terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Estado mantém Coudelaria Alter Real mas com gestão privada

O Estado mantém a propriedade e os direitos mas a gestão será privada,
diz a ministra da Agricultura, sublinhando que "ninguém pode dizer que
funcionou bem" o modelo atual (uma fundação).
14:25 Terça feira, 11 de dezembro de 2012

Fundada em 1748 por D. João V, a coudelaria desenvolve trabalhos de
seleção e melhoramento de cavalos Lusitanos

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A Coudelaria Alter Real vai passar a ter uma gestão privada, mantendo
o Estado a propriedade e os seus direitos, anunciou hoje a ministra da
Agricultura. O anúncio foi feito no Parlamento, quando o deputado
Miguel Freitas questionou Assunção Cristas sobre as alegações do vogal
da Coudelaria Alter Real, António Hemetério Cruz, que se demitiu
recentemente.

"Prepara-se para entregar a Coudelaria a um conjunto de grandes
fundadores das Fundação, ficando o Estado com todo o ónus? O Estado
absorve toda a dívida da coudelaria? Como vai resolver a questão de
ser a autoridade equestre nacional? E o que acontece aos
funcionários?", quis saber o deputado socialista.

Na resposta, Assunção Cristas lembrou que a criação da Fundação Alter
Real remonta a 2007, quando o Governo passou para uma fundação privada
de fins públicos um conjunto de ativos, o direito de usufruto e as
suas responsabilidades (a nível de Autoridade Equestre Nacional,
Livros Genealógico e Laboratório de Genética Molecular).

"Nada disso foi alterado. O que está em causa é uma questão de gestão
e não da natureza jurídica da fundação, com um acervo de competências
que foi decidido em 2007 (no Governo de José Sócrates)", assinalou a
ministra.
Fundação "gera dívida e mais dívida"

Assunção Cristas frisou que "a Fundação tal como está não funciona e
gera dívida e mais dívida". que se situa atualmente nos 2,5 milhões de
euros. A ministra recordou que, ao longo deste processo, já tinha
havido divergências entre "fundadores que manifestaram interesse em
continuar e outros que acharam que não tinha viabilidade" e que numa
reunião em novembro "ficou claro que há uma solução com base nos
fundadores, que passa por os privados assumirem a gestão num conselho
de administração onde está, por inerência, o presidente da Câmara de
Alter mas deixa de estar a Companhia das Lezírias ".

Na prática, o Estado mantém a propriedade e os direitos mas a gestão
será privada, esclareceu a governante, sublinhando que "ninguém pode
dizer que funcionou bem" o modelo atual.

Assunção Cristas garantiu que os funcionários "estão acautelados" já
que a Coudelaria continuará a precisar deles.

No que respeita à divida, a ministra disse que vai ser resolvida
através de dações em pagamento, sendo que algumas propriedade ficarão
para a principal credora, a Companhia das Lezírias. Esta é uma
"solução que acautela os interesses públicos", concluiu a governante.
Colaboração com universidade

Com cerca de 100 funcionários, a Fundação Alter Real foi criada a 1 de
março de 2007, após a extinção do Serviço Nacional Coudélico, no
âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do
Estado.

A Coudelaria Alter do Chão, fundada em 1748 por D. João V, desenvolve
atualmente trabalhos de seleção e melhoramento de cavalos Lusitanos e
na área de investigação, possuindo ainda uma unidade clínica dotada
com todos os meios para o acompanhamento e tratamento médico dos
animais.

As instalações da coudelaria albergam também um polo da Universidade
de Évora, um espaço dedicado à formação profissional e infraestruturas
hípicas e desportivas, além do laboratório de genética molecular.

O turismo temático e ambiental e a falcoaria são outras das áreas que
fazem parte do dia a dia da coudelaria.

http://expresso.sapo.pt/estado-mantem-coudelaria-alter-real-mas-com-gestao-privada=f773072

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