segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Tornados mais frequentes

Clima: Rajadas de vento provocaram destruição em 27 locais em 4 anos


Portugal enfrenta um número crescente de tornados. Só nos últimos
quatro anos, foram registados 27 fenómenos atmosféricos que, devido à
força do vento, provocaram avultados danos. Os quatro temporais mais
destrutivos neste período, todos eles ocorridos nos últimos três meses
do ano, provocaram cerca de cem milhões de euros de prejuízos e meia
centena de feridos.

Por:João Saramago

Para o meteorologista Manuel Costa Alves, a ocorrência de 27 destes
fenómenos atmosféricos em quatro anos é um indício para uma possível
maior frequência. Contudo, defende, "será necessário da parte do
Instituto de Meteorologia fazer um levantamento para se verificar essa
realidade".

O meteorologista sublinha que enquanto exerceu funções na Protecção
Civil realizou um levantamento dos tornados ocorridos entre 1985 e
1999, tendo verificado 30 situações nesses 15 anos. "O ano marcante
foi 1996, em que se verificaram 10 ocorrências", disse. Depois da sua
saída , este levantamento pode não ter tido continuidade. O CM
questionou o Instituto de Meteorologia sobre a existência de registos
da quantidade de tornados em Portugal, não tendo sido, contudo,
facultada a informação.

Num cruzamento do seu levantamento com o relatório da organização
alemã não governamental European Severe Wheather Database, Costa Alves
conclui que a maioria dos 88 tornados registados desde 1932 em
Portugal ocorreu desde 1985.

O meteorologista considera que os dois últimos meses do ano são os
mais propícios à ocorrência destes eventos. O tornado mais destrutivo
aconteceu a 6 de Novembro de 1954, em Castelo Branco, tendo provocado
cinco mortos e 200 feridos. Costa Alves explica que alguns destes
temporais, identificados pelos populares como tornados, podem na
verdade ser 'downbursts', ou seja, temporais caracterizados por um
forte movimento do vento de cima para baixo, que provoca igualmente
destruição.

"INFLUÊNCIA DO AQUECIMENTO GLOBAL": Manuel Costa AlvesMeteorologista

Correio da Manhã – O aquecimento global tem influência sobre o número
de tornados registados em Portugal?

Costa Alves – Possivelmente o aquecimento global tem impacto, não no
aumento da frequência, mas sim na intensidade dos tornados.

– Portugal é um país exposto à formação de tornados?

– Não. Poderá haver uma média de três por ano, desde que há registo.
Ou seja, uma baixa frequência, e são de fraca intensidade.

– Há capacidade tecnológica para prever um tornado?

– A capacidade é mínima, mesmo com recurso a radares meteorológicos.
Mas com a formação adequada é possível prever, embora a possibilidade
de se confirmar a sua ocorrência seja de apenas 25%.

NOVEMBRO MUITO CHUVOSO NÃO AFASTA SECA NO NORTE

O mês de Novembro foi classificado pelo Instituto de Meteorologia como
chuvoso a muito chuvoso, com valores de precipitação de 143 litros por
metro quadrado, quando o normal dos últimos 20 anos nesta época do ano
é de 109 litros. Contudo, em algumas regiões a quantidade de
precipitação permanece insuficiente, pelo que não foram ainda
afastados os riscos de seca do último Verão.

Áreas do Douro Litoral, Trás--os-Montes e Baixo Mondego, que no
conjunto englobam 14% do território, permanecem em situação de seca
fraca. O resto do País atingiu no último mês uma situação de
normalidade ou mesmo de valores de acumulação de precipitação acima do
normal para esta época do ano, sendo os casos mais expressivos
observados nos distritos de Lisboa e de Castelo Branco.

Reflexo da fraca precipitação a norte é o valor baixo de armazenamento
nas albufeiras de algumas barragens. O caso mais expressivo ocorre no
Minho, na barragem do Alto Lindoso, que regista apenas 22% da sua
capacidade máxima, quando o habitual nos últimos 20 anos é de 60%.
Diferente é, por exemplo, a barragem do Alqueva, que contabiliza 83%
da capacidade máxima de armazenamento.

Além de chuvoso, Novembro foi um mês frio. A temperatura média foi
mais baixa do que a média dos últimos 20 anos em 0,8 graus. O valor
mais baixo ocorreu na serra da Estrela, no dia 28: os termómetros
desceram aos 3,6 graus negativos.

http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=446658E9-CFBD-467D-9FC8-A0B38CDCF4BA&channelID=00000009-0000-0000-0000-000000000009

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