sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Atraso em curso de agricultura leva pais a recorrer à ministra

Reportagem de Rosário Silva
Associação Técnico Profissional D. Carlos I continua à espera de uma
justificação, por parte do Instituto de Emprego e Formação
Profissional, para o facto de não estar ainda em funcionamento o curso
de técnicas de produção agrária. 23-12-2011 14:12 por Rosário Silva
IEFP nega responsabilidade no caso de jovens africanos que aguardam formação
Jovens africanos em Portugal aguardam há quatro meses por uma formação
Sem solução à vista, os encarregados de educação dos jovens que
aguardam há quatro meses pelo arranque das aulas na escola
profissional de Vendas Novas vão recorrer à ministra da Agricultura.
Acreditam que Assunção Cristas pode resolver o problema dos cerca de
30 alunos provenientes dos Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa (PALOP).

A Associação Técnico Profissional D. Carlos I, de Vendas Novas,
continua à espera de uma justificação, por parte do Instituto de
Emprego e Formação Profissional (IEFP), para o facto de não estar
ainda em funcionamento o curso de técnicas de produção agrária.
"Não tivemos nenhuma resposta do conselho directivo do Instituto do
Emprego e Formação Profissional", explica o director da escola. Rui
Soares diz que "os jovens continuam a perguntar quando começa o
curso".
"A situação é extremamente desagradável, uma vez que há jovens que têm
o seu visto a caducar brevemente e vão ficar numa situação ilegal. Se
não começar o curso, não podemos passar a declaração de frequência."
O director da escola recorda à Renascença um processo que se iniciou
com uma candidatura, no início deste ano, e que deveria envolver
jovens portugueses e provenientes de PALOP.
"Por volta de Maio, recebemos um contacto do centro de formação de
Évora a perguntar se tínhamos condições de começar os cursos, ao que
respondemos que sim, desde que fosse possível incluir nessas turmas
jovens provenientes dos PALOP. Disseram-nos que sim, que não havia
qualquer inconveniente, pois eram formandos como os outros", conta Rui
Soares.
A escola de Vendas Novas avançou com o processo, entraram "em contacto
com a câmaras municipais, foi feita a selecção dos candidatos nas
Câmara de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe".
Rui Soares diz que os "jovens começaram a chegar a Portugal, alguns
estão cá desde Agosto. "No fim de Setembro, fomos informados pelo
Instituto de Emprego e Formação Profissional, via delegação do
Alentejo ,que esses jovens não podiam ser incluídos nas turmas."
"Reclamámos junto do centro de formação da delegação regional do
Instituto de Emprego. Disseram-nos para aguardar, para não dizermos
nada às câmaras e continuam-nos a dizer que os jovens não podem fazer
parte dessas turmas", acrescenta ainda o director.
Mas neste "barco" estão também envolvidos jovens portugueses. Jorge
Coelho é pai do Pedro Miguel, de 16 anos, um dos candidatos ao curso.
Está indignado.
"Tenho sete filhos, um deles quer seguir o ramo da agricultura e
pergunto porque é que as pessoas que estão nesses centros, que podem
pôr esses sistemas em acção, para que possamos todos juntos ajudar o
país, ajudar a desenvolver a nossa agricultura que está parada, não
têm capacidade? Então a nossa ministra tem que saber o que se está a
passar."
E é precisamente essa a intenção dos pais e encarregados de educação:
fazer chegar todo o processo à ministra da Agricultura. Uma iniciativa
que deve ser tomada em consonância com a escola de Vendas Novas, cuja
direcção também já encetou contactos com os partidos com assento
parlamentar, no sentido de dar a conhecer este caso que se arrasta há
vários meses.
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1&did=43930

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