sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Mais de 40 ninhos de vespa asiática detectados no Alto Minho

10-01-2013



Os apicultores do Alto Minho detectaram nas últimas semanas mais de 40
ninhos de uma vespa asiática que ameaça a produção de mel, admitiu a
associação do sector da região.

«Temos receio que seja apenas a ponta do icebergue. Nesta altura, em
toda a região do Alto Minho, foram detectados mais de 40 ninhos de
vespa asiática. Destes, 22 são no concelho de Viana do Castelo»,
explicou Miguel Maia.

Segundo este técnico da Associação Apícola Entre Minho e Lima
(APIMIL), a vespa velutina, de origem asiática, é considerada uma
predadora «mais perigosa» do que a espécie autóctone nacional, sendo
conhecida por atacar as colmeias.

Além de Viana do Castelo, a presença desta vespa é já sentida também
em concelhos como Barcelos, Esposende, Vila Verde, Ponte de Lima,
Caminha e Vila Nova de Cerveira, entre outros.

«A tendência é para agravar em 2013, tal como já sucedeu antes noutros
pontos da Europa. A história não será diferente e estes casos deverão
aumentar, em termos de quantidade e área», acrescentou o técnico.

Além do problema da biodiversidade, ao «prejudicar a alimentação» de
outras espécies, trata-se de uma vespa «mais agressiva». «Faz com que
as abelhas não saíam para procurar alimento, porque estão a ser
atacadas, enfraquecendo assim as colmeias, que acabam por morrer»,
disse ainda.

No concelho de Viana do Castelo, que representa a principal porta de
dispersão desta espécie em território nacional, já foram detectados
ninhos de vespa asiática no centro da cidade, apesar de não constituir
um «perigo imediato» para os seres humanos.

«Só se forem lá mexer. Quanto às consequências na produção de mel
ainda é cedo para dizer o grau de gravidade do problema, mas o certo é
que no país Basco, em Espanha, é já muito sério», admitiu Miguel Maia.
Na região, acrescentou, «ainda» não existem casos de apicultores a
queixarem-se de ataques da vespa às colmeias.

Entretanto, vários produtores estão a colocar, junto aos apiários,
armadilhas artesanais recorrendo a iscos como cerveja, vinho branco ou
sardinhas, de forma a capturar as chamadas «vespas fundadoras» destes
ninhos mas sem chamar a «atenção» das abelhas.

Segundo a APIMIL, a vespa velutina é originária do sudoeste da Ásia e
foi introduzida na Europa através do porto de Bordéus, em França, no
ano de 2004. «De então para cá, já conquistou um terço do território
francês e colonizou parte do norte de Espanha, em 2010. No ano
seguinte a presença foi detectada em Portugal», explica a associação.

Os técnicos assumem ser para já «impossível» erradicar esta espécie.
«Mas desacelerar a sua progressão e diminuir o seu impacto, é uma
tarefa possível através da destruição de ninhos e colocação de
armadilhas», sublinham.

Fonte: Lusa

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia45538.aspx

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