sábado, 20 de dezembro de 2014

Região da Lezíria aposta na agricultura e agroindústria


 
 sexta, 19 dezembro 2014
Augusto Mateus liderou equipa que definiu estratéfgia para a Lezíria


Os onze municípios da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) querem aproveitar o atual quadro comunitário de apoio (2014-2020) para transformar a região numa referência nacional e internacional no setor agrícola e agroindustrial.

O objectivo consta do documento que define a estratégia da Lezíria para os próximos seis anos, onde se aposta em quatro eixos fundamentais: competitividade e internacionalização, promoção da coesão social e da empregabilidade, requalificação e sustentabilidade territorial e modernização e eficiência dos serviços públicos

Chamado de "Estratégia Lezíria 2020", o documento foi apresentado pelo economista Augusto Mateus, que liderou uma equipa que recolheu e sistematizou o trabalho de reflexão de 19 entidades que há um ano assinaram um protocolo com a CIMLT.

Lembrando que este é o quinto programa de apoio comunitário que visa equilibrar as várias regiões da Europa, Augusto Mateus lamentou que o nível de coesão entre os vários territórios ainda não tenha sido atingido "Falta coesão territorial, social e económica", disse o especialista, referindo que estes problemas muitas vezes regionais têm de ser vistos como problemas nacionais. "Valia a pena não nos preocuparmos tanto com o dinheiro mas mais com os projetos a desenvolver", afirmou.

Trabalhar a internacionalização, trazer inovação para aproveitar os recursos endógenos no âmbito da agricultura e agroindústria, e fazer coisas novas, com abertura de espirito, são outras linhas mestras desta estratégia. "Só não se tem sucesso se quisermos ser o que não somos", completou Augusto Mateus.

A necessidade de fazer bem e aproveitar esta que pode ser uma das ultimas oportunidades de garantir fundos estruturais foi reforçada pelo administrador-executivo da CIMLT. António Torres elogiou o trabalho e os contributos das 19 entidades que colaboraram nesta estratégia e destacou a postura de diálogo franco e aberto entre parceiros. "Fomos à Nersant [Associação Empresarial da Região de Santarém] e ao Agrocluster [associação de empresas e entidades do sector agro-industrial] perguntar o que era necessário fazer", exemplificou.

 

Presidente da CIMLT alerta para problemas com a execução

Numa declaração que fez questão de definir como "para memória futura", o presidente da CIMLT, Pedro Ribeiro, também presidente da Câmara Municipal de Almeirim, manifestou a sua preocupação com a execução do atual programa de fundos estruturais.

"Espero que daqui a dois ou três anos não venham alterar os pressupostos (...) e que muitos destes fundos não tenham de ser realocados", frisou o autarca, explicando que, em seu entender há pouco dinheiro para questões fundamentais como a construção e manutenção de infraestruturas em setores-chave como a edução, indispensáveis para atingir patamares de qualidade de vida que todos pretendemos.

 

Centro de transferência de conhecimento e tecnologia

A cerimónia de apresentação da Estratégia Lezíria 2020, que se realizou esta quinta-feira, 18 de dezembro, na Estação Zootécnica Nacional, no Vale de Santarém, serviu também para a assinatura de um memorando de entendimento para a criação de um centro de transferência de conhecimento e tecnologia para os setores agrícola e agroindustrial.

A parceria envolve nove entidades: a CIMLT, a Câmara de Santarém, as universidades de Lisboa e de Évora, a Escola Superior Agrária e o Instituto Politécnico de Santarém, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, a Nersant e o Agrocluster do Ribatejo.

As entidades envolvidas vão definir, num prazo de 90 dias, o formato da parceria, num processo que será acompanhado pelo Ministério da Agricultura (como observador), e que deverá ter como sede a antiga Estação Zootécnica Nacional.

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