domingo, 19 de agosto de 2012

Vinhos: Campanha de 2012 aponta para maior produção no Douro, no Alentejo a seca atrasou maturação das vinhas

A um mês da campanha vinícola de 2012, a região do Douro conta com um
aumento da produção, ao contrário do Alentejo, cujos produtores se
debatem com atrasos na maturação das videiras. O Dão deverá ter menos
pipas, mas vinhos de qualidade adicional.

Em três das maiores regiões demarcadas do país, os produtores apontam
para um aumento generalizado da qualidade, mas apenas o Douro espera o
reforço da produção, na ordem dos 23%. O Dão espera a mesma quantidade
de vinho, enquanto o Alentejo aguarda uma ligeira redução das pipas
produzidas.

A norte, na Região Demarcada do Douro, prevê-se para esta vindima uma
produção média de vinho a rondar as 295 mil pipas. Segundo dados da
Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), a
expectativa de colheita para esta vindima é de cerca de 295 mil pipas,
num intervalo de previsão entre as 269 e as 325 mil pipas.

As previsões da ADVID são efectuadas com base no pólen, recolhido em
Maio nas três sub-regiões do Douro: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro
Superior.

No entanto, a produção real poderá registar uma quebra devido à queda
de granizo, que em Julho afectou cerca de 700 hectares de vinha nos
concelhos de Sabrosa, Alijó e São João da Pesqueira. A este facto
juntam-se ainda as condições meteorológicas. Este ano vitícola no
Douro situa-se entre os seis mais secos desde há 40 anos, com menos
52%, em média, de precipitação acumulada.

Na região do Dão, António Mendes, vogal da Comissão Vitivinícola
Regional do Dão (CVRD), espera uma produção entre os 40 e 45 milhões
de litros, o que corresponde a uma "ligeira quebra", devido ao stress
hídrico a que algumas castas estiveram sujeitas, a uma ligeira
incidência da podridão negra (black roth) e ainda ao escaldão da vinha
que aconteceu recentemente.

"Mas, se houver uma ligeira quebra na quantidade, não é nada que
preocupe. Pelo contrário, tem sido essa a condição: quando se assiste
a uma ligeira quebra da produção, acontece um interessante aumento da
qualidade no Dão", atalhou.

Por isso, o também presidente da adega cooperativa de Mangualde
assegura que, "se tudo correr dentro da normalidade, com a recente
chuva que caiu no Dão, então a qualidade poderá até ser superior ao
ano passado, que já foi um excelente ano".

Sobre a qualidade, existe uma sintonia entre dirigentes e produtores,
com João Teixeira, cujas vinhas se encontram nas mais ensolaradas
encostas do rio Dão, que dá nome à região, a admitir que "se não
acontecerem surpresas", o que está para sair dos vinhedos "é um grande
copo".

Mais a sul, a produção de vinho no Alentejo deve sofrer este ano uma
diminuição face a 2011, mas ainda pouco se pode adiantar sobre esta
matéria, visto que "as maturações das uvas se encontram bastante
atrasadas", segundo a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana
(CVRA).

A presidente da CVRA, Dora Simões, adiantou à Lusa que "o tempo seco e
a falta de humidade no solo está a ter efeitos no desenvolvimento
vegetativo da videira, causando atraso na maturação das uvas". "A
quantidade de uva nos cachos é menor do que o habitual devido ao
calibre inferior dos bagos", sublinhou.

Segundo a responsável, a qualidade das uvas para esta vindima, até à
data, "prevê-se boa", dependendo, no entanto, "das condições
climatéricas que ocorram durante a fase de maturação".

Na região alentejana, revelou ainda a CVRA, apenas alguns produtores
do Baixo Alentejo já começaram as vindimas, mas somente de algumas
castas mais precoces.

Fonte: Lusa

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/08/19.htm

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