sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Estudo: Governos gastam em média mais em Defesa do que na Agricultura

Estudo: Governos gastam em média mais em Defesa do que na Agricultura

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Em média, os governos de todas as regiões do mundo gastam actualmente
mais em Defesa do que em Agricultura, tendo diminuído
proporcionalmente em todo o mundo também os investimentos nos
transportes e comunicações, que favoreciam o sector agrícola.


Os dados fazem parte do relatório de 2012 da Organização das Nações
Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), hoje divulgado em Roma
e que tem como lema "Investir na Agricultura para um futuro melhor".

«Em média, os governos de todas as regiões gastam actualmente mais em
Defesa do que em Agricultura. A proporção das despesas públicas na
Educação também aumentaram, nomeadamente desde 1980, em todas as
regiões, com excepção do Médio Oriente e Norte de África, tendo em
todas as regiões aumentado as dotações para a Saúde ou Protecção
Social, ou ambas», diz o documento.

Estas despesas podem porém favorecer o sector agrícola, diz o
relatório, que nota que os investimentos públicos nos transportes e
comunicações (que também o favoreciam) no entanto diminuíram na maior
parte do mundo.

De acordo com o relatório, segundo os últimos dados disponíveis (2007)
a região do Oriente Asiático e Pacífico gastava 6,5 por cento do
orçamento em Agricultura e 7,2 por cento em Defesa, a Europa e Ásia
Central 2,1 e 9,9 por cento (respectivamente), a América Latina 1,9 e
3,3 por cento, o Médio Oriente e Norte de África 3,1 e 10,5 por cento,
e a África subsaariana 2,7 e 5,4 por cento.

O documento diz também que o investimento em investigação no sector
agrícola é muito maior nos países desenvolvidos do que nos países em
desenvolvimento, sendo que a maior parte das despesas em investigação
nos países de baixos e médios rendimentos se concentra num pequeno
grupo de Estados.

«A China representa cerca de dois terços do total de gastos em
investigação agrícola no Oriente Asiático e Pacífico», diz o
relatório, segundo o qual na América Latina é o Brasil que tem a maior
fatia em investigação (42 por cento do total, em 2006).

José Graziano da Silva, o director geral da FAO, alerta no documento
que estabilizou ou baixou o investimento público e privado por cada
trabalhador agrícola nas regiões mais pobres, onde «com demasiada
frequência» os investimentos públicos na Agricultura não obtêm a
esperada produtividade, redução da pobreza e sustentabilidade.

«Não há dúvida de que se devem destinar mais recursos públicos à
Agricultura», avisa o responsável, que advoga também «uma nova
estratégia de investimentos que coloque os agricultores no centro» e
que assente num clima geral propício para a aposta na Agricultura.

Devido à crise que o mundo atravessa, diz a FAO que não podem ser
apenas os governos a investir na Agricultura, pelo que «os
investidores privados, nomeadamente os próprios agricultores, devem de
ocupar um lugar central em toda a estratégia de investimento na
Agricultura».

A FAO lembra que a Agricultura mundial deverá de alimentar uma
população estimada em mais de nove mil milhões de pessoas em 2050 e
que «a maior parte do crescimento demográfico acontecerá em países que
já estão afectados pela fome e pela degradação dos recursos naturais».

A organização das Nações Unidas acredita que o mundo vive um ambiente
propício para o investimento agrícola, devido à manutenção de preços
elevados dos produtos, que começou na última década.

Diário Digital com Lusa

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=605251

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