quarta-feira, 16 de maio de 2012

Os Verdes pretendem confrontar ministra do Ambiente na Assembleia da República

DOURO

por LusaOntem

O partido Os Verdes anunciou hoje que pretende confrontar a ministra
do Ambiente, Assunção Cristas, "em breve", na Assembleia da República,
sobre a "proposta da Unesco para parar as obras da barragem de Foz
Tua".
"A ministra do Ambiente, que se tem mantido em silêncio total sobre
este assunto, vai ser brevemente confrontada por Os Verdes, em sede
parlamentar", afirma, em comunicado, o partido.
No comunicado, os Verdes dizem "regozijar-se com o teor da proposta da
Unesco relativamente à barragem de Foz Tua e ao Alto Douro Vinhateiro,
que vai ser debatida na próxima reunião do Comité Mundial", a ocorrer
em junho, em S. Petersburgo, na Rússia.
A edição de hoje do jornal Público avança que a Unesco se prepara para
mandar parar as obras da barragem de Foz Tua por terem "um impacto
irreversível e ameaçar os valores" que estiveram na base da
classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial da
Humanidade, estando em análise uma missão conjunta de estudo à
situação.

Em causa está o projeto da barragem de Foz Tua, já em construção, que
nunca terá sido mencionado no dossiê de candidatura, apesar de estar
já previsto no Plano Energético Nacional de 1989 e no Plano da Bacia
Hidrográfica do Douro desde 1999.
No comunicado, os ambientalistas referem ainda que querem ouvir
Assunção Cristas sobre a avaliação de impacto das linhas de alta
tensão Foz Tua-Armamar, bem como sobre os impactos do projeto do
arquiteto Eduardo Souto Moura.
As linhas de alta tensão e a central elétrica encontram-se em pleno
Património Mundial, sendo que esta última está a ser reformulada pelo
arquiteto Souto Moura.
As alterações ao projeto vão custar à EDP dois milhões de euros e é
delas que quer saber também a Unesco, que irá exigir a Portugal que
remeta ao Comité do Património Mundial um relatório sobre a revisão ou
o reexame do projeto" e também "sobre o estado de conservação" da área
classificada.
O partido ecologista lembra que o teor da proposta da Unesco,
"nomeadamente a paragem imediata das obras da Barragem até uma
posterior avaliação dos impactos da mesma sobre o Alto Douro
Vinhateiro, vem ao encontro da posição que Os Verdes sempre
defenderam".
Esta mesma posição, acrescenta o partido, foi expressa, "no dia 02 de
Maio, na reunião decorrida com a responsável da Missão do Douro e da
Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, no Porto,
e em várias iniciativas públicas de protesto".
Os Verdes consideram que, "relativamente a este processo de construção
da Barragem de Foz Tua, o Estado português fica manchado por uma
atitude de deslealdade com a Unesco, tal como, aliás, esta organização
internacional expressa no seu relatório".
"Esta deslealdade deve-se ao facto dos sucessivos governos, PS e agora
PSD/CDS, terem sempre omitido a construção e os impactos desta
barragem e das infraestruturas anexas, as linhas de alta tensão, à
Unesco", conclui.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2519219&page=-1

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