sexta-feira, 15 de abril de 2011

Subida dos alimentos ameaça colocar mais pessoas na pobreza, avisa o Banco Mundial

Alta do petróleo associada à subida das matérias alimentares
14.04.2011 - 15:16 Por Pedro Crisóstomo
A escalada dos preços das matérias alimentares para níveis próximos do
recorde histórico de 2008 está a alimentar a inflação nos países menos
desenvolvidos e a colocar mais pessoas em situação de pobreza, alerta
o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
Tirgo registou das maiores subidas de preço no primeiro trimestre
(Rui Gaudêncio)

Em conferência de imprensa no primeiro dia do Encontro da Primavera,
do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, Robert Zoellick
lembrou que mais pessoas podem engrossar o número dos que vivem em
pobreza extrema, com menos de um dólar por dia.
Segundo as estimativas de Fevereiro do Banco Mundial – que Robert
Zoellick voltou a referir – a alta dos preços já colocou, desde Junho,
44 milhões de pessoas num situação financeira em que gastam a maior
parte ou a totalidade do dinheiro de que dispõem em alimentação.
No primeiro trimestre deste ano, o índice do preço global dos
alimentos disparou 36 por cento face ao mesmo período do ano passado,
com subidas mais significativas no preço do trigo, do milho e da soja,
e repercutiu-se na alta do preço do petróleo, referiu.
Questionado pelos jornalistas sobre o envolvimento de especuladores na
origem da alta dos preços, Robert Zoellick não respondeu directamente
e frisou que é possível que possam ser dados "passos a curto prazo"
para melhorar a alimentação nos países em desenvolvimento. Uma das
áreas-chave é o Norte de África e o Médio Oriente, onde foi
precisamente a subida dos preços que esteve na origem dos protestos
populares que fizeram cair os regimes tunisino e egípcio.
O presidente do Banco Mundial sublinhou que os planos de produção
alimentar têm de ser ajustados de acordo com as necessidades locais de
país para país. "Temos de aumentar a produção para criar uma
oportunidade para estes países", prosseguiu.
No caso no Egipto e da Tunísia, para além das preocupações a
curto-prazo com a alta dos preços, disse, a estabilidade política e
social, "com um sistema mais transparente", será fundamental para nos
próximos cinco anos permitir a entrada no mercado de trabalho de
emprego jovem no sector privado.
http://economia.publico.pt/Noticia/alta-dos-alimentos-ameaca-colocar-mais-pessoas-na-pobreza-avisa-o-banco-mundial_1489827

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