quarta-feira, 13 de junho de 2012

Congresso Mundial de Buiatria: “muitas explorações correm o risco de fechar”

por Carmen Silva
12 de Junho - 2012
Com cerca de 2400 participantes oriundos de 66 países, o XXVII
Congresso Mundial de Buiatria, que decorreu em Lisboa entre 3 e 8 de
junho, foi "excelente", declarou João Cannas da Silva, chairman do
comité de organização do congresso, acrescentando que "tivemos um
feedback muitíssimo bom dos participantes".


Uma das razões diz respeito às apresentações científicas, cujo nível
foi "extremamente elevado". Por outro lado, "apresentamos ainda
diversas inovações, nomeadamente as mesas redondas onde pusemos em
confronto professores, médicos veterinários, produtores, etc.", relata
o responsável.


Uma dessas mesas redondas foi subordinada ao tema 'Farmers demands on
veterinarians for the near future and veterinary response', onde se
chegou à conclusão de que "os médicos veterinários pensam que os
produtores querem consultoria grátis, mas é o médico veterinário que
acaba por oferecer consultoria ao produtor". Por fim, a maioria da
audiência pronunciou-se a favor quando confrontada com a questão de
que o valor dos atos veterinários ou consultoria não devia ser
'incluído' no preço dos medicamentos.

Explorações em dificuldades

Durante o evento, outros temas mereceram destaque. Cannas da Silva
apontou a sustentabilidade da reprodução, a segurança alimentar, assim
como as questões de maneio e de gestão das explorações. O chairman
salientou ainda que, em Portugal, "as explorações estão a passar por
dificuldades enormes" e neste contexto o médico veterinário é
prejudicado porque "o produtor tem menos dinheiro para pagar pelos
seus serviços". Daí que, numa realidade onde "há muitas explorações
que correm o risco de fechar", as perspetivas "a médio e longo prazo
não são muito satisfatórias".

Cannas da Silva mostrou-se ainda preocupado com o futuro do gado
bovino na Europa, sublinhando que o futuro desta espécie está nos
países emergentes da América do Sul, que estão a crescer a grande
velocidade. A Europa "está doente", com a PAC "a ser paga para não
produzir e a tornar-nos dependentes de países terceiros, pelo que o
futuro é muito incerto e nada seguro se não mudarem as políticas".

http://www.vidarural.pt/news.aspx?menuid=8&eid=6491&bl=1

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