quinta-feira, 26 de março de 2015

Douro: ambientalistas apelam ao abandono de herbicidas nas vinhas

 25 Março 2015, quarta-feira  Viticultura

A Quercus de Vila Real apela aos viticultores do Douro para abandonarem o uso de herbicidas, depois de o glifosato, que é utilizado «em larga escala» na região duriense, ter sido recentemente considerado como possivelmente cancerígeno.
«O glifosato é utilizado em todo o mundo na agricultura industrial. Em Portugal a utilização do glifosato é massiva na cultura da vinha, em especial nos vinhedos do Alto Douro Vinhateiro», afirmou, em comunicado, o núcleo de Vila Real e Viseu da associação ambientalista.
Este produto integra a lista de cinco pesticidas que foram recentemente classificados como «possível ou provavelmente» cancerígenos para o homem pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC), estrutura da Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com a IARC, o glifosato foi encontrado no ar, na água e nos alimentos, e a população está particularmente exposta, por viver perto de áreas intervencionadas com o herbicida, ainda que os níveis de exposição observados sejam «geralmente baixos».
Perante esta «nova informação», a Quercus lançou esta quarta-feira (25 de Março) um apelo aos viticultores da região e «à coragem política dos autarcas para que a prática do uso de herbicidas seja abandonada e em alternativa sejam usados meios não químicos para controlo de plantas infestantes».
A organização também considerou «preocupante a prática cada vez mais comum de aplicação de herbicidas em meio urbano por parte das autarquias locais».
Deste modo, apelou a «uma especial atenção à aplicação deste produto na agricultura e nas zonas urbanas».
A associação lembrou que, em colaboração com a Plataforma Transgénicos Fora, lançou em 2014 a campanha contra o uso de herbicidas em espaços públicos, desafiando as autarquias locais a subscreverem o manifesto "Autarquia sem Glifosato".
Até ao momento subscreveram este manifesto os municípios de Braga, Castelo de Paiva, São Vicente (Madeira) e Vila Real, e oito juntas de freguesia.

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