quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Queda de ninho de vespa asiática em escola fere criança


Rapaz, com cerca de 14 anos, foi transportado ao hospital de Viana do Castelo «por meios escolares» onde foi «medicado, encontrando-se bem de saúde»

Por: Redação / AM    |   hoje às 14:06

A queda de um ninho de vespa asiática, esta quarta-feira, na Escola Básica e Secundária de Barroselas, em Viana do Castelo, provocou ferimentos numa criança e levou à evacuação do estabelecimento de ensino, disse à Lusa fonte dos Bombeiros Municipais. 

De acordo com a mesma fonte, o rapaz, com cerca de 14 anos foi transportado ao hospital de Viana do Castelo «por meios escolares» onde foi «medicado, encontrando-se bem de saúde». 

Segundo aquela fonte o rapaz «estaria nas proximidades do vespeiro quando ele foi detetado pelas crianças da escola após a queda da árvore, devido ao vento que se faz sentir». A fonte dos bombeiros municipais adiantou que, «quando caiu ao chão o ninho, que não estava sinalizado pela corporação, partiu-se». 

A evacuação dos cerca de 600 alunos da escola teve início cerca das 10:45, e foi decidida por precaução, estando no local duas viaturas dos bombeiros e outras tantas da GNR, decorrendo a operação de destruição do ninho. 

Contatado pela Lusa o presidente da Associação de Pais adiantou «alguns jovens foram recolhidos pelos pais, calmamente, e os que não tiveram essa possibilidade estão concentrados na cantina escolar». 

«As crianças estão calmas. Está tudo controlado. A evacuação decorreu com tranquilidade». 

Segundo números revelados em agosto passado pela Câmara de Viana do Castelo, os bombeiros municipais registaram desde novembro de 2012 cerca de 448 ninhos de vespa asiática, dos quais 216 só nos primeiros oito meses deste ano. 

De acordo a autarquia, dos 216 ninhos desta espécie predadora georreferenciados este ano no concelho 27 foram destruídos por populares e 63 pelos bombeiros municipais.

Autarquia responsabiliza Governo 

A Câmara de Viana do Castelo responsabilizou o Ministério da Agricultura e do Mar pela evacuação numa escola do concelho devido à queda, no seu interior, de um ninho de vespa asiática, que causou ferimentos numa criança. 

«Este incidente de hoje deveu-se exclusivamente à incapacidade do Ministério da Agricultura de resolver um problema que foi sinalizado há quase dois anos e para o qual o Ministério da Agricultura andou a assobiar para o ar», lê-se em comunicado autárquico enviado à agência Lusa. 

No documento a câmara municipal liderada pelo socialista José Maria Costa garante que «já alertou o Ministério da Agricultura para serem tomadas medidas eficazes e urgentes para este grave problema que afeta a saúde públicas e a economia local».

"A autarquia lamenta que, durante os últimos dois anos, o Ministério da Agricultura não tenha tomado as devidas precauções e as iniciativas esperadas, mobilizando esforços no combate à praga, apesar das inúmeras insistências de várias entidades", sustentou o município na nota à imprensa. 

A Lusa contatou o Ministério da Agricultura e do Mar no sentido de obter esclarecimentos, mas sem sucesso. 

No documento, a Câmara adianta que a praga da vespa asiática, maior e mais agressiva do que a espécie autóctone nacional, "está identificada no Alto Minho desde 2012, tendo sido alvo de alertas para a necessidade de intervenção concertada entre os diversos atores, com especial incidência para o combate à praga". 

Só no concelho de Viana do Castelo e, de acordo com números revelados pelo município, «já foram exterminados mais de quinhentos ninhos vespeiros num esforço dos serviços de proteção civil e bombeiros municipais». 

«Há a lamentar que o Ministério da Agricultura continue a manifestar total incapacidade e um certo alheamento a esta situação grave que pode por em causa a saúde pública mas também a atividade apiária e agrícola da região norte». 

Segundo a autarquia «até à data, tem sido inúmeros os casos de aparecimento da vespa asiática na região norte com elevados prejuízos para a agricultura e, em breve, para a polinização porque grande parte das abelhas foram exterminadas».

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