segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Angola: Falta de máquinas dificulta preparação dos solos

Armando Sapalo| Dundo - HojePartilhar Tamanho da letra Enviar Imprimir
A aposta do Governo Provincial no relançamento do sector da
agricultura é um dos pontos de partida para a diversificação da
economia e para o êxito do programa de combate à pobreza
Fotografia: Joaquim Aguiar| Lunda-Norte
A falta de uma brigada de mecanização agrícola na província da
Lunda-Norte, para facilitar a desmatação e o desbravamento de terras,
tendo em vista o aproveitamento dos solos, está a dificultar o
trabalho dos camponeses locais, disse ontem, ao Jornal de Angola, o
director provincial da Agricultura Pesca e Desenvolvimento Rural.
José Mendes esclareceu que, dadas as dificuldades que os camponeses da
região enfrentam no que diz respeito à destamação de terras, as
autoridades locais vão estabelecer políticas eficazes para se
ultrapassar estas dificuldades. Entre elas, a constituição de uma
brigada de tractoristas, através de uma acção formativa de curta
duração, a partir do próximo ano, afigura-se como sendo o grande
desafio do sector agrário na Lunda-Norte.
A criação desta brigada de apoio às actividades agrícolas vai permitir
que a província deixe de continuar a depender de uma agricultura
familiar de subsistência e passe a adoptar projectos mais
estruturantes, que possam contribuir para a diversificação da
economia.
No quadro dos programas destinados a prestar assessoria técnica aos
pequenos e médios agricultores locais, o Governo Provincial
estabeleceu parcerias público-privadas com algumas empresas
familiares, que já beneficiaram do crédito agrícola de campanha, no
sentido de ajudarem na preparação dos solos.
Não obstante as dificuldades, José Mendes informou que os níveis de
produção na província têm sido satisfatórios, tendo em conta que as
safras ultrapassaram as expectativas, sendo os agricultores da
Lunda-Norte os que mais produtos de campo fornecem às províncias de
Luanda e Malange, como hortícolas e farinha de bombó."Não corresponde
à verdade o que muita gente afirma em relação ao facto da província da
Lunda-Norte não produzir em termos de agricultura. Os nossos índices
de produção aumentaram consideravelmente, porque os camponeses locais
passaram a ser alguns dos maiores fornecedores de hortícolas e farinha
de bombó às províncias de Luanda e Malange", realçou.
José Mendes sublinhou que existe um grande empenho do sector que
dirige com vista a serem ultrapassadas dificuldades e insuficiências
técnicas e materiais, para serem alcançadas as metas preconizadas,
mas, lembrou, a falta de técnicos agrários nos municípios dificulta o
controlo da quantidade dos produtos recolhidos na época das safras.
Ainda assim, o Governo Provincial vai continuar a apoiar os
empresários locais com tractores, charruas, sementes e outros meios
que permitam incrementar os níveis de produtividade.
A aposta do Governo no relançamento do sector da agricultura é um dos
pontos de partida para a diversificação da economia e para o êxito do
programa é importante que haja uma conjugação de esforços entre as
autoridades governamentais e a classe empresarial da província, tendo
em vista o reforço das parcerias, sublinhou o director provincial.



Campanha agrícola

De acordo com José Mendes, estão criadas as condições técnicas
materiais e humanas para o arranque da campanha agrícola 2012/2013.
"As perspectivas em termos de colheita e diversificação de culturas
são animadoras, pois as cooperativas e associações estão mobilizadas",
garantiu. Através do Instituto de Desenvolvimento Agrário, o Governo
Provincial procedeu à distribuição de 30 toneladas de sementes e
fertilizantes de milho, além de 20 outras sementes diversas para a
próxima campanha agrícola.
A distribuição de sementes e fertilizantes visa contribuir para o
reforço da produção e diversificação de culturas, tendo em vista a
melhoria da dieta e segurança alimentar das populações. "Estamos
apostados na produção local, para reduzirmos a elevada dependência no
consumo de produtos importados e garantirmos a segurança alimentar das
nossas populações", afirmou.
Por isso, a campanha agrícola que está prestes a começar vai ser
marcada pela produção de culturas como batata-doce, hortaliças,
ginguba, inhame e mandioca em maior escala.

Infra-estruturas de apoio

A vice-governadora para a área Económica, Deolinda Vilarinho, que
avaliou o grau de execução dos projectos agrícolas no município do
Chitato, disse esperar por uma excelente campanha agrícola, tendo em
conta que, a partir do próximo ano, vão surgir infra-estruturas
modernas de apoio aos agricultores. Além disso, anunciou a entrada em
funcionamento, no primeiro tri mestre de 2013, da Estação de
Desenvolvimento Agrário (EDA), em construção no município do Capenda
Camulemba. Trata-se de uma Estação Agrária com infra-estruturas
modernas para o armazenamento e comercialização de sementes e
fertilizantes, para os pequenos e médios agricultores.
O empreendimento vai ser o ponto de radiação de toda a actividade
agrícola da região sul da província da Lunda-Norte, uma vez que, além
de garantir a conservação de produtos e de reserva de sementes, surge
também para promover seminários destinados a dotar os agricultores de
novas competências técnicas. O projecto, financiado pela Espanha, numa
acção concertada com o Ministério da Agricultura, Pescas e
Desenvolvimento Rural, vai, em termos globais, assegurar o escoamento
da produção dos camponeses e promover a criação de uma rede de
comercialização.

http://jornaldeangola.sapo.ao/14/18/falta_de_maquinas_dificulta_preparacao_dos_solos

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