sábado, 1 de setembro de 2012

Subida dos preços da alimentação ameaça milhões de pessoas, alerta Banco Mundial

30.08.2012 - 22:14 Por Lusa
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A subida dos preços mundiais da alimentação, devido à seca nos EUA e
na Europa de Leste, "ameaça a saúde e o bem-estar" de milhões de
pessoas, alertou hoje o presidente do Banco Mundial (BM), noticia a
AFP.

Jim Yong Kim, através de um comunicado, afirmou que "os preços
alimentares aumentaram de forma brutal e ameaçam a saúde e o bem-estar
de milhões de pessoas", destacando que a África e o Médio Oriente
estavam "particularmente vulneráveis".

Entre Junho e Julho, os preços internacionais do milho e do grão de
soja aumentaram respectivamente 25 e 17%, elevando-se a níveis
"inéditos", como indicou o Banco Mundial.

Neste período, os preços alimentares no seu conjunto subiram 10% e
deverão "permanecer elevados e voláteis no longo prazo", inquietou-se
o BM.

A organização não-governamental Oxfam considerou que esta informação
"deveria fazer despertar os governos e levá-los a tomar consciência da
necessidade urgente de uma acção sobre a volatilidade dos preços
alimentares".

A alta de preços foi particularmente brutal em certos países. É o caso
de Moçambique, onde o preço do milho subiu 113% num mês, enquanto o
sorgo, utilizado por vezes como alternativa ao milho, viu o seu custo
aumentar 22% no Sudão do Sul e 180% no Sudão, detalhou o Banco
Mundial.

Esta instituição financeira internacional disse que as condições
meteorológicas desempenharam "um papel crucial" nesta alta de preços.

"A seca nos Estados Unidos (EUA) prejudicou consideravelmente as
colheitas de milho e soja, de que o país é o primeiro exportador
mundial", sublinhou o BM, que acrescenta que o Verão também foi
particularmente seco na Federação Russa, Ucrânia e no Cazaquistão.

O BM diz-se "pronto" a aumentar o seu programa de assistência à
agricultura, ao qual dedicou mais de nove mil milhões de dólares (sete
mil milhões de euros) em 2012.

Na terça-feira, o G-20 estimou que a situação actual nos mercados
agrícolas era "preocupante", mas considerava que "nenhuma ameaça"
pesava sobre a segurança alimentar mundial.

Os vinte principais países industrializados e emergentes decidiram
então esperar as próximas previsões agrícolas nos Estados Unidos,
esperadas para 12 de Setembro, antes de decidirem eventuais medidas.

"Esta atitude expectante é inaceitável", denunciou Oxfam, que entende
que estes países "devem agir já, antes que a evolução dos preços fique
completamente fora de controlo e não ponha mais pessoas com fome".

Em 2007-2008, a subida dos preços alimentares causou os designados
motins da fome em vários países, designadamente em África.

http://www.publico.pt/Mundo/subida-dos-precos-da-alimentacao-ameaca-milhoes-de-pessoas-alerta-banco-mundial-1561094

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