quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Companhia das Lezírias: Vinho e turismo serão prioridades da empresa

11-09-2012




Modernizar e aumentar a rentabilidade são dois dos principais
objectivos traçados para a Companhia das Lezírias pela nova
administração da grande empresa agrícola do Estado, empossada há seis
meses.

António Saraiva, o novo presidente da companhia ribatejana, garante
que não está em cima da mesa qualquer cenário de privatização ou de
concessão dos sempre "apetecíveis" 19 mil hectares de terrenos da
Companhia das Lezírias (CL) e que já entregou à tutela um plano para
os próximos três anos que assenta no aumento da rentabilidade, mas
também na preservação e divulgação dos «valores naturais» de toda esta
área da periferia de Lisboa.

O presidente admite que a diversidade das actividades da companhia e
as especificidades do sector agrícola não permitem ambicionar um
acréscimo extraordinário nos lucros da empresa, que apresenta
resultados positivos há praticamente 10 anos consecutivos e conseguiu,
nos dois últimos exercícios, aumentar os lucros de 510 mil para cerca
de um milhão de euros. Mas acredita que é possível fazer melhor e
«extrair o máximo daquilo que se faz, com uma preocupação de fazer bem
e um objectivo de termos resultados positivos».

Os 520 hectares de arroz, 1,25 milhões de euros, e os 6.700 hectares
de montado de sobro, a extracção de cortiça é bastante variável mas
pode gerar uma média anual de 1,2 milhões, são, actualmente, as
principais fontes de receita.

O novo responsável da CL, que dirigia anteriormente a área logística
da multinacional Syngenta na Península Ibérica e tem formação superior
em agronomia e agro-pecuária, acredita, todavia, que é possível
dinamizar muito a área do agro-turismo e das visitas ao território da
companhia, associando esse desejo à expansão de sectores como o do
vinho, onde a CL ganha regularmente prémios de qualidade e tem
capacidade instalada para produzir um milhão de garrafas por ano.

O primeiro passo será «reformular» o espaço da Adega do Catapereiro,
localizada entre Alcochete e o Porto Alto, onde já funciona uma Loja
do Vinho, e fazer mais acções de promoção fora da região e no
estrangeiro.

Mas é na expansão do agro-turismo que a CL mais quer apostar. A ideia
será criar um triângulo com ofertas diversificadas para estrangeiros e
famílias da região envolvente. Já de 12 a 16 de Setembro, a companhia
recebe no seu Centro Equino de Braço de Prata o Campeonato do Mundo de
Atrelagens. Uma parceria com a Federação Equestre Portuguesa, que
assegurou uma renovação completa da pista de obstáculos ali existente.

Neste mesmo Centro Equino, a CL pretende criar um centro de
interpretação sobre a charneca, um território onde predomina o montado
de sobro, e reforçar o calendário de eventos.


Para meados de Outubro está programada a inauguração do EVOA (Espaço
de Visitação e Observação de Aves), um investimento de dois milhões de
euros na criação de um complexo vocacionado para o conhecimento e
visualização das diversas espécies protegidas que frequentam o
Estuário do Tejo.

A obra contou com fundos comunitários e com uma comparticipação de um
milhão de euros da Brisa. São esperados 25 a 30 mil visitantes por ano
e António Saraiva acredita que o investimento pode ser recuperado num
horizonte de cinco a seis anos.

Numa fase mais embrionária, está uma ideia desenvolvida já pela actual
administração de aproveitamento de um antigo celeiro de Samora Correia
para a criação de um centro de ciência viva dedicado à agricultura e
ao regadio, concluindo que desta forma ficariam com um triângulo muito
interessante, que poderá atrair público e ser uma importante fonte de
receitas».

Fonte: Público

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia44632.aspx

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