sábado, 22 de setembro de 2012

Ginja d’Óbidos conquista mercado internacional

Portugal Excepcional

Visitar Óbidos sem provar uma ginjinha é como ir ao Vaticano e não ver
o Papa." A expressão, pese embora o exagero da comparação, explica-se
pela fama que o licor alcançou, levando ao aparecimento de várias
empresas a dedicarem-se à produção.
21 Setembro 2012Nº de votos (0) Comentários (0)
Por:Francisco Gomes

Na aldeia do Sobral da Lagoa, cujas encostas ficam cobertas de branco
durante o período de floração das ginjeiras, a empresa Dário Albano
Zina Pimpão, criada há 25 anos, foi a pioneira, e viu o trabalho
recompensado com a atribuição da medalha de bronze no reputado certame
International Wine and Spirit Competition, em Inglaterra.
A empresa efectuou elevados investimentos ao longo do tempo no sentido
de garantir o cumprimento das exigentes normas de Segurança Alimentar
e Higiene e Segurança no Trabalho.
Nos anos 30 do século passado, Joaquim Pimpão percorria o País a
vender ginja, fruto que comprava aos produtores do Sobral da Lagoa. O
seu filho, Albano, seguiu-lhe as pisadas, assim como o seu neto,
Dário, que acabaria por fundar esta empresa.
Marta Pimpão, filha única de Dário Pimpão, 28 anos, licenciada e
mestre em Biologia, segue--lhe agora os passos, sendo da sua
responsabilidade dar continuidade ao negócio da família, continuando a
produção da Ginja de Óbidos Oppidum e Licor de Ginja com Chocolate.
"Deixei a investigação na Faculdade de Ciências para abraçar este
projecto. Tinha bolsa e trabalho garantido para os próximos anos e ia
para doutoramento. Mas o meu pai teve um acidente de mota e decidi que
nada mais fazia sentido, porque eu cresci no meio da produção da
ginja", recorda Marta Pimpão.
Tendo imprimido uma nova dinâmica à empresa, em menos de dois anos
lançou outro produto - os bombons de ginja - e uma nova embalagem, e
conduziu o processo de certificação da empresa, que foi aprovado.
O sucesso prosseguiu com o prémio obtido em Inglaterra. "Achei que era
uma boa aposta e concorremos. Foi uma boa conquista este
reconhecimento", afirma, mostrando-se convicta de que "é mais uma
garantia para o consumidor de que o nosso produto, avaliado no
estrangeiro, tem mérito. É quase como uma auditoria externa".
"Com o prémio abrem-se outras portas e acredito que o volume de
exportação vai aumentar", manifesta Marta Pimpão. Actualmente, quinze
por cento da produção é exportada sobretudo para Alemanha e Espanha.
Também já foi vendida ginja para Austrália, Israel e Estados Unidos,
em formatos que podem ir dos 5 centilitros aos 4,5 litros.
O facto da bebida ser bastante procurada no mercado interno levanta
preocupações acerca das imitações que se apresentam como sendo ginja
da região de Óbidos. "Nos últimos anos têm aparecido marcas de ginja
de Óbidos como se fossem cogumelos. Despertou interesse e
contrafacção", aponta Marta Pimpão. Por isso, a empresa mudou o visual
da marca e tem feito acções de marketing.
A gerência recusa industrializar o modo de produção, preferindo
manter-se fiel à tradição antiga de confeccionar ginja de forma
caseira, sem adições artificiais. "Não cairemos na tentação de
descurar na qualidade do produto 100% natural para tentar abarcar todo
o mercado com algo de qualidade duvidosa", diz.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/ginja-dobidos-conquista-mercado-internacional

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