terça-feira, 4 de dezembro de 2012

"É urgente criar linhas de crédito à actividade pecuária"

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2012.03.27 (00:00) Portugal
O sector dos alimentos compostos para animais, que gera anualmente em
Portugal cerca de 1000 milhões de euros de volume de negócios e
representa 9% da indústria agroalimentar, está com a produção "em
quebra pelo quarto ano consecutivo", devido à "falência de explorações
pecuárias", que estão "descapitalizadas e com dificuldades em pagar os
alimentos compostos que consomem", revela a presidente da IACA.

Cristina de Sousa, recém-eleita presidente da Associação dos
Industriais de Alimentos para Animais (IACA) e que é também presidente
da Raporal, explica que a difícil situação das explorações pecuárias -
os seus principais clientes - tem gerado "prazos de recebimento cada
vez mais dilatados" para a indústria - em média, quatro a cinco meses
- e, por outro lado, "prazos muito apertados para a compra das
matérias-primas".

Uma situação que já levou a "alguns encerramentos" na indústria em
2011, havendo a "perspectiva" de virem a fechar ainda mais empresas
este ano, o que leva a presidente da IACA a defender a criação de
linhas de crédito à actividade da pecuária, que "não dá sinais de
retoma". É que "as dificuldades de tesouraria e as restrições ao
crédito são hoje o principal estrangulamento".

Aliás, refere Cristina Sousa, hoje "agravam-se as crises no leite, na
suinicultura, nos pequenos ruminantes e bovinos com a seca, assim como
na avicultura, onde a situação não é melhor". E como "a quebra do
poder de compra dos consumidores e a crise económica e financeira" é
um facto, "é de esperar uma nova redução da procura de alimentos
compostos este ano".

Em Portugal há 108 empresas de fabrico de alimentos para animais
autorizadas a laborar, que operam com 116 unidades fabris e que, além
dos problemas internos já citados, também enfrentam problemas ao nível
europeu e mundial. A "volatilidade excessiva" dos preços das
matérias-primas, os OGM (política europeia de aprovação de eventos), a
reforma da PAC pós-2013 e a relação produção/indústria/grande
distribuição, ou seja, entre os fornecedores e a grande distribuição
organizada", são aqueles que mais preocupam a presidente da IACA. Não
falando já dos problemas das "negociações de comércio livre entre a UE
e outros blocos, como o Mercosul" e que é "uma questão central para o
futuro da produção europeia".

É que "as matérias-primas são essenciais no fabrico dos alimentos
compostos e estes são o principal custo das produções pecuárias como
as carnes, leite e ovos". Deve, pois, haver "regulação", pois "a
indústria precisa de previsibilidade e estabilidade na sua estratégia
de aprovisionamento".

FONTE: Vida Económica

http://www.anilact.pt/informacao-74/5504-qe-urgente-criar-linhas-de-credito-a-actividade-pecuariaq-

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