sábado, 15 de setembro de 2012

Foz Tua: Barragem pode mitigar subida de temperatura prevista para o Douro

A Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID)
considerou hoje que a construção da Barragem de Foz Tua pode
constituir um factor de mitigação da subida de temperatura prevista
para o Douro.

A ADVID divulgou, em comunicado, o seu parecer sobre o impacto do
aproveitamento hidroeléctrico de Foz Tua (AHFT) na produção de vinho,
que foi solicitado pela missão da UNESCO que visitou o Douro neste
verão.

Para avaliar "in loco" os impactos decorrentes da construção da
barragem no Património Mundial, uma missão da UNESCO, composta por
três especialistas, esteve no Douro entre 30 de Julho e 03 de Agosto.

"Em termos estritos de produção vitivinícola, tudo leva a crer que o
impacto, causado pela construção do AHFT no conjunto da área total de
vinha classificada como património mundial, será inferior ao causado
pelas alterações climáticas previstas nos cenários avaliados pelo
estudo", afirmou a associação.

A ADVID está a avaliar o impacto das alterações climáticas na produção
de vinho na região demarcada, num projecto que inclui um estudo
desenvolvido pelo especialista internacional Gregory Jones e que
aponta para "um aumento significativo" da temperatura do ar.

Para a associação, "a criação de uma massa de água, do ponto de vista
climático, pode constituir um factor de mitigação da subida de
temperatura estimada". A água disponível para rega poderá contribuir
também para minimizar os efeitos das alterações climáticas.

Em sentido contrário, acrescentou, poderá funcionar a estimativa de
aumento de dias com nevoeiro, o qual não deverá ser superior ao
actualmente verificado nas zonas vitícolas adjacentes às barragens da
Régua e da Valeira e também inseridas no Património Mundial.

A ADVID nota, no entanto, que os produtores com explorações
localizadas nas áreas adjacentes à albufeira e barragem em construção
"irão sofrer danos ou impactos não negligenciáveis em termos de gestão
paisagística, que poderão reduzir o valor da vinha e do seu produto,
bem como a sua capacidade de potenciar os benefícios de uma actividade
turística associada à produção de vinhos".

A estes impactos negativos acrescem, segundo a ADVID, os que estão
relacionados com as linhas de transmissão aéreas e estruturas
associadas que se mantenham visíveis na paisagem.

A barragem e respectiva albufeira encontram-se inseridas na sub-região
Cima Corgo, que representa 46 por cento (20.816 hectares) da área de
vinha da Região Demarcada do Douro (45.215 hectares).

A área de vinha que ficará submersa representa 0.06 por cento da área
de vinha da sub-região onde está inserida.

Nota: A ADVID vai disponibilizar o trabalho "A Climate Assessement
for the Douro Wine Region: An Examination for the Past, Present and
Future Conditions for Wine Production" na versão em língua Inglesa e
Portuguesa na próxima semana e na primeira quinzena de Outubro,
respectivamente, na sua página web www.advid.pt.


Fonte: Lusa

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/09/14a.htm

Sem comentários:

Enviar um comentário