sábado, 25 de agosto de 2012

Auchan admite limitar pagamentos com cartão se "a prazo" taxas não baixarem

21.08.2012 18:36
ECONOMIA


O grupo Auchan, proprietário dos hipermercados Jumbo, admite tomar
medidas em relação aos pagamentos com cartão na sua rede caso não haja
uma redução das taxas, mas descarta tomar "de imediato" uma posição
semelhante à do Pingo Doce.
O Diário Público noticiou hoje que, a partir de 01 de setembro, o
Pingo Doce vai deixar de aceitar pagamentos com cartões de multibanco
e de crédito em compras com valor inferior a 20 euros.

Segundo o jornal, numa nota escrita, que já começou a ser distribuída
a alguns clientes, a empresa refere que a medida vai permitir uma
poupança anual superior a cinco milhões de euros.

"De momento não está a ser equacionada medida similar", disse fonte
oficial do grupo Auchan em resposta a questões colocadas pela agência
Lusa.

"Continuaremos a defender a redução do peso das comissões, pois nunca
aceitaremos aumentar os preços dos produtos aos clientes para suportar
o peso daquelas comissões bancárias, disse a mesma fonte,
acrescentando que "ainda há um longo caminho a percorrer na redução
das referidas comissões bancárias, pelo menos até ao valor médio da
Europa Ocidental".

O grupo Auchan, acrescentou, tem trabalhado com a Unicre, quer
diretamente, quer através da Associação Portuguesa de Empresas de
Distribuição (APED), "num plano tendente à redução das comissões".

No entanto, "caso o referido caminho não nos leve a uma redução até
ao nível necessário, provavelmente a prazo não nos restará outra
alternativa que não seja pedir aos clientes para substituírem o
pagamento em cartão por pagamento em dinheiro, pelo menos até um
determinado limite".

Em declarações hoje à Lusa, a diretora-geral da APED, Ana Trigo Morais
considerou que as taxas cobradas nas transações com cartões de
multibanco aos retalhistas em Portugal "são muito elevadas".

"Entendemos que Portugal é um mercado que tem pouca concorrência e
cobra taxas muito elevadas aos comerciantes", disse.

Nas operações de crédito, segundo dados da APED, "o pagamento é duas
vezes superior à média europeia, enquanto que nas operações a débito o
valor a pagar pelos retalhistas é quase 3 vezes superior".

Por isso, a associação defende "a baixa da taxa de serviço aos
comerciantes, sublinhando que "nos últimos quatro anos os associados
da APED pagaram 318 milhões de euros" em taxas de custo de pagamento.

"Daqui se vê a dimensão e preponderância", comentou a diretora-geral da APED.

A APED, que disse já ter tido várias reuniões com a Unicre, entidade
responsável pela gestão e emissão de cartões de pagament, reconheceu
que "tem havido alguns ajustamentos em baixa, mas são insuficientes".

LUSA

http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2012/08/21/auchan-admite-limitar-pagamentos-com-cartao-se-a-prazo-taxas-nao-baixarem

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