas biológicas, cujos
produtos são depois distribuídos por quem trabalha a terra.

Em causa estão já 1.400 metros quadrados de terreno que, em duas
unidades da Amorim em Santa Maria da Feira, vêm sendo lavrados por
cerca de 70 funcionários da corticeira, entre os quais quadros
dirigentes, operadores de máquinas, técnicos de laboratório e várias
classes de operários.


Paulo Bessa é o diretor de Sustentabilidade da Amorim e declarou à
Lusa que o projeto de criação destes novos espaços hortícolas se
insere na estratégia "ambiental e social que a empresa promove
diariamente com os seus colaboradores, que assim fazem o
aproveitamento saudável de terras que estavam inutilizadas, atendendo
aos princípios da agricultura biológica".

"As pessoas que aderem à iniciativa formam equipas para tratar das
hortas, organizam-se para cultivar os seus produtos e obtêm assim
alimentos saudáveis, o que também fortalece o espírito de coesão que a
empresa sempre pretendeu promover internamente", acrescenta esse
responsável.

Paulo Bessa realça que a participação está aberta a todo o pessoal das
unidades de Santa Maria da Feira e que os resultados da experiência
serão depois partilhados com os 2.500 colaboradores que a Amorim tem
em todo o país, para que esses "também possam, de alguma forma, ser
envolvidos no projeto".

A horta da Amorim & Irmãos está em fase mais embrionária, mas na da
ChampCork as sementeiras já deram fruto e Sandra Silva, que escolhe
rolhas nessa fábrica e integra o grupo de agricultores responsável
pelo talhão "Os sabores da Natureza", confessa que, apesar de ter
aderido ao programa das hortas biológicas "por brincadeira", agora "a
equipa faz tudo com muito gosto e tenta ir ao pormenor".

"Começámos a plantar tudo muito rápido, mas depois veio aquela fase de
mau tempo e estragou muita coisa", recorda a operária. "Mas com o
calor parece que voltou tudo à vida e já levámos as primeiras alfaces
pra casa".

Couves, cebolas, feijão-verde, pepinos, morangos, tomates, alfazema e
abóboras são os outros produtos já plantados no terreno situado nas
traseiras dessa unidade industrial, na qual há também espantalhos e
vários CD que refletem luzes com a movimentação do vento, para
assustarem a raposa e os esquilos que "já andaram a rapinar coisas que
não deviam".

Alice Miranda trabalha no laboratório da corticeira, integra o grupo
de lavradio "As sacholas" e foi uma das participantes que ensinou aos
novatos os princípios básicos do trabalho da terra. "Fui criada nos
campos e gosto muito disto. Portanto, achei a ideia uma maravilha",
explica. "Uns vão fazendo à frente enquanto os outros copiam e
aprendem, e é bom chegarmos aqui todos os dias e vermos que isto está
cada vez mais bonito".

À medida que os produtos crescem e ficam prontos a ser colhidos, a
distribuição faz-se pelos elementos da equipa a quem a hortaliça "faça
mais jeito". José Oliveira, o aglomerador de granulado que também
integra "As sacholas", foi "forçado a participar" no projeto pelos
colegas e ainda não levou nada para casa, mas diz que não se
arrepende: "Costumamos juntar-nos aqui depois das 17:00 e acho que a
ideia foi muito boa, porque há gente que beneficia disto e aprendemos
umas coisas uns com os outros".

Marlene Santos, que trabalha na marcação de rolhas, garante a
qualidade do produto: "Podemos cultivar tudo o que quisermos, mas não
podemos usar químicos. Tem que ser tudo ao natural, [fertilizado] só
com cinza ou estrume de galinhas e coelhos, e a verdade é que assim as
coisas crescem mais depressa".

Rivalidade entre os que levam produtos para casa e os que esperam pela
sua vez não há. "Só há competição entre uma equipa e a outra, e entre
a ChampCork e a Amorim & Irmãos", revela Marlene Santos. "E claro que
a Amorim & Irmãos tem que ficar para trás".

http://www.ionline.pt/portugal/corticeira-amorim-cede-terrenos-colaboradores-gerirem-hortas-biologicas

Sem comentários:

Enviar um comentário