terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Santos Pereira diz que ambiente não pode prejudicar a política industrial europeia

Lusa 10 Dez, 2012, 13:47 / atualizado em 10 Dez, 2012, 15:02
Santos Pereira diz que ambiente não pode prejudicar a política
industrial europeia
Olivier Hoslet / EPA
O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, defendeu hoje, em
Bruxelas, uma política industrial europeia mais "amiga do
investimento", defendendo que a reciprocidade é a palavra-chave, e
critica o "fundamentalismo" de algumas regras ambientais.

"A Europa tem que flexibilizar algumas das suas regras. Muitas vezes,
a Europa está mais preocupada em manter regras muito fundamentalistas,
que prejudicam a nossa indústria e prejudicam o nosso emprego", disse
o ministro, aos jornalistas.

Em relação aos instrumentos para a reindustrialização da União
Europeia (UE), Santos Pereira desejou que "ao nível das regras
ambientais e doutras regras obviamente que sejam importantes, a Europa
não seja mais papista que o papa em relação a outras regiões do
globo".

O ministro considerou também que, muitas vezes, a UE, "ao impor regras
extremamente difíceis às nossas empresas e incentivando a
deslocalização para outras áreas do globo onde estas regras não
existem, contribui, por exemplo, para o agravamento das alterações
climáticas, e muitas vezes para que a proteção (social) dos
trabalhadores não aconteça".

"Ao nível dos regulamentos da introdução dos biocombustíveis, ao nível
do combate às alterações climáticas, é fundamental que a Europa
mantenha a sua liderança, desde que não prejudiquemos a nossa
indústria", exemplificou.

Se as empresas de deslocalizam, salientou ainda, a Europa acaba por
importar bens produzidos com regras ambientais muito mais brandas que
as da UE.

Numa altura em que a Europa está numa situação débil, tem que ter uma
política orientada para a reindustrialização.

A reciprocidade para a reindustrialização da UE significa que "nós
temos que ter o mesmo tratamento que os outros nos dão, noutros
países", uma vez que "não é aceitável que em prol da nossa política
ambiental ou política comercial, a Europa tenha perdido indústria
desnecessariamente para outras partes".

Europa tem que ser "mais arrojada" com pedidos de reciprocidade e
fazer com que as políticas ambientais sejam"amigas do investimento",
disse o governante, defendendo uma "posição mais musculada, mais
concertada".

No conselho de ministros da Competitividade foi ainda decidido criar,
a cinco, o grupo dos "Amigos da Industrialização, que manterão
encontros muito regulares".

Os ministros de Portugal, Espanha, Itália, França e Alemanha assinam
uma carta aberta em que defendem as suas posições sobre a
industrialização, que deverá ser divulgada na terça-feira.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=610492&tm=6&layout=121&visual=49

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