terça-feira, 14 de abril de 2015

Aposta na papoila começou há dois anos com regadio do Alqueva


CÁTIA SIMÕES
00:05

Os escoceses da MacFarlan Smith foram os primeiros a investir na papoila em Portugal.
A aposta no cultivo de papoila chegou há cerca de dois anos a Portugal, com a farmacêutica escocesa MacFarlan Smith a investir na região do regadio alimentado com a água da barragem do Alqueva.
Inicialmente o projecto contava com cerca de 100 hectares para testes à qualidade do solo e viabilidade da cultura na região. Passada esta primeira fase, a empresa escocesa avançou com um uma plantação que conta já com mil hectares e que, no próximo ano, terá dois mil hectares de área cultivada. A exploração envolve os agricultores locais, a quem é comprada a produção. No próximo ano, a previsão é que a área de cultivo seja duplicada, para quatro mil hectares. E já várias outras empresas seguiram as pisadas, como os australianos da TPI Enterprises (ver texto ao lado), que terão 2.500 a 3.000 hectares.
O projecto da farmacêutica escocesa já foi licenciado, em Março de 2013, pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) e a implementação do projecto em Portugal resulta de um memorando de investimento assinado com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) para a plantação de um total de quatro mil hectares em três anos.
A MacFarlan Smith, além das plantações, já iniciou a construção de uma fábrica na região para o processamento da papoila. O investimento pode chegar aos 40 milhões de euros na sua fase final.
Na primeira fase de construção, que visa o armazenamento e tratamento das papoilas - a separação das sementes do resto das plantas - e, numa segunda fase, para extrair morfina para fins medicinais, o investimento foi de quatro milhões de euros. Esta fase deverá estar concluída já em Outubro. A longo prazo, e consoante os projectos da farmacêutica, deverá avançar-se para a segunda fase de investimento, que rondará os 20 milhões de euros mas pode chegar aos 40 milhões de euros.
A região do Alqueva tem recebido novas culturas nos últimos anos, desde que a área de regadio se expandiu. No final deste ano, com a conclusão do projecto, o regadio da barragem vai cobrir cerca de 120 mil hectares. O investimento total da EDIA, a entidade que gere o Alqueva, atinge os 2,5 mil milhões de euros. Em andamento estão ainda 22 empreitadas do projecto, com cerca de 200 milhões de euros de investimento público em execução, segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Agricultura.

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