segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Vento faz estragos de milhões

Tempestade: Bombeiros sem mãos a medir para acudir a pedidos de socorro

Os estragos vão levar semanas a contabilizar, mas uma coisa é certa: o
vento ciclónico que no sábado varreu o País provocou muitas dezenas de
milhões de euros de prejuízos, sobretudo na agricultura e na rede da
EDP, que viu 11 mil quilómetros de fios serem danificados. Para se ter
uma ideia, cerca de um milhão de habitações ficou sem energia e ontem
à noite cem mil casas (260 mil pessoas) continuavam sem luz. Os
distritos mais afetados foram Santarém, Castelo Branco, Coimbra e
Aveiro. A rajada de vento mais forte, 140 km/hora, registou-se no cabo
Carvoeiro.
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Por:Helena Silva / Luís Oliveira / João Saramago com J.N.P.

As dez mil ocorrências provocadas pelo vento mexeram com a vida das
pessoas. A região Centro foi a mais prejudicada: casas sem luz,
estradas cortadas e milhares de árvores caídas. Durante várias horas,
a aldeia de Biqueiras, Pombal, esteve isolada, devido à queda de
árvores nas estradas. Maria Fernanda Rodrigues, de 44 anos, o pai,
Fernando, e o marido, David, esperaram horas pelos bombeiros, para os
ajudar a cortar uma árvore de grande porte, que os impediu de saírem
de casa e pedir ajuda. No Louriçal, em Pombal, a luz foi cortada. Foi
um gerador que permitiu a Henrique Santos abrir o café. Mas a
utilização do equipamento teve de ser racionada. "Se isto se mantém, a
comida estraga-se."
Na agricultura, os produtores esperam que o Governo decrete o estado
de calamidade. "Fiquei sem nada. O vento rebentou com dez hectares de
estufas. Estão 80 postos de trabalho em perigo", disse ao CM Sérgio
Constantino, dono de uma exploração de morangos de Bouro, Caldas da
Rainha, que sofreu um milhão de prejuízo. O secretário de Estado da
Agricultura começa hoje a analisar os estragos do mau tempo.
Para os próximos dias, prevê-se chuva e queda de neve nas terras altas.
SEGURO NÃO COBRE DANOS EM CARROS
A maioria dos carros que sofreram estragos na sequência da queda de
árvores, no último sábado, não está coberta por um seguro que proteja
as viaturas dos chamados danos resultantes dos fenómenos da natureza.
"Por lei é apenas obrigatório o chamado seguro contra terceiros, em
que a seguradora assume os custos num acidente em que o responsável é
o seu assegurado", referiu fonte da Associação Portuguesa de
Seguradoras. Os restantes seguros para veículos são voluntários,
nomeadamente os que protegem face a danos causados por fenómenos da
natureza, como queda de árvores. Diferente é a situação das casas, em
que o seguro de multirrisco cobre estes danos.
Também nos prejuízos provocados em cerca de um milhão de residências
devido aos cortes no fornecimento de energia elétrica, a EDP não
possui qualquer responsabilidade, garantiu ao CM, Jorge Morgado,
secretário--geral da associação de defesa do consumidor - Deco. "A
situação resulta de um fator externo à EDP", disse.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/atualidade/vento-faz-estragos-de-milhoes

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