terça-feira, 26 de novembro de 2013

Ponte de Lima: Há cada vez mais procura de formação na área agrícola

23-10-2013




Há cada vez mais jovens interessados no regresso à agricultura. Muitos
deles vêm de outras áreas de formação e procuram uma especialização na
agricultura.

É isso mesmo que tem acontecido na Escola Superior Agrária do
Instituto Politécnico de Viana do Castelo, sedeada em Ponte de Lima,
que nos últimos três anos desenvolveu oferta formativa capaz de
responder às solicitações dos alunos que queriam aprender um pouco
mais sobre agronomia e sobre como gerir o negócio e de onde já saíram
empresários de sucesso no país e no estrangeiro.

José Carlos Santos, subdirector da ESA, garante que estas são boas
notícias que podem mudar o estado da agricultura do país, que no seu
entender, «caminhou para uma situação de abandono nas últimas
décadas».

O certo é que o Programa de Desenvolvimento Regional (Proder) tem
atraído muitos jovens para a agricultura, apoiando os seus projectos
de investimento na área, mas com a condição de terem formação na área
agrícola. «Como se tornou uma necessidade a nível formativo, a ESA
procurou responder com ofertas a esse nível e decidiu apresentar uma
candidatura também ao Proder para apoiar essa formação».

A candidatura foi aprovada e em 2011 a escola começava a ministrar
cursos de formação profissional em agricultura, de gestão de empresas
agrícolas e de orientação específica para a instalação de uma unidade
de produção. No total foram 15 cursos ministrados faseadamente, sendo
finalizados no início de 2013.

Mais de 70 por cento dos 243 formandos que já frequentaram as
formações na área têm formação superior, muitos deles em áreas muito
diferentes das que estão associadas ao mundo agrícola.

José Carlos Santos explica que estes cursos formativos foram dados em
diversos locais do país para além da ESA, a partir do contacto e da
parceria com associações do sector, desde Barcelos, a Cabeceiras de
Basto, Vila Real, Vila Verde, Viseu, Valença, etc.

Muitas destas pessoas procuraram obter esta formação com vista a
investir na criação do seu próprio negócio em áreas como a
fruticultura, viticultura, floricultura, nos pequenos frutos,
explorações de pequenos e grandes ruminantes, apicultura, entre outros
projectos que poderão ser igualmente apoiados pelo Proder.

«Não correspondendo este tipo de formação à nossa vocação primeira,
que é o ensino superior conferente de grau através de licenciaturas e
mestrados, o certo é que identificámos a necessidade de mercado na
formação profissional para jovens agricultores, à qual tentamos
responder com estes cursos», sublinhou o subdirector da Escola
Agrágria de Ponte de Lima.

«Com esta formação pretendemos contribuir para o desenvolvimento de
uma nova geração de empresários agrícolas, mais jovens e melhor
formados, de que a região e o país tanto precisam. Com ela visamos
contribuir também para o aparecimento de empresas agro-pecuárias ou
outras empresas de base rural, que sejam mais sólidas e sustentáveis,
e sobretudo que sejam capazes, no curto, médio e longo prazo, de
assimilar os técnicos superiores formados através dos nossos cursos de
licenciatura e de mestrado».

Entretanto subiu o número de interessados nestes cursos e a ESA voltou
a concorrer aos apoios do Proder para ministrar formação na área a
mais outros 500 jovens, que aguardam ansiosamente poder frequentá-la o
quanto antes, mas que estão impossibilitados até agora porque o
financiamento ainda não chegou. «Estamos desde Março à espera de uma
resposta», disse José Carlos Santos, afirmando que «a agricultura pode
e deve, de facto, ser um factor de atractividade alternativo», disse.

«Consideramo-nos agentes fundamentais no desenvolvimento das regiões
onde nos inserimos, por sermos instituições indispensáveis à
necessária formação avançada dos seus recursos humanos, formação de
que o país tanto carece, e cujos níveis são bem inferiores aos dos
demais países europeus parceiros. Privilegiamos uma ligação estreita
com o tecido empresarial local e regional, que se consubstancia
através de inúmeras parcerias, protocolos e trocas de conhecimentos».

Fonte: Correio do Minho

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia47621.aspx

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