Hoje às 09:48
O acordo comercial que está a ser negociado com os Estados Unidos pode representar uma ameaça para o vinho do Porto, inundando o mercado de garrafas de "Port" americano, alertou o presidente do Instituto da Vinha e do Vinho.
LEONEL DE CASTRO / GLOBAL IMAGENSEstados Unidos não reconhecem a Denominação de Origem portuguesa que protege o vinho do Porto
Frederico Falcão reconheceu, em entrevista à agência Lusa, que este tipo de acordos "são vantajosos em tudo o que tenha a ver com a eliminação de barreiras alfandegárias", mas podem colocar dificuldades ao setor do vinho.
"Aquilo que nos preocupa neste acordo com os Estados Unidos prende-se precisamente com a questão do vinho do Porto", disse.
Isto porque os Estados Unidos não reconhecem a Denominação de Origem (DO) portuguesa que protege o vinho do Porto e outros produtos originários de uma determinada região, impedindo utilizações abusivas.
"Nos Estados Unidos, a designação "Port" é considerada semi-genérica (...) e isto é preocupante para Portugal. Simultaneamente, alguns dos nossos designativos de qualidade como "Vintage" ou "Tawny" não são reconhecidos como protegidos", adiantou o presidente do IVV, mostrando preocupação com a entrada de vinhos norte-americanos rotulados como "Port Vintage" ou "Port Tawny" no mercado europeu.
A União Europeia e os Estados Unidos estão a negociar, desde julho passado, a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (mais conhecida pela sigla inglesa TTIP), que pretende abolir barreiras alfandegárias e regulatórias e facilitar a compra de bens e serviços em ambos os mercados.
Para Frederico Falcão "é difícil prever o que vai acontecer".
Sem comentários:
Enviar um comentário