segunda-feira, 14 de maio de 2012

Aguardente vínica pode ser solução para problemas da Região Demarcada do Douro

Por mundolusiada | 14 maio, 2012 as 3:21 pm | Nenhum comentário

Da Redação


A Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro) apresentou aos
deputados da Assembleia da República a "exclusividade da produção da
aguardente vínica na Região Demarcada do Douro" como essencial para
resolver a "grave crise" que atravessa. "Entre as medidas estratégicas
a tomar, destacamos a importância de se garantir a exclusividade da
produção de aguardente à Região Demarcada do Douro", disse o
presidente da CIM Douro.

José Cascarejo, também presidente da Câmara de Alijó, falava na
comissão parlamentar de Agricultura e Mar, onde a CIM Douro foi ouvida
a pedido do PCP, em 08 de maio.


Os representantes da CIM Douro apresentaram aos deputados um estudo
que fizeram, em resposta a um desafio lançado pelo secretário de
Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, no qual
consta um "conjunto de ideias que visam revolver a grave crise que
afeta, sobretudo, pequenos e médios produtores".

Segundo o presidente da Câmara de Peso da Régua, Nuno Gonçalves, vogal
na CIM Douro, a produção de aguardente vínica "vai permitir escoar o
excedente e dizer aos lavradores que terão um rendimento justo pelo
trabalho nas suas vinhas".

Nuno Gonçalves defendeu ainda que a aguardente vínica iria dar "novas
competências" à Casa do Douro, que continua a ser "uma grande
instituição e não se deve deixar cair". A Casa do Douro "podia fazer a
gestão da produção e distribuição de toda a aguardente vínica e
regulamentar o funcionamento das adegas cooperativas", afirmou.

A recuperação das adegas cooperativas e um novo modelo de gestão é
outra das propostas da CIM Douro, bem como o regresso de um interposto
comercial a Vila Nova de Gaia.

O presidente da CIM Douro, José Cascarejo, criticou ainda a decisão do
Governo de alterar os estatutos do Instituto do Vinho do Douro e Porto
(IVDP), afirmando que aquele organismo "vai de mal a pior".

Afirmando estar em "desacordo com o que o Governo fez", José Cascarejo
disse que o IVDP deve "representar os comerciantes e os produtores e
promover o vinho lá fora, onde for necessário". "Não estamos aqui a
brincar. Não temos questões político-partidárias. Ou querem ouvir o
que o território tem a dizer ou não. Isto (alteração dos estatutos)
acrescenta problemas aos já existentes", frisou.

Por seu lado, Nuno Gonçalves disse que os autarcas da região "não
foram consultados" quanto às alterações dos estatutos do IVDP, que vão
"contra as [suas] perspetivas, que era tirar o peso do Estado do
instituto para agilizar procedimentos".

http://www.mundolusiada.com.br/gastronomia/aguardente-vinica-pode-ser-solucao-para-problemas-da-regiao-demarcada-do-douro/

1 comentário:

Anónimo disse...

É incrível como as pessoas mudam... Caiem no "poder" em Lisboa e esquecem todo o seu passado em defesa da descentralização do poder!
Se toda a gente do Douro quer a alteração de fabricar o Vinho do Porto com aguardente produzida na própria região, acrescentando valor e limpando os excedentes, o que levará o Secretário de Estado a inviabilizar esta proposta?
Como se deve interpretar a actuação dos políticos que "afirmam" pretender aumentar o valor da produção nacional e das exportações e rejeitam propostas com esse fim?
Bem hajam os autarcas do Douro que, em boa hora e compreendendo a insatisfação dos seus conterrâneos, pugnam publicamente, mesmo contrariando as opções dos seus partidos, pela adopção de medidas que os satisfaça...

Enviar um comentário