terça-feira, 21 de agosto de 2012

Produção de cereais será a mais baixa desde 2005

Seca afecta a produção deste ano

A produção de cereais no ano agrícola de 2012, "fortemente marcado
pela seca", será "a mais baixa desde 2005", mas as culturas de
primavera/verão deverão manter os níveis de produtividade, antecipou
esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
20 Agosto 2012Nº de votos (0) Comentários (0)



Segundo as previsões agrícolas a 31 de Julho, "a campanha dos cereais
de outono/inverno saldou-se por quebras expressivas, fundamentalmente
devido à seca, situação que também afectou a batata, especialmente a
de sequeiro".
Com a colheita "praticamente concluída", as produções de cereais
praganosos caem em 2012 pelo quarto ano consecutivo, com recuos face a
2011 de 30 por cento no triticale, 25 por cento na aveia, 20 por cento
no trigo mole, trigo duro e centeio e 15 por cento na cevada.
As previsões apontam ainda para "quebras significativas" na
produtividade dos pomares de pera, maçã e pêssego, "resultado das
condições climatéricas adversas na altura da floração/polinização
(frio e geada) ", e para recuperações no tomate para indústria e na
vinha.
Relativamente às culturas de primavera/verão, o instituto de
estatística nota que, "de um modo geral, apresentam um desenvolvimento
vegetativo normal para a época, pelo que não se prevêem quebras de
produtividade".
O INE alerta, contudo, que, no final de Julho, 58 por cento do
território nacional estava em situação de seca extrema e 26 por cento
em seca severa, pelo que "o potencial produtivo das culturas de
primavera/verão no actual ano agrícola é ainda incerto" e "o impacto
da seca poderá estender-se à próxima campanha, particularmente se não
ocorrer precipitação até ao início do outono".
Relativamente à superfície de milho para grão de regadio, o INE
antecipa que deverá manter-se nos 90 mil hectares, enquanto o milho
para grão de sequeiro apresenta "um desenvolvimento vegetativo
regular" e deverá repetir o rendimento de 2011.
Também a produtividade do arroz deverá manter-se semelhante à do ano
anterior, cerca de 5.855 kg/hectare, mas o rendimento unitário da
batata de regadio decrescerá cinco por cento.
Já o tomate para a indústria apresenta "perspectivas animadoras" após
o "mau ano de 2011", com uma produtividade "acima das 82
toneladas/hectare", um valor acima da média dos últimos cinco anos, e
o girassol deverá manter-se estável.
Segundo o INE, 2012 será "mau" para os pomares, com Trás-os-Montes a
ser a região mais afectada na maçã e a registar quebras de
produtividade superiores a 30 por cento face a 2011, traduzido num
decréscimo do rendimento unitário a nível nacional de 15 por cento.
No caso da pera, as reduções são "generalizadas a todas as regiões",
com decréscimos previstos da produtividade de 30 por cento face a 2011
e de 11 por cento relativamente à média dos últimos cinco anos.
Também menos produtivos estão este ano os pomares de pessegueiros,
cujo rendimento unitário deverá cair 10 por cento.
Em sentido inverso, a produtividade das vinhas irá aumentar cerca de
cinco por cento, com todas as regiões a apontar "para um ano de boa
qualidade", e a uva de mesa subirá a produção em 10 por cento.
Relativamente à amêndoa "ainda subsistem incertezas quanto ao
potencial produtivo para esta campanha", mas tudo aponta para um
decréscimo de cinco por cento face a 2011, enquanto a produção de
batata de sequeiro recuará 15 por cento e a de cereja 25 por cento.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/producao-de-cereais-sera-a-mais-baixa-desde-2005

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