04.10.2011
Os guardas e vigilantes da natureza estão preocupados com o futuro da
sua actividade, pois dizem não saber em que estrutura serão
integrados, depois da reorganização do Ministério da Agricultura e
Ambiente, e vão hoje alertar os grupos parlamentares para a situação
de indefinição.
Os cerca de 180 profissionais estão distribuídos pelo Instituto da
Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), onde estão colocados
125, pelas administrações de região hidrográfica e pelas comissões de
coordenação e desenvolvimento regional. "Com a anunciada junção de
várias entidades do Ministério da Agricultura e Ambiente, não sabemos
o que vai acontecer aos guardas e vigilantes da natureza, que não
aparecem" nas listas divulgadas, disse o responsável da Associação
Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Natureza, Francisco Correia,
citado pela agência Lusa. O dirigente associativo explicou que estes
profissionais seguem a mesma orgânica, mas pertencem a entidades
diferentes.
O ICNB ficará integrado na Direcção-Geral da Conservação da Natureza e
Florestas, que também irá agregar a Autoridade Nacional Florestal, e
os seus vigilantes deverão manter as mesmas funções nas áreas
protegidas. Mas para os restantes vigilantes "não é clara" a opção de
integração e Francisco Correia diz não saber como vai ficar a área de
fiscalização. Na apresentação da reestruturação do ministério liderado
por Assunção Cristas, as duas áreas de fiscalização que existiam - da
Agricultura e Pescas e do Ambiente e Ordenamento do Território -
passam a ser uma única. Segundo Francisco Correia, numa altura de
crise económica, o Ambiente é das áreas mais afectadas pelas
dificuldades orçamentais. E o representante dos guardas do ICNB
recordou que, para apostar na protecção da natureza, seriam
necessários cerca de 400 vigilantes, número que está longe dos 180 em
funções.
A associação pediu para ser recebida pelos grupos parlamentares e já
obteve resposta do Partido Ecologista "Os Verdes" e do PCP, estando
marcadas reuniões para hoje. O encontro pretendido com a ministra
ainda não tem data prevista, acrescentou Francisco Correia.
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1515025
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