domingo, 7 de dezembro de 2014

Há 10 mil empresas agrícolas no País e gerem um terço da área cultivada


28 Novembro 2014, 13:40 por Isabel Aveiro | ia@negocios.pt


A dimensão média das explorações agrícolas em Portugal aumentou 15% entre 2009 e 2013, revelam os últimos dados do INE, aproximando-se da média europeia. A rentabilidade, contudo, continua longe dos parceiros comunitários.
A agricultura ocupa metade do território português. O ano de 2013 terminou com 264,4 mil explorações agrícolas em Portugal (menos 40,8 mil que em 2009) que ocupavam, no final do ano passado, 4,6 milhões de hectares, "o que corresponde a 50% do território nacional", contabiliza o último "Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas", divulgada esta sexta-feira, 28 de Novembro.  
 
Entre 2009 e 2013, o indicador Superfície Agrícola Utilizada (SAU), manteve-se nos 3,6 milhões de hectares. Representava no final d ano passado 39,5% da superfície do País e 78,7% das explorações – de fora ficam "matos e povoamentos florestais sem culturas".
 
A Superfície Agrícola Não Utilizada (SANU) das explorações registadas no inquérito do INE ocupava naquele ano 2,2% da superfície das explorações. A "área com potencial mas sem utilização agrícola" existente em Portugal  diminuiu ainda 20,9% entre 2009 e 2013.
 
Empresas a céu aberto
 
"A empresarialização da agricultura portuguesa é uma realidade em crescimento, com impacto significativo na estrutura das explorações", defende resumo do INE, que dá como argumentação a área que passou a ser gerida por empresas agrícolas.
 
Os últimos dados do organismo oficial de estatística contabilizam em 10 mil sociedades agrícolas as existentes em Portugal a 31 de Dezembro de 2013. Há, isso é visível, mais concentração de terra produtiva sob gestão empresarial.  
 
É que apesar das sociedades agrícolas representarem apenas 3,8% do total das explorações agrícolas existentes no final de 2013 no País, um terço da Superfície Agrícola Utilizada (SAL) do País estava, há pouco menos de 12 meses, a ser gerida por empresas, que produzem ainda 45,6% do efectivo pecuário.
 
O INE salienta que "cada sociedade agrícola explora 114 hectares de SAU e 93 cabeças normais [de gado]". Isso representa 12 vezes mais do que a área média gerida por produtores singulares. E, no caso da pecuária, o rácio empresa versus produtor singular aumenta para 21 vezes mais.
 
Espanha não é já ali
 
"A empresarialização da agricultura, expressa pelo crescimento do número de sociedades agrícolas, tem contribuído para o aumento da eficiência do sector devido à adopção de processos de gestão mais profissionais e economias de escala", argumenta ainda o relatório do INE relativo a 2013.
 
Mas, e apesar do crescimento da área sob gestão de sociedades ter aumentado no total explorado, a dimensão económica das explorações agrícolas em Portugal continua longe da média da União Europeia e a léguas do centro e Norte da Europa, dominada por explorações agrícolas de dimensão muito grande com produção mecanizada.  
 
Na comparação com os nossos parceiros da Politica Agrícola Comum (PAC), Portugal está agora mais próximo da média comunitária em termos de área explorada. Houve um aumento da dimensão média das explorações, entre 2009 e 2013, de 12 hectares para 13,8 hectares. É um crescimento de 15% e coloca o País mais perto da média da União Europeia, que é de 14,4 hectares por exploração agrícola.
 
É na rentabilidade da terra que Portugal revela maior atraso. O INE adianta assim que a dimensão económica – medida com base no Valor de Produção Padrão Total da exploração – "cada exploração agrícola nacional gera em média 17,1 mil euros de VPPT".
 
Embora o indicador até tenha "evoluído positivamente" entre 2009 e 2013, afirma o INE sem contabilizar no resumo do Inquérito, aquele valor compara com a média da União Europeia, a 28 Estados-membros, que "atingem os 25 mil euros por exploração".
 
Tendo 2010 como referência, a líder destacada em termos de dimensão económica por exploração é a Holanda, acima dos 250 mil euros por exploração, seguida da Dinamarca (200 mil euros) e da Bélica.
 
Espanha, que entrou na União no mesmo ano que Portugal, já ultrapassou os 25 mil euros por exploração europeus em 2010.

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