sábado, 11 de outubro de 2014

"Atentado ambiental": Sobreiros abatidos em Tibães, Braga


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GNR foi chamada ao local
GNR foi chamada ao local Fotografia © Paulo Jorge Magalhães / Global Imagens
O presidente da Junta de Mira de Tibães, em Braga, classificou hoje de "atentado ambiental" o abate de mais de uma dezena de sobreiros na freguesia, sublinhando que quem licenciou a operação "não sabia o que estava a fazer".
"Além de se tratar de uma espécie protegida, estamos a falar de sobreiros seculares", disse José Magalhães à Lusa.
Acrescentando que a licença para o abate foi emitida em nome de um particular, o autarca disse ter "sérias dúvidas" acerca da propriedade daquele terreno, admitindo que o mesmo possa estar no domínio público.
"É uma questão que no decorrer da próxima semana vamos tirar a limpo", afirmou.
Segundo José Magalhães, a licença foi emitida pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e abrange um total de 16 sobreiros, dez dos quais foram hoje abatidos.
A população da freguesia foi "surpreendida" pelo abate e concentrou-se no local para contestar o avanço dos trabalhos.
Chamada ao local, a GNR, e ainda de acordo com José Magalhães, "nada pôde fazer", uma vez que o abate estava licenciado.
Os sobreiros estão num caminho de acesso à extinta Companhia Fabril do Cávado.
"É um caminho desde sempre utilizado pela população da freguesia, para caminhadas, para BTT, para acesso à ciclovia", referiu o presidente da Junta.
A justificação dada no local a José Magalhães é que o abate terá sido determinado por alegadamente os sobreiros poderem colocar em risco a segurança dos transeuntes, face a eventual queda de galhos.
No entanto, o autarca garantiu que "só um ou dois" é que teriam os galhos secos, estando todos os outros "a produzir fruto".
"A opção pelo abate puro e duro só tem um nome: atentado ambiental", criticou.
A Coordenadora Concelhia de Braga do Bloco de Esquerda (BE) já anunciou que vai solicitar, através do seu Grupo Parlamentar, esclarecimentos "urgentes" sobre o abate.
Segundo o BE, "quem solicitou a licença foi o proprietário de uma quinta contígua" ao caminho.
"Os sobreiros estavam localizados em fila e paralelos ao caminho, não causando nenhum estorvo ou transtorno, razão pela qual não se compreende a razão para emissão da autorização especial de abate", acrescenta o BE, em comunicado.

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