06.09.2012
Lusa
A Associação dos Amigos da Serra da Estrela (ASE), com sede em
Manteigas, está preocupada com a erosão dos solos ardidos no concelho
de Seia e mostrou-se disponível para colaborar em campanhas de
reflorestação daquela zona serrana.
Segundo a associação, 5000 hectares de mato, pinhal, acácias,
carvalhos, castanheiros e terrenos agrícolas arderam num incêndio que
começou pelas 21h10 de domingo, junto a Carragozela, e que foi
dominado às 23h34 de terça-feira. Parte dela está integrada no Parque
Natural da Serra da Estrela. O presidente da associação, José Maria
Saraiva, disse que não foram destruídas zonas "de valores naturais
relevantes".
Agora, a preocupação é com a erosão dos solos ardidos, especialmente
em zonas de declive acentuado - vales do rio Alva - defendendo a
realização imediata de acções de "estabilização" e de reflorestação.
"O ideal seria, nas zonas mais íngremes, apostar imediatamente na
retirada do material ardido e colocá-lo na perpendicular à encosta, de
tal forma que a chuva não arrastasse o solo", defendeu. Esta medida,
disse, "evitaria que os solos e as cinzas fossem arrastados para o rio
Alva" ficando o terreno "também já preparado para qualquer campanha de
reflorestação" a realizar no futuro.
Reflorestar com espécies autóctones
José Maria Saraiva referiu que a associação está "disponível para
colaborar" em acções de reflorestação das zonas atingidas pelo fogo.
"Estamos disponíveis para colaborar com qualquer entidade no sentido
de criar dinâmicas e mobilizar escolas para a reflorestação e
sementeira de espécies autóctones, especialmente castanheiros,
carvalhos e medronheiros", declarou.
O dirigente defende que "deve começar-se já a trabalhar na
sementeira", considerando que a mesma não deve ficar "para o ano que
vem, porque sendo feita já este ano, a taxa de sucesso é muito maior".
A Associação Distrital de Agricultores da Guarda (ADAG) também defende
a reflorestação das áreas ardidas no concelho de Seia e apela à
ministra da Agricultura "que olhe mais para os pequenos agricultores".
"A associação vai fazer um levantamento dos prejuízos e só depois de
fazer o ponto de situação é que se poderá pronunciar mais em
concreto", disse o presidente da ADAG, António Machado.
http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1561947
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