segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Crise dos cereais custa 11 milhões

Seca: Ministério avalia estender linha de crédito a produtores de vegetais

A produção de cereais de 2012 vai sofrer uma "quebra importante entre
os 30 a 50%", diz ao CM o presidente da Associação Nacional de
Produtores de Cereais (ANPC), Bernardo Albino, apontando a seca e as
geadas tardias como as principais responsáveis pelo prejuízo, que se
estima em 11 milhões de euros. A expectativa é confirmada pelas
previsões do Instituto Nacional de Estatística (INE), que ontem
revelou que a produção de cereais no ano agrícola de 2012 será "a mais
baixa desde 2005". O Ministério da Agricultura avalia apoios.
21 Agosto 2012Nº de votos (0) Comentários (0)
Por:Sofia Piçarra




O INE adianta que a campanha dos cereais de Outono/Inverno,
praticamente concluída, se saldou por quebras expressivas. As
produções de cereais praganosos (trigo, cevada e aveia) caem em 2012
pelo quarto ano consecutivo, com perdas de 30% no triticale, 25% na
aveia, 20% no trigo mole, trigo duro e centeio, e 15% na cevada em
relação a 2011.
"Tem um impacto enorme na sobrevivência dos agricultores", alerta o
responsável da ANPC, que estima menos 50 mil toneladas de cereais
produzidos. "Não choveu de 1 de Dezembro a 31 de Março e, até
Dezembro, os produtores já tinham feito 70% da despesa para o ano". As
condições climatéricas geraram um "prejuízo enorme, porque a cultura
não produziu, ou produziu pouco, com as consequências dramáticas que
daí resultam".
Além disso, lamenta Bernardo Albino, "não há linhas de apoio para os
produtores de cereais, só para a pecuária: como não foi decretado o
estado de calamidade devido à seca, o sector não pode reclamar
seguros". O Ministério da Agricultura responde ao CM que o fundo de
calamidade existe, mas destina-se a situações que "provoquem uma
quebra de produção generalizada das culturas, no mínimo, de 50%". Mas
o INE deixa um alerta: "O impacto da seca poderá estender-se à próxima
campanha, particularmente se não ocorrer precipitação até ao início do
Outono".
MINISTÉRIO AVALIA ESTENDER APOIOS A PRODUÇÃO VEGETAL
O Ministério da Agricultura diz estar "consciente das dificuldades dos
produtores de vegetais" a quem vai alargar a linha de crédito de
combate aos efeitos da seca. Do apoio de 50 milhões de euros, o
gabinete de Assunção Cristas avalia transferir a verba "que não foi
integralmente utilizada" para os produtores de vegetais. O ministério
não avança números, mas refere a "antecipação de ajudas comunitárias
que permitirão a entrada de cerca de 300 milhões de euros na
tesouraria das explorações até Outubro."

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/crise-dos-cereais-custa-11-milhoes

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