terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Mais de 80% dos portugueses admitem ter cortado na alimentação

Por Rosa Ramos, publicado em 30 Nov 2012 - 15:21 | Actualizado há 3
dias 15 horas

A crise está a juntar as famílias à volta da mesa para pouparem
dinheiro, revela estudo sobre o consumo
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A crise está a obrigar as famílias a regressarem aos velhos hábitos.
De maneira a poupar dinheiro, muitos portugueses estão a optar por
voltar a sentar-se à mesa em conjunto à hora das principais refeições.
A conclusão é do estudo "A família moderna portuguesa: a refeição em
família como um dos pilares da instituição familiar", segundo o qual a
conjuntura económica está a alterar "fortemente" os hábitos de consumo
dos agregados familiares.

Um dos principais efeitos da crise tem a ver, desde logo, com a
redução do consumo. Segundo o inquérito, 81% dos portugueses admitem
ter reduzido, por necessidade, as despesas com alimentação e bebidas,
e quem está a cortar mais neste campo são as famílias com crianças
(48%). O preço tornou-se, por outro lado, um factor determinante na
escolha dos produtos alimentares, afirmando mesmo 86% das famílias com
rendimentos inferiores a 1500 euros ser esse o factor mais
preponderante. Um quarto da população admite, aliás, ter passado a
comprar produtos mais baratos para substituir os tradicionais e 7%
deixaram de comprar "produtos supérfluos". Só 4% das famílias
confessam ter sentido necessidade de deixar de comprar os alimentos
mais básicos e essenciais. As bebidas são o produto em que mais
famílias estão a cortar: 95% admitem tê-lo feito. Além disso, a água
tornou-se a bebida mais popular à mesa. Vinte e um por cento dos que a
consomem às refeições justificam a escolha com o facto de ser "mais
barata".

O Sul do país é a região onde a crise, segundo o estudo, parece ter
tido maior impacto na selecção das compras. Mesmo assim, e apesar dos
cortes, 94% das mais de 500 famílias inquiridas afirmam que continuam
a considerar o sabor dos alimentos um factor "importante" na escolha
dos produtos alimentares.

A conjuntura económica está também a juntar as famílias à volta da
mesa: 14% dos agregados familiares estudados dizem ter aumentado as
refeições em família e mais de metade justificam a opção com a
"necessidade de poupar", revela o estudo realizado pela empresa Compal
em parceria com a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e a
Associação Portuguesa de Nutricionistas. As refeições estão, por outro
lado, mais demoradas: 41 minutos é a duração média dos almoços e dos
jantares. A Região Centro é aquela em que as refeições demoram mais.
Para 95% dos portugueses, o jantar é a principal refeição familiar e
as refeições em família acontecem sobretudo ao almoço durante o
fim-de-semana e ao jantar durante a semana. A Região Norte é onde se
fazem, segundo o estudo, mais almoços em família durante a semana.

http://www.ionline.pt/portugal/mais-80-dos-portugueses-admitem-ter-cortado-na-alimentacao

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