Meio Rural
por Luís Carloto Marques
(Licenciado em Engenharia Agro-Florestal)
Inimaginável ainda há uns tempos atrás, os metais que auxiliaram o
homem na idade do ferro a sedentarizar-se e a tornar-se agricultor,
são hoje objeto de cobiça no meio rural. Diria mesmo que se tratam de
metais preciosos para os amigos do alheio.
Os prejuízos que causam o furto de metais nas explorações agrícolas
são incalculáveis. Alfaias agrícolas, cabines de transformação
elétrica, sistemas de bombagem de águas, instalações elétricas e mesmo
máquinas agrícolas, fazem parte do cardápio de quem nada produzindo
vive e floresce à conta do trabalho dos outros.
A dispersão das explorações agrícolas, a necessidade de as mesmas
estarem dotadas de tecnologia para se tornarem competitivas através de
equipamentos complexos e residentes, são fatores que contribuem para
uma onda de furtos sem precedência no meio rural.
As associações e os agricultores dão eco das suas preocupações, dos
sucessivos assaltos que são vítimas, solicitando que a fiscalização
nesta matéria seja eficaz e alterações legislativas sobre a matéria.
O roubo de metais não é fruto do acaso. Sabemos que a crise faz
despoletar a procura do denominado ferro velho, que na generalidade
dos casos se trata de ferro novo, mas os furtos só podem ter sucesso
desde que em toda a cadeia, desde quem rouba, a quem arrecada, a quem
compra e revende ou transforma, esteja bem, mais muito bem organizado.
São portanto redes de crime organizado as que operam no mundo rural.
Sabem muito bem o que procuram e como vendê-lo.
A situação é tão grave, que algumas autarquias, em auxílio dos
agricultores, já condicionam a circulação viária em estradas rurais, a
partir de determinadas horas, sendo exclusiva para detentores de
dísticos que identificam os proprietários ou usufrutuários de terrenos
agrícolas.
É hoje um facto indesmentível, que a agricultura está a dar um
contributo, através do aumento das exportações e diminuição da
importação de bens alimentares, para que Portugal saída da crise que
irresponsavelmente nos mergulharam. O aumento do investimento e de
empregabilidade na agricultura necessitam de confiança para que este
ciclo virtuoso não regrida.
Luís Carloto Marques - 21-01-2013 10:40
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