terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cortiça, vinho e biodiversidade juntou entidades do sector corticeiro em debate

27-11-2012




A cortiça e a associação que a representa, Associação Portuguesa da
Cortiça (Apcor), foram chamadas para se sentar à mesa num seminário
sobre "Vitivinicultura e Biodiversidade - boas práticas e valor
acrescentado" que decorreu em Lisboa, no passado dia 20 de Novembro, e
que reuniu várias figuras do mundo do vinho, do ambiente e da fileira
florestal.

Este encontro, organizado pela Quercus, surgiu no âmbito do projecto
Empresas e Biodiversidade-Mundo Rural e a opção pela vitivinicultura
está presente «pelo seu dinamismo, peso na economia e, também, pela
inovação e existência de boas práticas ambientais reconhecidas podem
ter um papel mais activo e influência no mundo rural, na sociedade em
geral e nos mercados», pode ler-se no convite do evento.

Diversas empresas e organizações mostraram um conjunto de boas
práticas amigas do ambiente e, em particular, da componente
biodiversidade associadas ao sector do vinho, num amplo leque de
abordagens e compreendendo toda a linha produtiva, desde a vinha à
escolha do vedante.

Da redução dos pesticidas à preservação da biodiversidade agrícola de
castas autóctones, passando pela rolha de cortiça, que encerra em si
própria a conservação de um importante sistema natural, o montado,
foram temas abordados.

«Vinho, cortiça e montado: da sustentabilidade à integração da oferta»
foi o mote de uma mesa redonda animada pela jornalista Carla Castelo e
composta por representantes da Associação Portuguesa dos Municípios do
Vinho, Quercus, por um produtor de cortiça e vinho reconhecido por
boas práticas ambientais, e pelo director-geral da APCOR, Joaquim
Lima.

A recomendação da Office Internacionale de la Vigne et du Vin (OIV)
que refere que «as rolhas de cortiça representam uma especificidade do
sector vinícola e a sua utilização tem um impacto importante na
conservação sustentável da floresta», foi um dos temas apresentados.

A política sectorial em curso, e que tem demonstrado progressivamente
uma atenção especial às questões ambientais, através por exemplo da
certificação florestal, montado e cadeia de custódia e das
preocupações das empresas do sector para esta temática e para a
responsabilidade social que se lhes incumbe, foi outro dos assuntos.

O sistema de certificação das empresas de cortiça, Systecode, foi,
também, um dado a registar, já que a sua recente alteração inclui
menções às questões ambientais e premeia as empresas que as cumpram.

Nesta intervenção foi, ainda, referido o facto de a cortiça aportar
valor ao vinho na medida em que, por um lado, mais de 60 por cento das
100 marcas top de vinho nos Estados Unidos da América (EUA) estão
vedadas com este material e, por outro lado, mais de 83 por cento dos
consumidores em todo o mundo preferem este vedante para o seu vinho.


A potencial interligação dos valores do montado e da cortiça com as
Rotas do Vinho, que já está em curso do lado espanhol, foi outro
tópico abordado nesta mesa.
O encontro terminou com um exercício prático envolvendo todos os
participantes, acerca de um hipotético sistema de reconhecimento para
um "pack completo de boas práticas", tendo sido elencadas
Oportunidades, Ameaças, Pontos Fortes e Pontos Fracos.

A rolha de cortiça é seguramente um ponto forte e, também, uma
oportunidade para esse reconhecimento e para a valorização de vinhos
mais amigos do ambiente.

Fonte: Dário Económico

http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia45318.aspx

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