quarta-feira, 9 de julho de 2014

Floresta Amazónica cresceu após mudanças climáticas há 2.000 anos


Floresta Amazónica cresceu após mudanças climáticas há 2.000 anos


Faixas da Amazónia podem ter sido pradarias até uma mudança natural para um clima mais húmido há cerca de 2.000 anos ter levado à formação da floresta tropical, de acordo com um estudo que desafia a crença comum de que a maior floresta tropical do mundo é muito mais velha.
A chegada de doenças europeias após Cristóvão Colombo ter cruzado o Atlântico em 1492 também pode ter acelerado o crescimento de florestas com a morte de populações indígenas que utilizavam a região para agricultura, escreveram os cientistas na revista científica norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
«O ecossistema dominante era mais como a savana do que a floresta tropical que vemos hoje», disse John Carson, que liderou a pesquisa na Universidade de Reading, em Inglaterra, sobre o sul da Amazónia.
Os cientistas disseram que uma mudança para condições mais húmidas, talvez causadas por alterações naturais na órbita da Terra ao redor do Sol, levaram ao crescimento de mais árvores a partir de há 2.000 anos.
Os cientistas estudaram aterros feitas pelo homem, descobertos recentemente após o abate de árvores na Bolívia, que incluíam valas de até 1 quilómetro de comprimento e de até 3 metros de profundidade e 4 metros de largura.
Eles encontraram grandes quantidades de pólen de relva em sedimentos antigos de lagos próximos, sugerindo que a região era coberta por uma savana. Também encontraram evidências de plantações de milho, o que aponta para a agricultura.
A Amazónia tem sido tradicionalmente vista como uma floresta tropical primitiva e densa, povoada por populações caçadoras-colectoras. Nos últimos anos, no entanto, arqueólogos descobriram indicações de que povos indígenas viveram na selva densa, mas conseguiram abrir espaço de terra para agricultura.
O estudo publicado na revista PNAS sugere uma nova ideia de que a floresta simplesmente não existia em algumas regiões.
As «descobertas sugerem que, em vez de ser uma floresta de caçadores-colectores, ou de desmatadores de florestas em grande escala, os povos da Amazónia de há 2.500 a 500 anos eram agricultores», disse a Universidade de Reading em comunicado.
Carson disse que, talvez, um quinto da bacia da Amazónia, no sul, pode ter sido savana até essas transformações naturais, ao passo que floresta cobriria o território restante.

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