quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Nações Unidas lançam campanha para combater desperdício alimentar

22.01.2013 18:45
MUNDO

Cerca de um terço dos alimentos produzidos no mundo perde-se ou é
desperdiçado durante os processos de produção e venda, um desperdício
equivalente a mil milhões de dólares, de acordo com dados da FAO
(Reuters/Arquivo)

As Nações Unidas lançaram hoje uma campanha para "reduzir
drasticamente" o desperdício anual de 1,3 mil milhões de toneladas de
alimentos baseada na ideia de que atitudes simples como programar
refeições ou desvalorizar datas de validade fazem a diferença.
Com o tema "Pensar. Comer. Preservar. Diga não ao desperdício", a
campanha é uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura (FAO).

Cerca de um terço dos alimentos produzidos no mundo perde-se ou é
desperdiçado durante os processos de produção e venda, um desperdício
equivalente a mil milhões de dólares, de acordo com dados da FAO.

Se a perda de alimentos ocorre principalmente na colheita,
processamento e distribuição, o desperdício acontece ao nível do
comércio e do consumo, estima a FAO.

Por isso, a campanha "visa especialmente o desperdício ao nível dos
consumidores, dos comerciantes e da restauração e hotelaria", adiantam
as Nações Unidas.

"Num mundo com uma população de 7 mil milhões de pessoas, e que deve
chegar aos 9 mil milhões até 2050, o desperdício de alimentos não faz
sentido, seja do ponto de vista económico, ambiental ou ético",
afirmou o diretor executivo do PNUMA, Achim Steiner.

"Além das perdas na produção, são desperdiçados também recursos como
água, terras cultiváveis, fatores de produção agrícola e tempo de
trabalho

(...). Para termos um mundo verdadeiramente sustentável, temos de
transformar a maneira como produzimos e consumimos os nossos
alimentos", acrescentou.

Por seu lado, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva,
mostrou-se otimista quanto aos resultados da campanha.

"Juntos vamos conseguir inverter esta tendência inaceitável e melhorar
as nossas vidas. Nas regiões industrializadas, quase metade do
desperdício alimentar -- cerca de 300 milhões de toneladas por ano --
ocorre porque os produtores, os vendedores e os consumidores
descartam alimentos que ainda estão próprios para o consumo. Esta
quantidade é superior a toda a produção alimentar na África
Subsaariana, e suficiente para alimentar as 870 milhões de pessoas
que passam fome no mundo", explicou.

"Se conseguirmos ajudar os produtores a reduzir perdas durante a
colheita, processamento, armazenamento, transporte e comercialização
de alimentos, e se fizermos alterações profundas na maneira como as
pessoas os consomem, poderemos ter um mundo mais saudável e livre da
fome", acrescentou.

Nos países em desenvolvimento, cerca de 95 por cento das perdas e
desperdícios são involuntárias, estima a FAO, e ocorrem
principalmente devido às limitações financeiras, técnicas e de gestão
das colheitas.

Nos países desenvolvidos, o desperdício é mais significativo no
processamento e venda, quando grandes quantidades de alimentos são
descartadas devido a práticas ineficientes, por estarem fora dos
padrões e pela confusão gerada pelos prazos de validade.

A campanha incluirá diversas iniciativas em todo o mundo, que serão
reunidas e partilhadas através do portal online www.thinkeatsave.org.

O site divulga ainda dicas para consumidores e vendedores e funciona
como uma plataforma para a partilha de ideias entre diferentes
campanhas e organizações.

A campanha é uma consequência da Conferência Rio+20, na qual chefes
de Estado e governos aprovaram o lançamento de uma série de
iniciativas para incentivar a produção e o consumo sustentáveis.

Lusa

http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2013/01/22/nacoes-unidas-lancam-campanha-para-combater-desperdicio-alimentar-1

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