Quebra de produção
08.09.2012 - 11:41 Por Lusa
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(Foto: Paulo Ricca)
A diminuição da produção de vinho verde prevista para 2012 poderá
levar ao aumento do preço do produto, prejudicando a exportação, disse
à Lusa Casimiro Alves, presidente da Cooperativa Agrícola de
Felgueiras.
O dirigente revela que as quebras de produção, provocadas pelas
condições atmosféricas no período de floração, podem chegar aos 30% em
algumas adegas, o que levará ao aumento dos valores a pagar pelas uvas
aos produtores.
O presidente daquela cooperativa, a maior do Vale do Sousa, admite que
os preços ao produtor possam subir entre 10% e 20%. "Pode haver
especulação no preço das uvas, com os preços a prejudicar mercados que
demoraram tantos anos a conquistar", explicou à Agência Lusa.
Casimiro Alves recorda que as reservas de vinho verde são, em média,
baixas na região, uma situação que poderá agravar a situação.
O facto de as vindimas estarem atrasadas não permite ao sector avançar
com elementos mais exactos sobre as perdas, mas já é possível, segundo
o dirigente, garantir que a qualidade geral do vinho será boa.
Vindimas atrasadas
Todos os anos, cerca de 800 produtores da região confiam as suas uvas
à Cooperativa de Agrícola de Felgueiras, que recebe entre sete e oito
milhões de quilos.
Em Penafiel, as vindimas da campanha de 2012 na Quinta da Aveleda,
maior exportadora nacional de vinho verde, também estão atrasadas e
deverão expressar uma diminuição da produção de 15%, segundo a
administração.
António Guedes, administrador e enólogo, garante que este é "um ano
normal" em termos de produção, com ligeiras quebras face a 2011, que
foi um ano atípico.
As vindimas nos 180 hectares de produção de vinho verde estão ainda
numa fase inicial e atrasadas cerca de três semanas, o que se deveu a
uma rebentação e a uma floração mais tardias do que é habitual e a um
Verão fresco.
Bom ano de produção
No entanto, o calor dos últimos dias obrigou a empresa a avançar
rapidamente com as vindimas nas zonas mais quentes, sobretudo na
exploração que tem em Celorico de Basto, numa área de 40 hectares.
Apesar disso, a empresa aponta para uma produção global que se
aproxime de 15 milhões de quilos de uva.
"Acreditamos que vamos ter vinhos brancos muito aromáticos, frescos e
com uma acidez ligeiramente mais alta do que no ano passado",
explicou, revelando que, à partida, estão reunidas as condições para
um bom ano de produção.
António Guedes garante ainda estarem reunidas as condições para a
produção de vinho alvarinho de qualidade, quer nos 15,5 hectares de
Celorico de Basto, quer nos 25 da Aveleda.
A Quinta da Aveleda tem cerca de 180 hectares de vinha própria, mas
essa área apenas consegue produzir 15% das necessidades da empresa. O
restante é adquirido a dezenas de explorações vitícolas da região. O
processo de recepção de uva na unidade industrial da empresa vai
decorrer até meados de Outubro.
http://economia.publico.pt/Noticia/menos-vinho-verde-pode-levar-a-aumento-de-precos-e-prejudicar-exportacao-1562209
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