Azeite Gallo investe cinco milhões na fábrica de Abrantes e em renovação de imagem

Portugal auto-suficiente em 2012
28.07.2011 - 16:16 Por Ana Rute Silva
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A Gallo Wordwide, empresa da Unilever Jerónimo Martins, investiu cinco
milhões de euros na renovação das garrafas de azeite e na unidade
fabril.
No próximo ano, Portugal poderá produzir azeite suficiente para suprir
necessidades de consumo interno
(Enric Vives-Rubio/PÚBLICO)

O investimento serviu para instalar "linhas mais eficientes e para
assegurar que as questões de qualidade passem para outro patamar",
disse esta manhã Pedro Cruz, CEO da Gallo. O objectivo é "baixar para
zero" falhas de produção, como por exemplo, rótulos mal colocados.
Para além disso, a empresa decidiu mudar a imagem do logótipo e
embalagens, adoptando novas garrafas de vidro escuro para uma "melhor
protecção à luz", que permitem manter por mais tempo as
características organoléticas do produto.
O galo representado nas garrafas surge agora a cantar, mostrando "a
confiança de Portugal em conquistar o mundo". O azeite Gallo é a
quinta maior marca do mundo, de acordo com dados do Euromonitor
citados por Pedro Cruz. A intenção da empresa do grupo Jerónimo
Martins é chegar a 2013 na terceira posição.
O maior mercado internacional continua a ser o Brasil, onde a Gallo
tem uma quota de 26 por cento em volume. "Queremos ter 30 por cento de
quota em volume em 2013", diz Pedro Cruz, que descarta a entrada da
empresa em mercado produtores de azeite, como Espanha, Itália ou
Grécia. Além do Brasil, Portugal também tem potencial de crescimento,
já que o consumo per capita ainda é inferior ao dos principais
produtores. Segundo a Casa do Azeite, Associação do Azeite de
Portugal, no início da década de 90 o consumo era de 3,3 quilos. Hoje
atinge os sete quilos.
Portugal auto-suficiente em 2012
O CEO da Gallo disse ainda que Portugal deverá voltar a ser
auto-suficiente na produção de azeite na próxima campanha (arranca em
Novembro e estende-se até Fevereiro), a primeira vez de 1959. "Essa é
a expectativa", afirmou.
Pela primeira vez nas últimas décadas, a balança comercial do sector
do Azeite teve um saldo positivo de mais de um milhão de euros, e as
exportações nacionais de azeite embalado cresceram 17 por cento,
atingindo os 159.258 milhões de euros em 2010. Com o olival a ocupar
cada vez mais hectares de terreno em Portugal, sobretudo no Alentejo,
as vendas nos mercados internacionais dispararam 37 por cento o ano
passado, em volume, para perto de 47 mil toneladas (azeite embalado e
azeite a granel). O Brasil é o principal mercado internacional para os
produtores nacionais.
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