sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Autarcas e adegas tentam viabilizar Subvidouro

Publicado ontem
EDUARDO PINTO



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Autarcas e dirigentes de 10 adegas do Douro, com o apoio da Comissão
de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, pediram, esta
quinta-feira, à juíza da comarca de Armamar para que viabilize a
utilização das instalações da Subvidouro.


foto JOSÉ MOTA/GLOBAL IMAGENS


Situada em Folgosa (Armamar) é a única empresa da Região Demarcada do
Douro licenciada para a produção de aguardente vínica, utilizada na
produção de vinho do Porto, mas encontra-se em processo de
insolvência.

Antes da audiência com a juíza, realizou-se na Câmara Municipal de
Armamar uma reunião, no âmbito da estratégia da Comunidade
Intermunicipal do Douro (CIM-Douro) para melhorar as condições de vida
dos vitivinicultores, que juntou autarcas, representantes das adegas e
os juristas que estão a tratar do processo de insolvência.

"Para a produção de aguardente vínica na região é absolutamente
fundamental a manutenção da atividade da Subvidouro", destacou, à
saída do encontro, o presidente da CIM-Douro, Artur Cascarejo,
acrescentando que desta forma "deixará de ser necessário importar
aguardente para o vinho do Porto" e, como tal, "manter na região o
valor acrescentado gerado pelos subprodutos da vinha".

A aguardente vínica é um ingrediente indispensável para a elaboração
de vinho do Porto. Cada pipa de 550 litros de generoso pode conter
entre 110 a 130 litros de aguardente vínica.

O também autarca de Alijó revelou ainda que "há operadores
estrangeiros interessados em investir nesta empresa, que é atrativa e
tem futuro". Para tal é preciso desbloquear a situação jurídica "até
18 de novembro", caso contrário "a região poderá ter um problema
ambiental, que é as adegas e vitivinicultores começarem a deixar o
bagaço em qualquer lado sem qualquer tipo de tratamento".

Carlos Neves, vice-presidente da Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte), está a fazer a ponte
entre os vários interessados em viabilizar a Subvidouro e não quis
revelar o nome dos investidores estrangeiros interessados na empresa.
Porém, sublinhou a "urgência" que o processo de viabilização exige,
não só porque já começaram as vindimas na região, como,
principalmente, "por ser a única empresa que pode processar o bagaço
de uva na região para o vinho do Porto, com capacidade para reter
riqueza e criar emprego".

A advogada das 10 adegas cooperativas que apresentaram o plano de
recuperação da insolvência da Subvidouro, Manuela Matos, disse que só
estão à espera que a juíza da comarca de Armamar autorize a utilização
das instalações da Subvidouro. Só que a atual juíza é nova, substituiu
a que iniciou o processo e, como tal, vai ter de se inteirar do mesmo
antes de emitir uma decisão. "Depois, a empresa tem cinco anos para
mostrar o que vale e cumprir com os credores os compromissos que
assumiu".

http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Viseu&Concelho=Armamar&Option=Interior&content_id=2768503&page=-1

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