sexta-feira, 30 de novembro de 2012

COMUNICADO EFSA descredibiliza artigo sobre toxicidade de milho transgénico em ratos

A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) declarou que as
conclusões de que o consumo a longo prazo de milho geneticamente
modificado e de Roundup provoca perturbações bioquímicas e
fisiológicas significativas (publicadas por Séralini e colaboradores
no artigo "Long term toxicity of a Roundup herbicide and a
Roundup-tolerant genetically modified maize"(1) em 19 de Setembro de
2012 na revista Food and Chemical Toxicology) não são suportadas pelos
dados disponibilizados.

O Centro de Informação de Biotecnologia vem reafirmar o que declarou
no seu comunicado de 21 de Setembro de 2012(2) : "Este artigo nunca
deveria ter sido publicado" e "Este estudo nunca deveria ter sido
tornado público nestas condições e tem como única função assustar as
pessoas e condicionar o uso desta tecnologia". De facto,
investigadores por todo o mundo reclamam da qualidade do estudo
apresentado e consideram que o mesmo deveria ser imediatamente
retratado e retirado de publicação.

Tradução do resumo do artigo de revisão e avaliação da EFSA

Final review of the Séralini et al. (2012a) publication on a 2-year
rodent feeding study with glyphosate formulations and GM maize NK603
as published online on 19 September 2012 in Food and Chemical
Toxicology (3)
http://www.efsa.europa.eu/en/efsajournal/pub/2986.htm

Em 19 de Setembro de 2012, Séralini e colaboradores publicaram
"online" um artigo na revista científica "Food and Chemical
Toxicology", descrevendo um estudo de dois anos sobre os efeitos na
saúde de ratos alimentados com milho geneticamente modificado NK603,
com e sem a adição do Roundup ou somente com WeatherMAX Roundup GT
plus (ambos os produtos são fitofármacos contendo o princípio activo
glifosato).

Conforme solicitado pela Comissão Europeia, a EFSA analisou esta
publicação tendo em consideração as avaliações conduzidas pelos
Estados-Membros e os esclarecimentos fornecidos pelos autores. As
avaliações dos Estados-Membros e da EFSA revelaram-se globalmente
concordantes.

O estudo tal como relatado por Séralini e colaboradores foi
considerado inadequadamente concebido, inadequadamente analisado e
inadequadamente descrito. Os autores do estudo forneceram uma
quantidade limitada de informações adicionais relevantes na sua
resposta aos críticos, resposta esta publicada na revista Food and
Chemical Toxicology.

Tendo em conta as avaliações dos Estados Membros e as respostas dos
autores aos críticos, a EFSA chega a conclusões semelhantes às da sua
primeira avaliação deste estudo (EFSA 2012).

O estudo, como descrito por Séralini e colaboradores não permite dar
crédito aos resultados e conclusões publicadas.

Não podem ser tiradas conclusões da diferença na incidência de tumores
entre os grupos de tratamento com base do desenho, na análise e nos
resultados relatados.

Tendo em conta as avaliações dos Estados Membros e as respostas dos
autores aos críticos, a EFSA considera que o estudo como relatado por
Séralini e colaboradores é de qualidade científica insuficiente para
uma avaliação de segurança.

A EFSA conclui que as evidências actualmente disponíveis não alteram o
processo de reavaliação do glifosato e não exigem a reabertura das
avaliações de segurança do milho NK603 e das variedades relacionadas.

A apreciação deste artigo elaborada pela EFSA está de acordo com o seu
papel de contínua análise de toda a produção científica relevante para
a avaliação de risco de forma a garantir que os pareceres fornecidos
se encontram o mais actualizado possível.

Pedro Fevereiro,
Presidente do CiB – Centro de Informação de Biotecnologia
Investigador e Professor de Biotecnologia Vegetal

29 de Novembro de 2012

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/11/30.htm

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