segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Exportação de vinho verde subiu 6,8% no primeiro semestre

14 Agosto 2012 | 19:36
António Larguesa - alarguesa@negocios.pt

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Aumento das vendas no exterior compensou quebra idêntica no mercado
interno, perspectivando o melhor ano de sempre lá fora. Os Estados
Unidos reforçaram a posição de melhores compradores e já valem 22,5%
da facturação no estrangeiro.
Segundo os mapas da exportação na primeira metade do ano, a que o
Negócios teve acesso, os vinhos verdes venderam mais 6,84% do que no
período homólogo, chegando ao final de Junho com um valor acumulado
que supera os 22 milhões de euros. É o resultado, em euros, do envio
para o exterior de 9,3 milhões de litros produzidos na região, contra
8,3 milhões de litros nos primeiros seis meses de 2011.


"Embora sejam dados referentes ao primeiro semestre, a encarar com
prudência, para nós é importante porque estamos a compensar no mercado
externo as dificuldades do mercado nacional, que está recessivo para
todos os sectores. É importante diversificar e crescer fora [do País]
e estamos a fazê-lo mantendo o preço médio na exportação", disse ao
Negócios o presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos
Verdes (CVRVV).

Se mantiver o ritmo na segunda metade do ano, o sector dos vinhos
verdes vai quebrar em 2012 um novo recorde de vendas "fora de portas",
ultrapassando os 18 milhões de litros e os 44 milhões de euros. O
anterior máximo foi atingido no final do ano passado, com os 15
milhões de litros vendidos para 86 mercados a gerarem 36,6 milhões de
euros. Numa década, a região mais do que dobrou a percentagem da
produção que é vendida no exterior, de 15% para 32% (no final de
2011). A expectativa é chegar a uma quota de exportação de 35% no
final deste ano.


Alemães e franceses "cortam" no vinho

Os Estados Unidos já tinham fechado o ano anterior como o melhor
mercado, bebendo 16% do vinho verde que ultrapassa as fronteiras. Nos
primeiros seis meses do ano, a maior economia do mundo comprou mais
16% do que no período homólogo, com os 4,97 milhões de euros
facturados a equivalerem a 22,5% das vendas totais ao exterior. Manuel
Pinheiro explica que é o mercado onde está a investir mais, tendo
mesmo uma agência em Nova Iorque a trabalhar a marca em permanência.

Em 2012, a CVRVV bateu o recorde de investimento na promoção dos
vinhos da região (a segunda que mais exporta, logo a seguir ao vinho
do Porto), passando de um orçamento de 1,4 milhões para 3,4 milhões de
euros, orientados para oito mercados prioritários. Entre os quais os
Estados Unidos, que absorveram a maior fatia (22,7%).

A Alemanha continua a ser o segundo melhor destino – 4,1 milhões de
euros no primeiro semestre – para este vinho de características únicas
no mundo, produzido numa região demarcada que se estende por todo o
Noroeste de Portugal, tradicionalmente conhecida como
Entre-Douro-e-Minho. Um mercado "muito importante", resumiu o líder da
CVRVV, mas que "sofre da falta de crescimento da economia alemã".

As economias europeias "de facto não estão a ajudar", acrescenta. A
França é um claro exemplo. No mesmo período, o terceiro maior mercado
para os "verdes" baixou da fasquia dos três milhões de euros alcançada
no primeiro semestre do ano passado, para 2,85 milhões de euros. É de
fora do continente europeu que chega a "ajuda" do quarto melhor
mercado: o Canadá voltou a reforçar as compras, de 1,4 para 1,7
milhões de euros.

"Angola é próxima aposta forte, ainda em 2012", conclui Manuel
Pinheiro. Apesar de ter mantido no primeiro semestre deste ano (mais
19,5%) o crescimento contínuo que tem vindo a evidenciar nos anos
anteriores, os consumidores angolanos "apenas" compraram 756 mil euros
de vinho verde entre Janeiro e Junho.

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