sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Chineses já compraram 100 châteaux na região de Bordéus


05 Fevereiro, 2015 11:34 | 
Luís Francisco

A tendência já tem alguns anos, desde que, em 2010, um investidor chinês comprou o primeiro château da região de Bordéus. Mas alcançou uma marca histórica este mês, quando o milionário James Zhou se tornou o novo proprietário do Château Renon, uma propriedade na margem direita do rio Garonne com oito hectares de vinhas. Este negócio, cujo valor não foi divulgado, representa a 100ª aquisição feita por capitais chineses na mais famosa região vitícola do mundo.

Apesar de tudo, os chineses ainda detêm apenas 1,3 por cento dos cerca de 7400 châteaux de Bordéus e ainda não ultrapassaram os belgas na lista de proprietários estrangeiros na região. Mas, se os investimentos continuarem a este ritmo, será apenas uma questão de tempo...

O interesse dos milionários chineses nas casas produtoras de vinho de Bordéus tem dois vectores: por um lado, a ostentação e o prestígio; por outro, a análise racional do potencial económico da operação. A China é, neste momento, o primeiro mercado dos vinhos da região e a procura continua a subir. Do ponto de vista empresarial, assegurar controlo sobre a produção de um bem com intensa procura é uma decisão estratégica – na China, uma garrafa de Bordéus pode ser vendida por um preço até 10 vezes superior ao do mercado francês.

Mas a cobiça chinesa pelo vinho francês não se esgota na região de Bordéus. Em 2012, relata o jornal britânico "Telegraph", o magnata do jogo Louis Ng Chi pagou oito milhões de euros pelo Château de Gevrey-Chambertin, na Borgonha. A opinião pública local não gostou. "O que diriam os chineses se investidores franceses comprassem 10 ou 50 metros da Muralha da China?", desabafou um dos candidatos derrotados no leilão.

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