sexta-feira, 3 de agosto de 2012

AUDITORIA DE BRUXELAS REVELA: "Atrasos significativos" nas análises de alimentos

por Texto da Agência Lusa, publicado por Joana Capucho01 Agosto 2012

Uma auditoria de Bruxelas sobre controlo de resíduos em animais vivos
e em produtos de origem animal para consumo concluiu, em dezembro, que
os laboratórios acumularam atrasos significativos, segundo o relatório
a que a Lusa teve acesso.
O Serviço Alimentar e Veterinário (SAV) da Comissão Europeia concluiu
que "os laboratórios acumularam atrasos significativos em termos de
análise das amostras devido a problemas orçamentais e a uma decisão
política de prosseguir em 2011 a análise de amostras de 2010 (a
expensas das amostras de 2011)".
Estes atrasos, salientam os serviços da Comissão, "impediram a
execução atempada do PVR [plano de vigilância de resíduos] de 2010 e
de 2011 e diminuíram a possibilidade de deteção de certos resíduos,
devido a questões relacionadas com a estabilidade em função do prazo".
"No caso de serem detetados resultados não conformes, tais atrasos
entre a amostragem e a análise podem potencialmente impedir a
oportunidade e a eficácia das ações de acompanhamento", lê-se ainda no
documento.

Uma das recomendações feitas a Portugal pelos peritos da SAV é a de
"garantir que os laboratórios designados dispõem de recursos
suficientes para lhes permitir realizar as tarefas que lhes são
confiadas".
Bruxelas recomenda ainda que seja garantido "que os veterinários
oficiais verificam e têm em consideração as informações pertinentes
fornecidas pela exploração de proveniência dos animais destinados ao
abate aquando da realização das inspeções 'ante mortem'".
A auditoria foi realizada entre 29 de novembro e de 6 de dezembro de
2011, como parte do programa publicado de auditorias do SAV sobre o
controlo de resíduos em animais vivos e em produtos de origem animal
nos Estados-Membros da União Europeia e em países terceiros.
O Diretor-geral da Alimentação e Veterinária garantiu no domingo que
os alimentos estão a ser analisados e que a saúde dos portugueses não
está em risco, apesar de ter sido reduzida a participação da ASAE.
A Direção-geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) recolheu até agora
um terço das amostras de alimentos que se propôs recolher este ano,
disse à Lusa Nuno Vieira e Brito, diretor Geral da DGAV.
O plano para 2012 é de 7.500 recolhas o que significa que os técnicos
já terão feito cerca de 2.500.
O diretor-geral de Veterinária diz que a situação não põe em causa o
controlo dos alimentos, uma vez que aquele trabalho passou a ser feito
pelos técnicos de veterinária, tendo saído do âmbito da Autoridade de
Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
A DGAV deixou de pedir apoio à ASAE por uma questão de "racionalização
de recursos" uma vez que "havia locais onde a ASAE recolhia e nós
tínhamos inspetores sanitários, por isso não havia necessidade de a
ASAE o fazer", explicou.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2698270&page=-1

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